Violência Escolar (caso da Escola de Carapicuíba)
Por Ciro Toaldo | 12/06/2019 | EducaçãoO episódio da escola de Carapicuíba!
Professor Me. Ciro José Toaldo
Fazem quase trinta anos que atuo no magistério, entretanto, nos últimos anos, vejo cenas estarrecedoras que demonstram o quanto está difícil exercer essa profissão. As razões são inúmeras, elas passam pela desvalorização salarial e por outros fatores abordados neste artigo.
Dizer que o salário não tem importância, seria algo hilariante, mas tenho a coragem de afirmar que não é o fator determinante para dizer o caos que se encontra nossa educação.
Vamos por etapa. Primeiro se deve afirmar que estamos inseridos numa sociedade onde tudo é permitido. Nesta perspectiva caímos na promiscuidade e na falta do limite para com tudo. O fato que aconteceu na semana passada em Carapicuíba (SP), numa escola pública, onde os alunos lançaram cadeiras e carteiras sobre uma professora, transformando a sala de aula num campo de guerra e filmaram, colocando as imagens nas redes sociais, expressa como a nossa sociedade perdeu o senso do equilíbrio. Este episódio que aconteceu dentro de uma escola de pública, mantida com dinheiro de todos nós, mostra o nível que a educação do Brasil chegou! É triste ter que escrever sobre barbaridades que estão presentes na Educação Básica, mas também no Ensino Superior. E, como poderemos ter avanço no ensino, tendo comportamentos como estes?
Verdade seja dita, crianças e jovens perderam a dimensão do respeito e dos limites, para eles parece que o mundo existe apenas para seu grupo e, levam para as salas de aulas este catastrófico comportamento, tirando da escola a sua essência, ou seja, o estimulo para se promover o conhecimento!
Outro aspecto que não pode ser deixado de lado é o descompromisso das famílias; aliás, os jovens da escola de Carapicuíba, com certeza, não tem o acompanhamento de seus pais, caso tivessem, aquela barbárie não teria acontecido. Até quando teremos este descompromisso de inúmeras famílias que fazem da escola um depósito de criaturas, atribuindo o ato do educar exclusivamente à escola?
Não afirmo que toda a culpa seja da família, a escola também precisa rever suas posturas e conceitos, seus gestores, professores e todo seu quadro precisa constantemente passar por avaliação. Mas, nada justificará atos como os registrados nas imagens da escola pública de Carapicuíba!
Não quero perder a oportunidade de escrever algo intrigante: estamos frente a uma geração de jovens que parecem ‘serem feitos de açúcar’, pois não conseguem enfrentar conflitos, resolvem de sua forma, outros ficam depressivos, além de ter aqueles que buscam a válvula de escape em meios ilícitos e ainda há os ‘revoltados’ que seguem a via do ‘vamos quebrar e detonar tudo’, como se fez na escola pública de Carapicuíba.
As exceções existem, pois temos jovens e famílias, mesmo com inúmeros problemas, sempre se fazem presentes na escola e sabem muito colocar limites nos filhos. Às vezes penso como Maquiavel, caso não se aprenda pelo amor, a dor e o sofrimento tonam-se o único caminho! Quantas mães esquecem essa verdade e quando os filhos são punidos, pelos rigores da lei, os delinquentes defensores dos ‘direitos humanos’ buscam defender quem se tornou bandido. São inversões de valores, caso fossem corrigidos na hora certa, não teríamos episódios como este em nas escolas.
Tenho consciência que este tema é polêmico e abre espaço para um grande debate. Não podemos ficar calados, nem cruzar os braços frente a episódios como estes que se repetem diuturnamente em nas escolas brasileira.
Pense nisto e até o próximo!