Veridiana Agnes

Por janice diniz | 11/04/2008 | Contos

  ...a novidade do dia é que Veridiana Agnes não tá bêbada...

E por mais que pareça bêbada talvez pelos gestos largos como se agarrasse uma imensa nuvem invisível, talvez pela gargalhada rouca que a leva às lágrimas ácidas, talvez porque bata com força os tamancos plataforma no assoalho de madeira – ainda assim Veridiana Agnes não tá bêbada. É artista, ferrada mas artista. Dirige um fusca setentão com todas as peças originais. E quando também não tá bêbada mas de saco cheio de fingir que o fracasso é o seu estilo pessoal de criar e que a bebida é a sua marca registrada como suas musas roqueiras melhores e piores que ela e quando o velho fusca parece vulgar e feio e os tamancos de madeira arrebentam no meio da avenida Assis Brasil e quando a imensa nuvem invisível se dissipa e ela cai de cara na realidade: aí Veridiana Agnes atira-se debaixo do metrô

...e morre de vez...