ZIKA VÍRUS E SUA RELAÇÃO COM A MICROCEFALIA

Por Thalia Avila | 29/09/2024 | Saúde

ZIKA VÍRUS E SUA RELAÇÃO COM A MICROCEFALIA

ZIKA VIRUS AND ITS RELATIONSHIP WITH MICROCEPHALY

Autoras

Camila Campelo Menezes, Cristielle Almeida Ferreira, Kelly Schneid Bosenbecker, Luís Felipe Vaz Barbosa, Nádia Inez Schneid, Suelen Steffany Jorge Niemczewski, Thalia dos Santos de Avila

Curso de Biomedicina, Universidade Católica de Pelotas (UCPEL)


INTRODUÇÃO

O vírus Zika é um arbovírus da família Flaviviridae, transmitido principalmente pelo mosquito Aedes aegypti, o mesmo vetor da dengue, febre amarela e chikungunya. Embora a infecção por Zika geralmente resulte em sintomas leves ou inexistentes em adultos, sua relação com complicações neurológicas em fetos, especialmente a microcefalia, é motivo de grande preocupação (GOVERNO DO ESTADO DA BAHIA, 2017).

Desde o surto de 2015, esforços intensos foram realizados para compreender melhor o vírus, desenvolver vacinas, implementar estratégias de controle de mosquitos e fornecer orientação às mulheres grávidas e viajantes sobre como evitar a infecção. Apesar dos avanços, o Zika continua sendo um desafio de saúde pública, especialmente em regiões tropicais e subtropicais. Neste artigo, abordaremos as complicações da doença, suas manifestações clínicas, prevenções e tratamentos.


ZIKA VÍRUS

O Zika vírus pertence à categoria dos flavivírus, composto por uma membrana lipídica, proteínas e RNA de fita simples positiva. Seu ciclo reprodutivo começa com a ligação do receptor na célula hospedeira e termina com a organização de partículas virais no retículo endoplasmático (LINHARES et al., 2014).


OBJETIVO

Este artigo tem como objetivo revisar bibliograficamente o Zika vírus (VZIK), com foco em suas problemáticas, particularmente sua relação com a embriologia (GUSMÃO et al., 2019).


JUSTIFICATIVA

É essencial informar e conscientizar o público sobre a propagação do mosquito Aedes aegypti e suas consequências, incluindo a microcefalia associada ao Zika. Desde a descoberta do vírus, a contaminação em humanos, principalmente em grávidas, tornou-se preocupante devido às graves alterações que provoca no feto, como deficiências visuais, auditivas e neurológicas (Ministério da Saúde, 2024).


MATERIAIS E MÉTODOS

Este estudo baseou-se em uma pesquisa qualitativa, utilizando revisões bibliográficas, artigos científicos e portais de comunicação, como PubMed, Fiocruz e CDC, com foco em dados dos últimos 10 anos.


RESULTADOS

O Zika vírus foi isolado pela primeira vez em 1947 na floresta Zika, Uganda. Desde então, foi identificado principalmente na África, com surtos esporádicos na Ásia. Em 2007, uma epidemia significativa ocorreu na ilha de Yap, onde 75% da população foi infectada.

A transmissão ocorre principalmente pela picada do Aedes aegypti infectado. O período de incubação varia de 3 a 14 dias, e a maioria dos infectados não apresenta sintomas graves. Quando presentes, os sintomas incluem dores de cabeça, febre baixa, dores nas articulações, erupções cutâneas, e conjuntivite.


IMPACTO NO DESENVOLVIMENTO EMBRIONÁRIO

Pesquisas indicam que a placenta humana é mais vulnerável à infecção pelo Zika nos três primeiros meses de gestação, quando ainda não desenvolveu todas as defesas imunológicas. Isso facilita a entrada do vírus nas células do feto, podendo levar à microcefalia (PIVETTA, 2017).


MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS

Para adultos e crianças, os sintomas da infecção por Zika costumam ser leves, incluindo febre baixa, erupções cutâneas e dores articulares. No entanto, em fetos, a infecção pode resultar em complicações neurológicas graves, como microcefalia e outras anomalias, conhecidas como Síndrome Congênita do Zika.


DIAGNÓSTICO

O diagnóstico do Zika vírus durante a gestação envolve exames pré-natais, como ultrassonografia. A microcefalia pode ser identificada pelo tamanho reduzido do crânio do feto, além de outros sinais, como dilatação dos ventrículos cerebrais e calcificações intracranianas. Exames laboratoriais, como o teste PCR e o teste ELISA, também são utilizados para detectar o vírus (REGADAS, 2018).


PREVENÇÃO

Medidas profiláticas para prevenir a infecção pelo Zika incluem o combate ao mosquito Aedes, evitando água parada, uso de repelentes e telas em portas e janelas, e a recomendação de evitar viagens a áreas endêmicas (Cad. Saúde Pública, 2021).


TRATAMENTO

O tratamento da infecção pelo Zika é sintomático, uma vez que não há cura específica para a doença. Medicamentos como paracetamol e dipirona podem ser usados para aliviar os sintomas. A ingestão de líquidos também é fundamental para prevenir a desidratação (Estudos Avançados sobre Saúde e Natureza, 2022).


CONCLUSÃO

Este artigo revisou os aspectos mais relevantes do Zika vírus, desde sua história e transmissão até as graves complicações que pode causar, especialmente em gestantes. Embora avanços tenham sido feitos na conscientização e no desenvolvimento de vacinas, o Zika ainda representa um desafio significativo para a saúde pública. O controle de sua disseminação depende de esforços contínuos, tanto da população quanto das autoridades de saúde. Assim, este estudo visa ser uma fonte de conhecimento e conscientização sobre o vírus e seus perigos.

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