ZIKA VIRUS E FEBRE CHIKUNGUNYA: A INFLUÊNCIA DOS DETERMINANTES DE SAÚDE

Por Emanuel Rodrigues Da Silva | 10/06/2016 | Ecologia

A INFLUÊNCIA DOS DETERMINANTES DE SAÚDE NO PROCESSO SAÚDE-DOENÇA: ZIKA VIRUS E FEBRE CHIKUNGUNYA

Emanuel Rodrigues Da Silva¹

¹Graduando 5º semestre do curso de enfermagem­­ – Faculdade Regional de Alagoinhas– UNIRB, 2016.

 

Resumo:Este trabalho tem por finalidade verificar a relação entre os Determinantes Sociais da Saúde (DSS) e a sua influência no processo saúde-doença aglutinando as ramificações do Zika Vírus e da Febre Chikungunya às questões sociais. Pretende discutir também, o processo saúde/doença como uma questão social, visto que estes tem sido um desafio enfrentado por profissionais da área de saúde, objetivando promover uma boa intervenção no campo de trabalho. A presente pesquisa é de caráter exploratório, e está respaldada na pesquisa bibliográfica e análise documental.

 

Palavras-chave: Sustentabilidade, Promoção da saúde, Determinantes Sociais.

Introdução

         A saúde é um direito do ser humano, devendo o estado prover condições para isto, como fatores determinantes na promoção de saúde estão incluídos, a alimentação, a moradia, o saneamento básico, o meio ambiente, o trabalho, a renda, dentre outros que expressam a organização social e econômica segundo a lei 8080/90 que retrata essas questões. Por este viés perseguimos a problemática sagaz que nos possibilite entender como se processa a relação dos Determinantes Sociais de Saúde (DSS) no processo saúde-doença.

         Diante da grande proporção epidemiológica do Zika Vírus e Febre Chikungunya é que surge a escolha do tema deste trabalho, neste enfoque salientamos as questões referentes a expansão em todo território nacional do Zika Vírus e da Febre Chikungunya que fomentam uma das maiores epidemias e apresentam a fragilidade de nosso sistema de saúde em combater o alastramento da mesma, sobretudo por se tratar de uma ramificação evolutiva oriunda das frágeis ações humanas o vírus da Chikungunya, apesar de nova para os brasileiros, tem origem muito antiga. Com sua raiz no vocabulário da etnia makonde, da Tanzânia e do Moçambique, na África Oriental, Chikungunya significa “aqueles que dobram”, o que faz todo o sentido na descrição da pessoa que está doente. Assim como o nome, os primeiros casos foram originados da África no século XVIII e, a partir daí, a febre Chikungunya ficou restrita às comunidades rurais da África Oriental e, até hoje, é negligenciada. A partir da segunda metade do século XX, casos passaram a ser relatados no Sudeste Asiático e, recentemente, na América do Sul. (BUSS e PELLEGRINI Filho, 2007).

        O objetivo geral é verificar a relação existente entre os DSS e o adoecimento pelo Zika Vírus e Febre Chikungunya, como objetivos específicos, pesquisar sobre os Determinantes Sociais da Saúde, as condições sociais em que as pessoas vivem e trabalham e se esses aspectos irão influenciar diretamente na saúde.

Metodologia

          A metodologia da pesquisa foi de natureza exploratória do tipo revisão de literatura, de método dedutivo. Como fonte de informação, utilizou-se, também, a análise documental, regulamentos e dados de bases anexadas Scielo. Como fonte primária de dados para solução dos artigos, foram utilizados os seguintes critérios; artigos em português, que utilizou-se os seguintes descritos: Zika Vírus, Febre Chikungunya e Determinantes Sociais, publicados entre os anos de (2004 a 2016).

 Resultado e Discussão 

         O Zika Vírus é considerado como um dos principais problemas de saúde pública no mundo, com casos registrados em cerca de cem países, com predomínio em regiões de clima quente e de baixo Índice de Desenvolvimento Humano, como África, Américas Central e do Sul e Sudeste Asiático. Nessas regiões, estima-se que ocorram 50 milhões de novos casos por ano, e que cerca de 500 mil apresentaram evolução grave, de acordo com dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) e da Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS). (JUNQUEIRA et al, 2015)

           A sustentabilidade está voltada a compreensão para assegurar uma vida saudável e promover o bem-estar para todos em todas as idades, como também assegurar a disponibilidade e gestão sustentável da água e do saneamento como indicadores indispensáveis para a saúde. As diversas definições de determinantes sociais de saúde expressam o conceito atualmente bastante generalizado de que as condições de vida e trabalho dos indivíduos e de grupos da população estão relacionadas com sua situação de saúde. A falta de higiene e as condições sanitárias em que muitas pessoas convive, são determinantes para proliferação de vírus, bactérias entre outras doenças. As enfermidades causadas pela falta de saneamento básico podem parecer um problema distante para aqueles que não convivem com essa realidade, mas as consequências da negligência em relação aos fatores Determinantes de Saúde pode ter efeitos devastadores para toda a sociedade. (BUSS e PELLEGRINI Filho. 2007).

