VIDA ACADÊMICA

Por Emilia Raymundo de Souza | 24/04/2011 | Educação

VIDA ACADÊMICA
Autora: Emilia Raymundo


Para melhor entendimento do que eu quero expor, começarei do inicio da minha vida acadêmica.
Bem antes de prestar o vestibular, cursei o pré-vestibular comunitário da minha comunidade e só fui cursar para me refugiar dos problemas que estava passando, era isso ou a loucura, tinha que desviar minha mente para outra direção.
Lembro-me do dia da última prova, eu estava no meu pior dia, peguei a prova olhei para ela e disse ao Senhor: Senhor sabe que não mereço passar, pois nada estudei, não estou com cabeça para estudo, seja feita sua vontade e não a minha. Fiz a prova e passei!
No primeiro dia de aula chequei cedo, estava ansiosa e ao mesmo tempo com medo do que ia encontrar afinal de conta eu não era mais uma adolescente e a minha grande preocupação era saber se iria dar conta, dos momentos que iria vivenciar em sala com pessoas que estavam acima do meu tempo , entrei na faculdade aos 40 anos, conheci a turma e alguns professores. Era um mundo novo, cheios de novidades e pessoas diferentes, com idéias diferentes, me fazendo esquecer por um momento as turbulências da minha vida pessoal.
Períodos iam e vinham, e eu estava lá, aplicada e atenta a tudo, cheia de energia para a realização das tarefas, até que num período em que eu estava cursando uma disciplina com um mesmo professor de períodos anteriores e do qual eu admiro muito e costumo dizer que ele é fera em conhecimento apesar do acontecido que irei relatar.
Ele passou um trabalho em grupo, diga de passagem eu costumo levar as atividades a sério. O professor mesclou os grupos desfazendo o que na linguagem popular chamamos de panelinhas e infelizmente não deu certo.
O meu grupo marcou o primeiro encontro, liberando os alunos que só poderiam chegar mais tarde porque estariam de serviço no dia marcado, eu fiquei responsável de passar para eles o assunto, pois trabalho como plantonista. Fui ao encontro e ninguém apareceu. Pesquisei sozinha vários artigos e levei para expor as minhas idéias para o grupo ,ao chegar à sala, dois indivíduos do grupo viraram para mim e disseram : já fizemos a nossa parte! Vocês falam a parte de vocês e a gente fala a nossa. Sem se quer discutir sobre o assunto, pois os mesmos não compareceram ao encontro marcado para divisão de tarefa. Pensei: isto não vai da certo. Passei para os outros membros o material que eu tinha eu dividir as falas.
Resumo, apresentação foi uma desastre, ainda tive que ouvir a professor dizer que eles dois tinha o poder da oratória e que as falas estavam fora do contexto. Meu sangue ferveu passei horas e dias pesquisando sobre o assunto e detalhe estive nos dois encontros marcados por eles e eles não compareceram, nem se quer enviaram por email a parte deles, para que o restante do grupo finaliza-se o assunto . Mais pedi a palavra ao professor e falei do que havíamos combinado e que eles que falharam com a gente, diante disto o professor mandou o grupo refazer o trabalho escrito e ai arrasei, sentei em frente do computador e fui em frente , tiramos dez.
Sei que vocês leitores estão se perguntando o porquê deste relato. Digo a vocês que estou utilizando tão relato como ponto de partida.
Sabe o que mais me marcou naquele período, a postura do professor e não a postura das outros componentes do grupo. Eu não vou dizer que ele era o professor que eu mais admirava na universidade, porque eu ainda o admiro e aprendi muito com ele. E de certa forma amadureci a minha visão de universidade e de vida.
Mas naquele momento ele magoou feio o meu sentimento e de certa forma me retraiu ainda mais na questão da oratória, passei a ter medo de expor as minhas idéias à final de conta ele falou que eu não tinha o poder da oratória, então pra que abri a boca. Sempre fui tímida e com ele estava aprendendo expor as minhas idéias sem medo de ariscar, principalmente pelo fato de está cursando a universidade aos 40. Diante de suas palavras recuei, posso até não dominar muito bem a oratória mais sei que sou boa naquilo que me proponho fazer, sou muito observadora e através destas observações que montei minha teoria sobre a vida acadêmica.
Dentro as das disciplinas cursadas, vi por inúmeras vezes os professores falar de inclusão, ai me pergunto: Incluir o que ou a quem? Tive a oportunidade de falar sobre está visão em um seminário sobre inclusão.
"Indaguei" Como os educadores vão trabalhar a inclusão com alunos se dentro de uma universidade agem como criança e ficam torcendo o nariz e escolhendo grupos de trabalho. Nota-se que vivenciamos o tempo todo à exclusão, somo incapaz de aceita à diversidade cultural que temos na universidade o que dirá em sala de aula. Vejo os educadores universitário travando batalhas para fazer a fusão da diversidade cultural que tem em sala e se deparando com um bando de pessoas chamadas de adultas se fechando no seu próprio casulo, onde só os eleitos por eles têm acesso, enchemos o nosso intelecto de teorias, mais na prática não as utilizamos.
Imagine-se como responsável na construção de uma casa e de repente você esquece um detalhe no ali cesso da casa, com certeza está casa viria a baixo com o tempo. Assim é educar se você cai em abatimento contaminará todos que estão em sua volta.
Por tanto cabe a nós educadores rever nossas escolhas e prioridades, antes de assumirmos tamanha responsabilidade, pois educar é uma tarefa bastante prazerosa, para aqueles que o faz com amor a profissão que escolheu.
Pense nisto e reflita sobre os seus atos!