Vasectomia

Por sergio rosa | 09/10/2016 | Saúde

Vasectomia 

A vasectomia é definida pela literatura médica como uma cirurgia simples e pouco invasiva que garante a esterilização permanente ou semipermanente em indivíduos do sexo masculino. De modo mais detalhado, trata-se de um método contraceptivo obtido a partir do corte dos ductos deferentes (pequenos tubos localizados no interior do escroto). Tal corte impede que os espermatozoides saiam na ejaculação.

Por se tratar de um procedimento cirúrgico muito simples, o paciente não precisa ficar internado em ambiente hospitalar. É necessária apenas a aplicação de anestesia local na bolsa escrotal e uma pequena incisão para externar os ductos deferentes. Após essas etapas, realiza-se o corte com posterior sutura nas pontas resultantes. Ao todo, a cirurgia não demora mais que vinte minutos.

Entendendo a vasectomia

A produção dos espermatozoides ocorre nos testículos. Depois de produzidoseles ficam armazenados em uma estrutura chamada epidídimo que, por sua vez, é ligado à vesícula seminal através de dois pequenos tubos – os ductos deferentes. E é exatamente a vesícula seminal a produtora do sêmen (também conhecido como esperma), que é liberado durante a ejaculação.

Com esta sucinta explicação, é possível compreender facilmente do que se trata a vasectomia. Por meio da cirurgia causa-se a interrupção nos ductos deferentes, impedindo que os espermatozoides armazenados no epidídimo cheguem até a vesícula seminal. O resultado é que o sêmen ejaculado sai completamente livre de espermatozoides.

Vasectomia: pós-operatório

Após a operação, o paciente deverá se manter em repouso por 3 dias. Geralmente, a volta ao trabalho será liberada depois de 5 dias e a realização de exercícios físicos somente após 14 dias.

Nas 48 horas que se sucedem ao exame, é comum que o paciente sinta um leve desconforto na região do escroto, que pode ser amenizado com analgésicos prescritos pelo médico responsável. Também podem ocorrer pequenos sangramentos junto ao esperma e sensação de “peso” na bolsa escrotal, devido ao acúmulo de espermatozoides. Tais sintomas começam a desaparecer no terceiro dia após a cirurgia.

As relações sexuais com proteção só estão liberadas após uma semana, no entanto, há grandes chances de ainda haver espermatozoides na ejaculação durante esse período. Por isso, aconselha-se que o paciente realize uma avaliação do sêmen de 7 a 14 dias depois do pós-operatório para confirmar sua esterilidade.

 É pertinente ressaltar que embora seja um método contraceptivo, a vasectomia não impede a transmissão de DSTs.  Isto porque o homem continuará com ejaculações normais, porém, sem liberação de espermatozoides. Assim, se o paciente esterilizado pela vasectomia tiver qualquer doença sexualmente transmissível sua parceira correrá o risco de contágio em relações desprotegidas.

Complicações

As possibilidades de complicações em uma vasectomia são mínimas, já que a cirurgia é simples e de pequeno porte.  Há chances de ocorrer um vazamento de espermatozoides na parte interna da bolsa escrotal, através da incisão feita nos ductos deferentes. Em alguns casos este vazamento pode originar uma resposta inflamatória com formação de granulomas doloridos no esperma. 

Se isto ocorrer, basta entrar em contato com o urologista responsável pelo caso e explicar o sintoma, que deverá ser aliviado com a prescrição de anti-inflamatório.

Mitos sobre a vasectomia

Devido à falta de informação, alguns pacientes acreditam que a vasectomia pode causa impotência sexual ou perda do desejo sexual. No entanto, é comprovado cientificamente que este método de esterilização não interfere no desempenho sexual, nem nalibido. Igualmente, a vasectomia não aumenta riscos de doenças cardíacas, cânceres ou infecções penianas.

Em caso de arrependimento...

A reversão da vasectomia é possível em alguns casos, embora seja uma cirurgia mais complexa. No geral, o sucesso da reversão depende de há quanto ano foi feita a vasectomia, sendo que quanto mais“antiga”, menores são as chances de êxito no procedimento. Depois de 15 anos de vasectomia, por exemplo, menos de um terço das reversões são efetivas.

Momento certo para fazer a cirurgia       

Atualmente, a vasectomia só pode ser feita empacientes com: no mínimo 25 anos ou com pelo menos dois filhos vivos.  Também é importante que, caso o paciente seja casado, haja o consenso entre o casal para a realização da cirurgia.

Dependendo das circunstâncias, o médico urologista poderá encaminhar o paciente para um psicólogo antes da decisão final, com o intuito de fazê-lo ponderar sobre as consequências da esterilidade. Se mesmo após a consulta psicológica o paciente apresentar total convicção de que deseja fazer a vasectomia, agenda-se então o procedimento.