Visão Histórica Da Educação Brasileira
Por Marilene Schwinn | 04/07/2008 | EducaçãoA autora, Profª
Ms. Joana Maria R. de Santo, mostra que o contexto educacional
brasileiro, desde a missão jesuítica,
até a aprovação da Lei de Diretrizes e
Bases da Educação, nº 9394/96, é
centrada no que “o estado deseja e
impõe”, a educação fica
sempre em segundo plano. A história da
educação no Brasil teve inicio com
aproximadamente duzentos anos de catequização e
instrução católica, ministrada pelos
jesuítas. Em 1759, o Marquês do Pombal, ao
expulsar os jesuítas e inserir o ensino laico, destruiu a
organização educacional existente, e por
não contar com infra-estrutura e profissionais
especializados, institui aulas régias, que, em seu
entendimento seriam suficiente para atender as necessidades da
população. E assim, a
instrução ministrada foi
assistemática, limitada e sem profissionais qualificados por
mais de quarenta anos, até que, licenças para
docentes foram concedidas pelo vice-rei. Em 1808, Dom João
investiu no ensino técnico e superior, com a
criação da Academia Militar e Academia da
Marinha, mas a educação do povo, com ensinos
primário e médio foi deixado de lado. Neste
período, mais uma vez os interesses do estado estava em
primeiro plano, pois com esses investimentos a defesa do reino ficou
garantida. Pouco foi feito no período colonial para atender
a população. Com a independência, um
ato adicional criou sistemas paralelos de ensino nas
províncias, com o objetivo de descentralizar alguns poderes
da coroa e uma educação maior com o ensino
básico. Mesmo com a criação da
Inspetoria Geral da Instrução Primária
e Secundária, um órgão com
função de fiscalizar e orientar, o ensino o
ensino continua precário e sem professores habilitados.
Cria-se então as primeiras escolas normais no
país em uma tentativa de melhorar a
educação. Em 1837, com a
criação do Colégio Pedro II, busca-se
um estabelecimento modelo de estudos secundários com
freqüência livre, matrículas avulsas e
exames finais por disciplina. Porém, em 1888, “com
o reconhecimento dos graus conferidos pelos liceus
provinciais” aboliu-se as matrículas avulsas, os
exames vagos e a freqüência livre no
Colégio Pedro II, o primeiro passo para a
instrução a nível nacional. Em 1850,
Couto Ferraz, reformulou o ensino superior na corte, mas apesar das
iniciativas de alguns teóricos o ensino continuava
precário e sem uma política educacional de
qualidade, pois beneficiava uma pequena parte da
população. Fez-se necessário a
instalação do ensino técnico, devido
as mudanças que estavam acontecendo na economia e com isso o
ensino secundário passa ao controle direto da
união. A instrução
primária, profissional e o ensino normal passaram a ser de
competência dos estados. Na República surge um
novo perfil educacional, voltado para o ensino industrial, com a
criação de leis, decretos e atos institucionais,
do ensino primário até o
universitário. Em 1924, surge a
Associação Brasileira de
Educação (ABE), para o desenvolvimento do Plano
nacional de Educação, que tentava criar uma linha
de diretrizes curriculares, pela necessidade de uma nova
política educacional. João Luis Alves instituiu,
em 1925, a seriação e a
aprovação de cada ano. Com a
revolução de 1930, Cria-se o
Ministério da Educação e
Saúde Pública, onde o estado começa a
organizar o ensino em todo o país. Em 1931, o Conselho
Nacional de Educação surge como um
órgão consultivo e promove a reforma do ensino
secundário, com freqüência
obrigatória, currículo seriado e
divisão do curso em dois ciclos e
ampliação do mesmo para sete anos. Com as Leis de
Diretrizes e Bases 4024/61, 5697/71, o ensino começa a ter
um perfil nacional, com a elaboração de
currículos mais flexíveis, planejamentos e mais
autonomia nas escolas. A LDBEN 9394/96, introduz os
Parâmetros Curriculares Nacionais, mais uma forma de
direcionar a educação no país. Do
período colonial, até os tempos atuais, a
política educacional é adequada aos desejos do
estado. Desde a educação jesuítica,
que existiu nos primeiros séculos no Brasil, como forma de
atender as necessidades da população e a busca
por novas linhas pedagógicas, não mudou a
política educacional brasileira que visa os interesses do
estado. Com todas essas leituras da realidade, não se
conseguiu atingir os verdadeiros objetivos da
educação, ou seja, o que se espera e o que se
oferece, dentro da igualdade e liberdade de todos os envolvidos com o
ensino no Brasil.