VOTO NO BRASIL

Por Claultyon Andrey Farias | 12/01/2011 | Direito

VOTO NO BRASIL
O momento eleitoral é sempre uma chance de redenção ou de reafirmação de sua capacidade de discernimento. Redenção, se votou mal na eleição passada. Reafirmação, se votou certo.
O brasileiro não saber votar? Se o saber é através da experiência, tem muito ainda a aprender. Afinal, esta dando os primeiros passos na democrática decisão de escolher seus governantes.
Quer ver?
O Brasil nasceu em 1500, mas tornou-se Nação, apenas em 1822, com a Independência. Uma Monarquia. Durante o Império, o povo era impedido de participar da vida política. O voto era censitário. Só votava quem tinha determinada renda. Coisa de rico e restrito aos homens que fossem católicos e brancos. A esmagadora maioria não votava, e as decisões vinham de cima para baixo.
Em 1889, veio a Republica. O voto deixou de ser censitário e acabou a escravidão, mas as mulheres e analfabetos ainda não podiam votar. E o voto era aberto; as cédulas eram publicadas em jornais, onde era recortadas e usadas para votar. Outras vezes, a cédula entregue fechada e já preenchida. Muitos eleitores votavam duas vezes ou mais, votam até em lugar dos ausentes. Também não havia Justiça Eleitoral. Enfim o governo decidia quem era o vencedor. Oposição nunca chegava no poder.
Em 1930, Getulio Vargas inaugurou uma nova era. Mas agarrou-se ao poder por 15 anos. Ainda não existia democracia.
Em 1945, aconteceu a primeira eleição livre e universal no Brasil. Eleições limpas, sem fraudes e mulheres votando. Foi eleito Eurico Gaspar Dutra. E seguiram-se três eleições: a de Getulio Vargas em 1950, Juscelino Kubitschek em 1955 e de Janio Quadros em 1960.
Veio a Revolução de 1964. Os militares, que não eram eleitos pelo povo, revezaram-se no poder até 1985. Nesse ano, ainda sem eleições populares, Tancredo Neves foi eleito pelo Congresso, mas nem chegou assumir; morreu antes da posse, e José Sarney governou até 1989, quando o povo voltou as urnas, 29 anos depois, para eleger Fernando Collor. Itamar Franco substituiu Collor sem ter sido eleito, era o Vice. Numa manobra política, ficou no poder ate 1994, quando se elegeu Fernando Henrique Cardoso.
A eleição de 2010 foi a décima vez que o povo votou para presidente em toda a História do Brasil. Dos dez presidentes eleitos pelo povo ? Dutra, Getulio, Juscelino, Janio, Collor, FHC, Lula e Dilma ? três não terminaram seus mandatos (Getulio se matou, Janio renunciou, e Collor foi afastado); dois foram reeleitos, FHC e LULA. E Dilma a primeira mulher no comando. Portanto, desde 1500 apenas quatro presidentes terminaram seus mandatos.
O brasileiro esta na escola primária do voto. Não significa que não saiba votas. Significa apenas ainda que não tem uma história eleitoral. Todavia, não se exime da culpa. Com ou sem experiência, cada um de nós é responsável pelos governantes do Brasil, mesmo que não tenha votado neles.
O voto pode expressar as aspirações pessoais, mas também deve manifestar os anseios de uma Nação. Essa é a verdadeira força do voto.
Se nos omitimos em cobrar os governantes, alguém vai tomar nosso lugar, se não fizermos nada, alguém vai fazer, se não nos envolvemos, os políticos farão discursos que lhes agrada.
O mais incrível disso tudo é que ainda existem eleitores que entram na cabina indevassável sem saber em quem votar. E depois reclamam! Esses maus eleitores geralmente são os que mais criticam os maus políticos, mas são iguais.
Só existe maus políticos porque existem maus eleitores. Só existe corrupção se existir corruptor e um corrompido. O voto só pode ser comprado se houver alguém disposto à vendê-lo. O político não tem culpa de ocupar um cargo publico. Ele só chegou lá graças ao voto. Alguém votou nele!
Por todos estes motivos expostos, temos a necessidade de se alertar da importância do voto, é uma força que tem peso da consciência humana.