Você tem preconceitos?

Por Pedro Virgínio P. Neto | 16/01/2016 | Educação

 

“E as palavras impostas de maneira imprópria e inepta, bloqueiam espantosamente o intelecto. (…) E os homens são, assim, arrastados a inúmeras e inúteis controvérsias e fantasias.” (Francis Bacon)

 

Uma das palavras mais utilizadas atualmente é PRECONCEITO. Se alguém disser que não gosta de fank, ou do programa “esquenta”, ou de qualquer outra forma de expressão quer seja cultural, política ou religiosa, há sempre alguém pronto para gritar em tom de acusação: “Isto é preconceito!” Mas como poderíamos definir preconceito? Será que todas as pessoas (homens e mulheres, adultos e crianças, políticos de direita e políticos de esquerda, heterossexuais e homossexuais, católicos e protestantes, etc) não carregam seus preconceitos?

Preconceito não é um tipo de ação, mas um erro de julgamento ou de análise. É um ACHISMO. É uma conclusão sustentada sobre como é uma pessoa ou uma situação sem ter conhecimento direto sobre ela. Há quem pense que todo padre é pedófilo, e logo tranfere sua crença para o Padre Zé a quem acabou de ser apresentado. Imagina-se que todo político é corrupto, que todo chinês luta kung Fu, que todo Pastor é manipulador, que todo socialista é abnegado e voltado para o bem comum, que nenhum budista se exalta, que todo cientista é ateu, que todo evangélico é alienado, que algum ser humano é livre de preconceitos, que violência doméstica nunca é praticada por mulheres, que todo craque de futebol é de origem pobre e outras tantas.

Um preconceito é geralmente uma generalização, nem sempre explícita acompanhada das palavras TODO, NENHUM, TODO MUNDO OU NINGUÉM. As vezes só uma imagem basta para transmitir a mensagem. O facebook está repleto delas. Nós compartilhamos muitas vezes preconceitos na “boa intenção” de combater preconceitos. Só duas atitudes podem quebrar muitos dos meus e dos teus preconceitos: A autocrítica de nossas certezas (O reconhecimento de nossa ignorância) e uma permanente disposição para aprender e conhecer. Uma terceira ação: Não passar adiante mensagens preconceituosas (geradoras de preconceitos).

Neste sentido o preconceito pode gerar atitudes criminosas, quando o expressamos e tem lugar a DISCRIMINAÇÃO que, diferentemente do preconceito, não é uma abstração da nossa cabeça, mas um ato concreto de afronta ao direito do outro, que não é só o direito do outro, antes é nosso direito, já que todos “somos iguais perante a Lei.