Vinte E Poucos Anos
Por Riva Moutinho | 26/06/2008 | PoesiasVINTE E POUCOS ANOS
Uma carta assinada sobre a mesa da sala
Procura explicar o que ninguém consegue entender.
Papéis virtuais amontoados mostram palavras
Que sempre fizeram sentido em meio a falta de percepções.
Nem tudo é fácil de entender
E todos, em algum momento, submergem em seus egoísmos.
Não há explicação pra tudo o que acontece
E todos, em algum momento, julgarão alguém.
Ela gostaria apenas de compreender algumas coisas,
De se sentir compreendida em outras,
De perceber que o mundo não é apenas o que sente
Mas o que faltou sonhar.
O que a gente quer a gente não faz
Qualquer transformação parece ser mera encenação.
E não se curar do que passou resulta em remédios
E em tratamentos vãos.
Ninguém afasta o anjo triste quando ele chega.
Ninguém entende quando alguma dor aparece.
Há pouco tempo atrás ela se trancou no quarto por vários dias,
Não entendia porque a vida funcionava assim.
Das vezes que as lágrimas foram suas companhias
Não houve alguém que a pudesse ouvir
E a dor de sentir o que o mundo produz
Confundiu a lógica de sua compreensão.
Tão abstrato quanto desaparecer
É não perceber que ao lado pode ter alguém
Com algum sentimento
Que provavelmente você recriminaria.
Tanto tempo perdido com inúteis satisfações.
A conduta moral do mundo é tão hipócrita
Quanto a cerne de cada ser humano,
Onde todos se configuram com alguma máscara.
Ela não vai voltar
E cada momento que se foi... se perdeu.
Talvez alguém entenda agora,
Mas agora tanto faz.
Ela tinha vinte e poucos anos.
Riva Moutinho 26/06/2008