VIVA SABIAMENTE ?
Por Luciano Machado | 23/02/2009 | Filosofia
Viver sabiamente, eis o objetivo a ser
alcançado pelo ser humano, já que os demais seres, todos eles, quando em seu
próprio elemento, vivem conforme as leis da natureza.
Os leões, os tigres, os javalis e
gatos selvagens não nasceram para viver enjaulados e servirem de curiosidade e divertimento
em jardins zoológicos; as plantas e as flores não nasceram para serem
arrancadas do solo de origem, colocadas em vasos ou replantadas em condições
desfavoráveis em casas e jardins, muitas vezes abandonadas ao sol e sem regar;
e os peixes não sobrevivem por muito tempo em aquários. Da mesma forma o homem,
como animal que também é, e que se diz superior aos demais, não nasceu para
viver enjaulado ou atrelado a esta ou àquela condição, nem um escravo dos
caprichos de outrem ou de qualquer vício.
O homem, como todos os animais, nasceu para ser livre, a seu modo,
assumindo o custo e as conseqüências dessa liberdade.
A
Mãe-Natureza nos mostra como viver sabiamente, segundo suas leis; basta que prestemos
atenção nas lições que diariamente ela nos proporciona através do seu manancial
de ensinamentos.
Na
hora que precede o amanhecer, por exemplo, temos o silêncio anterior a qualquer
ruído, antes mesmo do despertar dos pássaros.
Este silêncio nos conduz à clássica meditação sobre “quem somos, de onde
viemos, onde estamos, o que estamos fazendo aqui, qual a nossa missão neste
mundo e para onde vamos”. Esta indagação
múltipla deve permanecer conosco e ser reformulada, a cada dia, antes do amanhecer.
Depois,
a natureza se enche de sinais e manifestações.
Essas manifestações são a resposta à nossa indagação, de que fazem parte
o céu estrelado e os astros do firmamento, a aurora, a brisa matinal sensível
que fala conosco através das sensações e move os ramos das árvores e das
plantas; o cantar dos pássaros e aves; as vozes características dos animais; o
movimento dos pequeninos seres como joaninhas, centopéias, besouros, abelhas,
borboletas e todo um universo biológico
que os indivíduos, homens e mulheres em geral, e não somente os biólogos, deveriam observar atentamente.
O
que aprender diante disso?
Embora
não tenhamos em vista uma lição definida a ser retirada desse contexto, ele aos
poucos, com o auxílio de nossa atenção, nos vai mostrando coisas e fatos
interessantes. Se, por exemplo, nos
aproximarmos cautelosamente de uma teia de aranha em fase de construção,
aprenderemos como ela a constrói; e se já está pronta, como funciona e para que
serve. E assim em relação aos demais
seres, grandes e pequeninos, no desempenho de suas funções e atividades. Porque eles são importantes em seu devido
lugar e cada um deles tem uma razão de ser em seu habitat, assim como as
pessoas na sociedade.
Observemos
um passarinho em seu ninho dando comida aos filhotes, uma lesma saindo do seu
caracol, uma bela joaninha em seu delicado vôo, em sua faina a abelha e o beija
flor, a borboleta deixando o seu casulo, voando e pousando nas flores, a
formiga em sua trilha, a minhoca adubando e revolvendo a terra ... e teremos
muito a aprender. O que nos
ensinam? A viver e trabalhar. Porque todos eles, inclusive a lesma
vagarosa, não ficam sem fazer nada. Os únicos preguiçosos são o homem e os
animais domesticados, como a vaca, o porco, o cavalo (o maior escravo do homem),
o gato e o cachorro, quando nós os colocamos em mau costume. Mas deixemo-los voltar ao estado selvagem e
natural de viver de acordo com as regras do seu ambiente e passarão a agir de
modo diferente.
Quanto a nós, homos sapiens sapiens,
a despeito da preguiça, da acomodação, da alegação da falta de tempo, do vício
e da ignorância, pelo simples fato de
pensar já estamos fazendo alguma coisa importante. E isso não nos rouba tempo. Muito pelo
contrário. Porque, se nos disciplinarmos, teremos tempo de sobra para observar
a natureza, meditar e aprender muitas coisas, inclusive com as plantas, as
flores e pequenos animais, que também se comunicam conosco e são, sem segundas
intenções, nossos mestres, com cuja linguagem devemos tentar nos familiarizar.
Este
artigo, piegas para alguns, não tem a pretensão nem o objetivo de doutrinar,
abarcar ou concluir coisa alguma em si mesmo.
Foi escrito como um mero e livre
exercício do pensamento e da palavra.
Mas
quero deixar aqui uma mensagem que vai nos ajudar a viver melhor. Ela diz o seguinte:
Entrega a Deus as tuas inquietações
e anseios de paz e justiça e vive com trabalho e amor, de modo que ninguém te
inveje, ninguém te despreze, ninguém te odeie, ninguém te ofenda ou tenha raiva
de ti.
(Luciano Machado)