VIDA APÓS A MORTE

Por João Vitor Mariano | 21/01/2011 | Religião



A morte ainda é algo que assusta e apavora o ser humano, mesmo sendo a única certeza que temos na vida. Embora muitas pessoas evitem discutir esse assunto escolhi escrever sobre ele, porque acredito que só é possível descobrir o verdadeiro sentido da vida quando encontrarmos um sentido para a morte.
A morte é apenas uma porta que se abre em meio a um caminho infinito. É uma transição e não um ponto final. Uma frase do grande teólogo Pierre Teilhard de Chardin resume perfeitamente minha crença: "Não somos seres humanos passando por experiência espiritual, mas somos seres espirituais passando por uma experiência humana". Nós somos espíritos, criados por Deus, vivendo temporariamente num corpo. O corpo é finito, a alma é imortal.
O Novo Catecismo da Igreja Católica ensina que nossos pais nos dão o corpo, porém, nossa alma não é produzida por eles. Viemos de Deus! Somos, portanto, imortais. Nossa alma não perece quando separa do corpo no momento da morte. (NCIC 366)
Nosso espírito está permanentemente em processo de crescimento. Jesus lançou um desafio a cada uma de nós: "Sede perfeitos como vosso Pai do céu é perfeito". Precisamos aprender que só poderemos morar definitivamente junto de Deus quando atingirmos esse estado de perfeição exigido por Jesus, e essa perfeição só é possível depois de percorrermos uma longa jornada. É para isso que estamos aqui na terra: para aprender e evoluir.
Após a morte, cada um receberá do Pai a sua recompensa, uma nova morada. Essa é uma promessa de Jesus: "Na casa de meu Pai há muitas moradas. Se não fosse assim, eu vos teria dito, pois vou preparar-vos um lugar". (Jo 14,2)
Apesar da dor que nos causa a separação daqueles que tanto amamos, devemos ter em mente que não é uma separação definitiva, e que as pessoas que tanto amamos continuarão vivas e em comunhão conosco. O ente querido não morreu, apenas foi viver numa dimensão diferente. O Novo Catecismo da Igreja Católica ensina que "a união dos que estão na terra com os irmãos que estão em Cristo de nenhuma maneira se interrompe e que eles não deixam de interceder por nós ao Pai". (NCIC 955 e 956) Santo Domingos, antes de morrer, disse aos seus irmãos: "Não choreis! Ser-vos-ei mais útil após a minha morte e ajudar-vos-ie mais eficazmente do que durante a minha vida".
Para o consolo do nosso coração, a Igreja afirma que não somente devemos rezar pelos irmãos falecidos, mas que eles também intercedem por nós. Desta maneira formamos uma única família com aqueles que estão em Cristo, nos comuni¬cando uns com os outros em mútua caridade. (NCIC 958 e 959)
Que a certeza do encontro definitivo com aqueles que tanto amamos possa nos consolar e nos fortalecer enquanto caminhamos nas estradas desde mundo.


João Vitor Mariano
Uraí - Paraná