Violência infantil
Por Elaine Pereira | 19/11/2009 | Psicologia
Violência infantil não é apenas agressão física: pode ser abordada por vários ângulos; várias causas/conseqüências.
CONCEIÇÃO, Elaine Pereira; acadêmica do 4º semestre de psicologia da Faculdade de Quatro Marcos – FQM
Resumo
A violência que comumente é dirigida as nossas crianças e adolescentes é motivo de grande preocupação para o poder público e a sociedade civil e precisa ser combatida com veemência. A violência nem sempre consiste na agressão física propriamente dita que é ostensiva, visível, que causa as vezes clamor social. Existe a violência silenciosa, evidente mas, não vista (ou não se quer ver), perpetrada as vezes a luz do dia, aos olhos da sociedade e das autoridades, porém passa desapercebida, esta é a mais difícil de se combater.
Palavras-chave: Violência. Agressão. Criança
Introdução
Neste artigo pretendendo colocar em discussão a participação da saúde coletiva na abordagem teórica e prática da violência, sobretudo com os instrumentos que são mais caros ao campo como as noções de prevenção e promoção. Para isso, buscaremos articular esses conceitos, assim como o de violência, tentando provocar um debate necessário na pauta tradicional do setor saúde, freqüentemente voltada para os termos biomédicos que dizem respeito à saúde física e à história natural das doenças. As razões são muitas algumas vêm do próprio âmbito onde historicamente o fenômeno tem sido tratado, o terreno do direito criminal e da segurança pública.
Violência na infância como uma questão cultural
O crescimento do interesse do setor para pensar, em seu interior, o fenômeno da violência pode ser de fato sintetizado, por um lado, na própria ampliação contemporânea da consciência do valor da vida e dos direitos de cidadania; de outro, nas observações sobre as mudanças no perfil de morbi-mortalidade no mundo e no país. A transição epidemiológica nacional, observada do ponto de vista da mortalidade, vem apontando para a substituição das antigas epidemias e das doenças infecciosas e parasitárias para um perfil onde as doenças do aparelho circulatório, as causas externas e os neoplasmas ocupam os três primeiros lugares, respectivamente.
Pensando na prevenção da violência
É importante esclarecer o que se denomina e o que abrange o papel preventivo que pode desempenhar o setor saúde. Prevenção, como noção do senso comum significa antecipação da decisão sobre uma situação de risco. Na área da saúde, prevenção é uma categoria fundamental, tanto no que diz respeito aos fatores desencadeantes dos agravos, como enquanto componente dos atos terapêuticos. Desta forma, no nosso entendimento, pensar qualquer programa de prevenção e mudanças no campo da violência no Brasil, significa combinar a atuação no campo macro-estrutural, nas questões conjunturais que expressam problemas estruturais, nos problemas de ordem cultural e nas relações interpessoais, no âmbito privado e público.
Experiências e propostas de prevenção
Nesta parte terminal deste artigo descrevo algumas experiências e propostas de prevenção e de melhoria dos indicadores de violência que estão ocorrendo no mundo e também no país. Sua descrição tem o objetivo de discutir que, assim como no campo dos direitos e das liberdades, existe um movimento da sociedade e do estado para olhar esse fenômeno com mais cuidado, abordando-o nos aspectos negativos (as conseqüências) e nos aspectos positivos (a qualidade de vida). Como lembra Chesnais (1981) em seu estudo, os dados de violência em determinado país são indicadores poderosos para se avaliar a qualidade de vida, pois dizem respeito tanto a condições gerais de existência, de trabalho, de sociabilidade, como a vivência de uma cultura de diálogo e tolerância que reatualiza na cotidianeidade, os direitos e os deveres dos cidadãos. .
Considerações Finais
Pela reflexão apresentada anteriormente, concluímos que qualquer projeto de prevenção da violência deve levar em conta a complexidade desse fenômeno que possui raízes macro-estruturais, formas de expressão conjunturais e atualização na cotidianeidade das relações interpessoais. Por causa de seu caráter complexo, a partir de qualquer ângulo que seja abordado esse processo social, as análises têm que ser abrangentes e específicas simultaneamente, assim como devem envolver diferentes contextos e atingir os sujeitos que sofrem ou provocam intolerância, conflitos e agressões.
Referências Bibliográficas
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