Velhice

Por Edi Mail Bohrer | 25/02/2007 | Filosofia

O pensador oriental Lao-Tsé, entendia a velhice como um momento supremo de alcance espiritual máximo.

Confúcio, outro pensador oriental, pensava que toda a família deve obediência ao ente masculino mais velho. E que mesmo a mulher mais velha, tem poderes maiores do que os homens mais jovens.

Aristóteles, filósofo grego, dizia que uma boa velhice é a que não apresenta enfermidades.

Platão, dizia que sendo o ser humano prudente, a velhice não constitui nenhum peso e que com a chegada da velhice surge no ser humano um sentimento de paz e libertação.

O romano Cícero, em sua obra De Senectude, diz que os idosos substituem os prazeres corporais pelos prazeres intelectuais.

Sêneca, filósofo romano, dizia que a velhice é boa como tudo o que é natural. Ele não vê a velhice como sendo uma decadência, e diz que é necessário que se aceite o processo de envelhecimento para que se possa ter tranqüilidade e aproveitar essa fase da vida.

É interessante observar o modo como cada um vê a velhice. Tem-se a impressão, porém, que todos eles procuram encontrar uma maneira aceitável para dizer que a velhice, quer seja dita de uma forma muito simples ou de forma primorosa, é a porta de saída que conduz para o desconhecido. É absolutamente natural temermos o que não conhecemos, principalmente quando sabemos que é, humanamente, impossível ao chegarmos ao final da vida observar que não gostamos dessa parte e então fazer o caminho de volta. É exatamente aí que entra a inquietação. E é exatamente aí que precisamos acreditar que ali, na porta de saída, estará Deus esperando por nós para nos conduzir a uma nova porta de entrada.

Não consigo aceitar de forma diferente. Meu coração diz não, minha alma está vinculada à existência de Deus. A minha essência é essa. Existe em mim algo que não me pertence, existe em mim algo que me faz ver que o que não me pertence, é o estar aqui para sempre, mas para estar aqui, por um tempo, eu preciso desse algo, e que por mais que eu viva muitos e muitos anos, chegará o momento de fazer a entrega do que não é meu.Serenamente, como quando aqui cheguei, pois não temi a vida, devo ultrapassar essa porta de saída. De saída? Será? Não será uma porta de entrada? Sim, creio que é. Se creio dessa forma, então não existe uma porta de saída, mas uma porta de entrada. Entrada para um lugar onde não estarei sozinha. Com certeza, não uma certeza proveniente apenas da minha razão, mas uma certeza advinda de dentro da minha alma, que faz com que eu olhe e veja com os olhos da fé, após essa entrada, eu serei novamente, eu existirei novamente nessa Nova terra.