VOLTAR A SER
Por Maria José de Azevedo Araujo | 28/09/2009 | PoesiasDesejos ardentes de sobreviver,
De voltar a ser...
O ser que sempre fui e que se distanciou de mim.
Quem sou eu?
E esta solidão?
E esta incompletude?
Faz-me lembrar o dia a dia,
E a cada dia,
A sensação do que já fui e não sou mais.
O tempo,
Perverso tempo.
Refreou a minha coragem,
A minha dosagem,
De ânimo...
De alegria...
De atrevimento...
De desprendimento...
O desencanto de descobrir-me,
Mais pacata,
Mais pacífica...
Mais submissa...
Nulificado no meu ser.
Busquei sempre o percurso da completude,
De olhar o outro,
De beneficiar o outro.
Hoje, o vazio incomoda-me
Embora cheia de tarefas para dar conta nesta vida.
E o carrossel da plenitude procura-me.
Desejos ardentes de resistir
De voltar a ser
O ser que fui e que se distanciou de mim.
De arrebatar a felicidade
Nas mudanças de atitudes,
Nas esferas mais espirituais
Pois é vida não foi feita para o ter,
Foi feita para o ser.
Quero ser...
Para promover a paz fraterna,
A todos que estão próximos de mim.