Webfobia!
Por Rodrigo Maruxo | 19/09/2008 | AdmÉ estranho, talvez pra gente que viva da internet, em plena época de
web-dois-ponto-zero-quase-três, constatar que ainda há muita empresa
com medo da internet. E o que as assusta não é só ameaça de hacker,
desconhecimento de tecnologia, vírus ou a dispersão dos seus
funcionários navegando ao invés de trabalhar... No post de hoje, vamos
entender o principal aspecto desta webfobia e como encará-la de frente, transformando o bicho-papão em um grande aliado.
Que
a internet é um excelente canal para expor sua marca, produtos e
serviços, acho que todos estamos de acordo. Mas ao mesmo tempo em que
conseguimos utilizá-la para destacar todos os nossos aspectos
positivos, assim como nos acostumamos a fazer nas mídias tradicionais,
o que pega para muitos empreendedores e marketeiros que migram
investimentos para a web é que este canal é bilateral, possui eco e
também pode ser utilizada pelos consumidores para exporem ao mundo o
que acham que temos de pior em nós. Eu continuo falando pro mercado
como sempre, mas agora eu também tenho que ouvir ou pelo menos deveria
estar ouvindo (e com muita atenção) as coisas boas e ruins que retornam
pra mim.
E isso paralisa alguns. Quem vive a transição das
mídias tradicionais para a internet, aprende com alguma
dor-do-crescimento que há uma sensação leve ou pesada de perda do
controle. Mas só há motivo para temer a interatividade deste canal
quando o seu produto é ruim, sua propaganda é enganosa e você joga
sujo. A esses, sinto muito, o medo é realmente justificável. Aos que
trabalham sem se desviar dos valores que anunciam no site
institucional, que buscam a excelência a cada dia e, principalmente,
são honestos com seus consumidores, têm tudo a ganhar.
Ao se
comunicar com seus consumidores na internet não minta. Não invente.
Resista à tentação de fingir ser o que não é. Não que você tenha que se
colocar para o público como um perdedor (longe disso), mas qualquer
coisa que soe falso será sua morte. Ao falar com seu consumidor através
de um blog, por exemplo, não precisa contratar jornalistas
especializados em repetir aquela mesma ladainha dos press releases e de
briefings para a agência. O consumidor online quer ser tratado com
respeito, como um igual. E respeito é algo que se conquista através de
exemplos e atitudes. Isso a gente nunca impõe ou compra.
Se você
joga limpo, admite uma pisada na bola, agradece o puxão de orelha e -
importante - apresenta sempre uma solução, você ganha o consumidor. E
esse cara vai falar bem de você, porque você o trata como gostaria
também de ser tratado quando é você quem está do outro lado do balcão.
E por mais meios que o ser humano invente pra propagar sua mensagem,
nada supera o bom e velho boca-a-boca. Amigo te dando uma dica é mil
vezes mais respeitável que um banner te dizendo "me compra que eu sou a
melhor coisa que você poderia querer nesse momento".
Estourou
uma crise? Criaram um site "eu odeio..." pra sua empresa? Inventaram
uma comunidade engraçadinha no Orkut para falar mal de você? Deu as
caras no Reclame Aqui? Que bom! Agradeça a oportunidade. Oportunidade
de vir à público, mostrar que é uma empresa séria e que resolve. Entre
no jogo. Não na guerra. Nem na fuga. Mas parta do princípio de que
enquanto houver gente falando de sua empresa, haverá oportunidade de
fazer uma boa propaganda da sua empresa com muito mais solidez que
qualquer outra forma de comunicação.
E quanto mais fizer isso,
mais você conquista aliados. E este pessoal, que não ganha salário nem
tem ações da sua empresa, vai sempre te acompanhar os passos e te
defender lá fora, como se fosse também dono do negócio.
Isso se conquista, dá um pouco de trabalho, mas não pode ter medo!