            Segundo o Ministério da Saúde, entre 2014 e 2015, foram confirmados no Brasil cem casos dessa doença em pessoas que vieram da América Central e Venezuela, chamados de casos importados. Infelizmente, o vírus visitante gostou da nova morada, pois, só este ano já foram registrados pelo menos 1.049 casos de Chikungunya em que a transmissão se deu em território brasileiro, chamados de casos autóctones.

            Uma vez instalada a epidemia, além das medidas de controle, as ações assistenciais ganham em importância, haja vista que o cuidado ao paciente e a prevenção de casos graves e de mortes passa a ser primordial. E, nesse momento, o sistema de saúde brasileiro, tanto público quanto privado, que já vive no limite de sua capacidade, transborda e suas fragilidades ficam escancaradas, refletindo em filas intermináveis, falta de materiais e falta de recursos humanos (muitos deles, afastados por também serem vítimas das doenças). (BUSS e PELLEGRINI Filho. 2006)

            É inegável a responsabilidade individual de cada cidadão em manter as casas limpas e sem possíveis criadouros, porém, é imprescindível que o poder público faça a sua parte por meio de planos diretores que privilegiem a sustentabilidade, coleta regular de lixo, fornecimento regular de água e educação em saúde. O Zika Vírus e a Febre Chikungunya, por essas razões, não são apenas um problema de saúde, mas verdadeiras doenças socioambientais.

           Finalmente, é importante ressaltar a necessidade de melhorar o controle vetorial nos municípios infestados com Aedes aegypti, já que somente essa espécie no Brasil está, até o momento, associada à transmissão de três arboviroses, Dengue, Febre Chikungunya e Zika Vírus, e também, o enorme desafio da vigilância epidemiológica em reconhecer precocemente as novas áreas com transmissão para minimizar o impacto dessas doenças na população. (FERNANDO, 2015).

 Considerações Finais 

          Apesar dos avanços que o país tem feito nos últimos anos em relação ao combate aos agentes etiológicos e à miséria, a meta do Saneamento Básico vai totalmente na contramão desta preocupação, pois ainda é muito grande as péssimas condições em que muitas comunidades vivem, sendo uma porta de entrada para várias doenças. Desta forma vale ressaltar que o processo saúde/doença afirma o compromisso ético e político na intervenção do Estado com uma política de saúde integrada às demais políticas sociais e econômicas e com o investimento na garantia de direitos sociais e universais, que visem ações de promoção de saúde, qualidade de vida e saneamento básico adequado para toda a população. Por fim, o desafio de monitorar e avaliar a política de maneira mais incisiva no país continua, e a intervenção dos profissionais de saúde é de fundamental importância trabalhando as questões de educação e saúde. Este trabalho foi de tamanha importância pois ressalta que precisa melhorar as condições de saúde e do bem estar, e ações que visem promover o desenvolvimento para poder alcançar os objetivos gerais no campo da saúde.  

 

Referência

 BRASIL, 1988. Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília.

 BUSS, Paulo Marchiori e FILHO, Alberto Pellegrini. A Saúde e seus Determinantes Sociais. PHYSIS: Revista Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, 2007.

 BUSS, Paulo Marchiori e PELLEGRINI FILHO, Alberto. Determinantes Sociais da Saúde. Editorial, Caderno Saúde Pública, Rio de Janeiro, 2006.

 COMISSÃO NACIONAL DE DETERMINANTES SOCIAIS DA SAÚDE. As causas sociais das iniquidades em saúde no Brasil. Relatório final. Rio de Janeiro: Fiocruz, 2008. Disponível em: http://www.cndss.fiocruz.br/pdf/home/relatorio.pdf. Acesso: 29/05/2016.

 FERNANDO, Pedro. Rev. Pan-Amazônica de Saúde v.6 n.2 Ananindeua jun. 2015. Disponível em:<http://scielo.iec.pa.gov.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2176-62232015000200001>. Acessado em: 29/05/2016

 MINAYO; M. C. S. O desafio do conhecimento: pesquisa qualitativa em saúde. 8. ed. São Paulo: Hucitec, 2004.

 Ministério da Saúde. 2016. Boletim Epidemiológico 13. Disponível em: http://portalsaude.saude.gov.br/images/pdf/2016/abril/27/2016-014---Dengue-SE13-substitui----o.pdf. Acessado em: 29/05/16.

 JUNQUEIRA, fábio. Carta Educação. Disponível em:< http://www.cartaeducacao.com.br/aulas/doencas-socioambientais/ >. Acesso em: 29/05/2016.

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