Verdades desnecessárias...

Por Ana Luiza Alves Lima | 20/09/2010 | Psicologia

Tema difícil... mas creio (depois de muito relutar) que existem verdades que nada acrescentam e que não deveriam ser compartilhadas... Ao contrário, provocam dores e ressentimentos que não proporcionam nenhum evolução para ninguém, pois servem-se mais como uma tortura angustiante e intermitente que um facilitador em ditas verborragias recheadas de "sincerocídio".

É polêmico o assunto se formos pensar restritivamente... e não estou aqui levantando bandeira alguma, muito menos saudando a mentira conveniente... Levanto aqui (e tenho me policiado para atender a esta minha vontade) acerca do silêncio que respeita o outro... a omissão que evita as lágrimas e o constrangimento ou insegurança... Temos que lutar pelo direito de não ouvir o que não precisa ser ouvido! Às vezes sabemos que não teremos mais contato pessoal ou profissional com o outro, e parece que em regra o ser humano instiga, quer saber o que não precisará mais... Percebo que tem muita informação inútil rondando o mundo... e eu também sou parte desta disseminação! É imaturo falar impulsivamente e dizer assuntos que não têm importância e não mudam sentimentos nem fatos... só provocam alfinetadas que podem abalar a autoconfiança de quem ouve.



Adoro as palavras e acredito na essencialidade de muitas delas, desde que para posicionar-se... Se não, são realmente desnecessárias... e desarmônicas.... Investir em intenções válidas e construtivas vale a pena! Quando sinto o ímpeto de disparar palavras como se fossem tiros de 12, respiro fundo e calo-me quase mordendo a língua... porque acredito que poupar o outro (mesmo quando eu acredito que tenho razão), parece-me um ato de amor que necessito exercitar...O silêncio que aceita o mérito como a coisa mais natural do mundo constitui o mais retumbante aplauso*.É nisto que tenho pensado...sobre a verdadeira linguagem essencial para a alma...

Ana Luiza

"O silêncio é um dos argumentos mais difíceis de se rebater." (Josh Billings)

*Ralph Waldo Emerson