ZUMBI
Por NATALINO GREGÓRIO DOS SANTOS | 16/07/2015 | PoesiasZumbi
Palmas aos ares
Ganga Zumba
Zumbi
Zâmbi
O gênio do mal
O senhor da guerra
Sem mãos nem pés
Nem terra
O castigo da chibata
Mil formas de tortura
A cana
O engenho
A garapa
O sangue vermelho
Da pele escura
Sem forças
Sem cor
Sem dor...
Nas boas graças do senhor
O céu
Quilombo
O paraíso
Um pouco mais exala Do que a própria liberdade
Além da mata
Além dos montes
Muito além da senzala
Santos e demônios
Contam a sua história
Zumbi
Para muitos Zâmbi
Para alguns Ganga Zumba
Ou simplesmente negro
Ou simplesmente escravo
De Trabalhos forçados
Zumbi, Quilombo, Palmares
Suicidado, precipitado, acuado...
Pela morte, com suas facetas
Assim termina o quilombo
Dos palmares
Dos negros que lombos
Sangrentos trazem nas recordações
Onde por um momento encontraram
Descanso
Nos ares, nas palmas
Das montanhas
Ao lado de
Ganga Zumba
Zumbi
Zâmbi
O gênio do mal
O senhor da guerra
Sem mãos nem pés
Homenageado
Na história
Na escola
No museu
No quilombo
Retratado no quadro
Na pintura
Na escultura
No livro
Ao lado de Joana, a santa
De Joaquim, o inconfidente
No fogo
Na forca
Na força
Na fuga
Na memória.
Natalino Gregório dos Santos