A construção do conhecimento matemático, alicerçado e fundamentado por meio das tecnologias em tempos de pandemia

Por Denise Aparecida Bonfim | 04/11/2020 | Educação

INTRODUÇÃO

A educação atual encontra-se em crise, o ensino desconectado com o mundo, barreiras humanas impedem a entrada das tecnologias dentro dos setores escolásticos, tornando-se uma colossal inquietação contemporânea. 

A tecnologia é encontrada por todo o planeta, foi criada para ser utilizada, afim de facilitar a vida humana. No ensino, as ferramentas tecnológicas, podem ser usadas de forma estratégica, potencializando a aprendizagem, estabelecendo laços entre os alunos e a matemática. 

Atualmente, um vírus, denominado coronavírus, assombra toda a humanidade, em territórios brasileiros, foram deliberadas ações reguladoras estabelecendo regras e imposições de isolamento social. As escolas pararam, a partir de diligências estipuladas, buscando conter a pandemia de coronavírus mudando toda a forma de viver, de se manifestar e se concatenar ao mundo.  

O desenvolvimento gradativo do ensino e da aquisição da aprendizagem não pode parar, o conhecimento circula rapidamente, surgindo uma readaptação global, abrindo espaço para inserção das tecnologias nos territórios pedagógicos instrucionais, escacando toda uma estrutura escolar oclusa, escancarando portas que há muito não deveriam estar fechadas. 

Estudar matemática de forma tradicional e mecanizada não é nada prazeroso. Fórmulas, centenas de exercícios em uma existência inoperante, trava o desinteresse diante a incompreensão, pois não há motivação que desperta a atenção do aluno no ensino. A estruturação do conhecimento da matemática, pode ser fomentada a partir de aulas dinâmicas, planejadas, apoiadas a ferramentas tecnológicas, conectadas com a realidade, desenvolvendo o pensamento matemático crítico, levando o aluno a uma melhor compreensão, motivando-o junto à disciplina. A aprendizagem da matemática pode ser construída de forma divertida e desafiadora, com coerência, chamando a atenção do aluno ao conhecimento apresentado, percebendo algum sentido, instigando-o a querer aprender. 

Mas realmente é possível aprender matemática de forma simples, prazerosa e divertida? A partir de uma simples observação, é possível se deparar com uma descomunal profusão de alunos, que fastidiosos com a disciplina de matemática, em uma condição desmotivadora, imergidos a uma série de exercícios infundados, e um sistema avaliativo punitivo e excludente.  A matemática integra todo o planeta, uma disciplina conduzida à vida, ao cotidiano da sociedade, uma instrução de incalculável importância para o avanço de toda uma nação, porém a escola a transforma em um fardo, batendo recordes de rejeições. Buscando reverter este quadro, é possível questionar: e agora o que fazer para desenvolver habilidades cognitivas relacionadas à aprendizagem matemática? 

As tecnologias são criadas para a melhoria da vida humana, podem ser empregadas no ensino da matemática de forma fecunda e estratégica, vivemos mergulhados em um tsunami de inovações e que, não há razão para que a educação fique à margem do florescimento tecnológico. Então como é possível utilizar as tecnologias para enriquecer a aprendizagem e colaborar com o desenvolvimento e o entendimento do aulista, durante as aulas de matemática?

Este tema é de vasta importância, buscando contribuir com o ensino de matemática, usando a tecnologia como instrumento estratégico, para impulsionar a aprendizagem. Preocupa-se também em buscar metodologias ativas, levando os alunos a compreenderem a disciplina, gostando de aprender, construindo o conhecimento de forma clara, leve, prazerosa e divertida. Os alunos estão acostumados a resolver problemas fora do contexto da realidade, é necessário rever os métodos utilizados de ensino e aprendizagens, e incorporar atividades que os ajudem a organizarem suas ideias, junto a seus conhecimentos prévios, de forma a fomentar os novos.

Este trabalho objetiva investigar, alicerçado a uma perquisição bibliográfica, o impacto da empregabilidade das inovações tecnológicas, no sistema de instrução e do processo de aprender da disciplina escolar de matemática na contemporaneidade. Neste sentido, busca-se identificar problemas relacionados com a rejeição da disciplina de matemática, e a possibilidade de impulsionar a aprendizagem adquirida, tendo como rico instrumento de apoio, as tecnologias usuais.  A produção deste trabalho, similarmente, demanda perscrutar transmutações, perante alicerces educacionais em tempos de coronavírus. Enfim procura-se abordar sobre os desafios contemporâneos no processo de ensino-aprendizagem: a construção do conhecimento da matemática alicerçadas e fundamentada por meio das tecnologias em tempos de coronavírus.

DESAFIOS EDUCACIONAIS NA CONTEMPORANEIDADE



A educação contemporânea está atrelada a grandes desafios, segundo Larrosa (2013), a escola pública atual encontra-se desconectada, atrasada, pregando valores não mais aceitos, como obediência, hierarquia, disciplina e outros, os alunos não aceitam mais a passividade. Para o autor, a escola também está distante do mundo do trabalho, é necessária uma nova reestruturação do modo de aprender e ensinar, levando os alunos a ampliação de suas habilidades cognitivas, sua autonomia, o senso crítico, indagando e testando o conhecimento assimilado, incluso a um esquema de ensino que permite a sintetização e a organização de ideias, apresentando o conteúdo de forma clara, sendo permitido o real entendimento discente (SCHIO, 2020). 

Segundo a professora Schio (2020), as tecnologias não devem ser “domesticadas”, devem ser usadas e exploradas em prol à educação, de forma edificante, acentuando técnicas de ensino ou possibilitando um entendimento superior da questão estudada. Consoante a exploração realizada pelo IBGE (2018) Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas, mostra que, 79,1% das residências do país, utilizam a internet, sendo importante estes dados para este trabalho, devido a utilização da internet estar relacionado ao principal acesso ao conhecimento e à sua construção, durante a pandemia. 

Segunda a pesquisa IBGE (2018), o equipamento tecnológico mais utilizado é o celular, com uma maioria de pessoas conectadas, em uma realidade, que pode e deve ser usada para fins escolares, utilizando as ferramentas tecnológicas de forma a inovar o processo de formação do conhecimento,  valendo-se este, um dos notáveis desafios da educação da atualidade. Um país com 211 milhões de habitantes (CENSO, 2020), nota-se a partir dos dados do IBGE (2018), que mais de 20% da população não tem acesso à internet, causando em tempos de pandemia, uma grande exclusão social. A internet utilizada, é menos usada nas regiões norte e nordeste conforme pode-se observar na figuras 1 e na 2, excluindo deste modo, uma considerável porcentagem populacional, contribuindo com o desfavorecimento e empobrecimento desta população, agravando os problemas sociais existentes, sendo urgentemente, necessárias políticas públicas educacionais responsáveis, voltadas para a educação de qualidade em prol a todos. [...]

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