VARIAÇÃO LEXICAL DA LÍNGUA PORTUGUESA: análise de nomenclaturas na linguagem popular Itaitubense.
Por Amanda Gonçalves Bento | 02/01/2016 | EducaçãoVARIAÇÃO LEXICAL DA LÍNGUA PORTUGUESA: análise de nomenclaturas na linguagem popular Itaitubense.
Amanda Gonçalves Bento¹
RESUMO
O presente artigo é uma referência do Projeto CELIRA - Centro de Estudos Linguísticos de Itaituba e Regiões Adjacentes, que tem como propósito, exibir uma análise das ocorrências semântico-lexicais da fala de 20 moradores localizado no município de Itaituba- Pará. Os dados foram coletados in loco através da aplicação do Questionário Semântico-Lexical (QSL), composto por 35 perguntas direcionada a cada falantes (informantes), formando o principal objeto de estudo singular e que no final será estendido à uma apresentação formal e comparativo com outras ocorrências externas. As análises foram feitas com o intuito de apresentar as transformações do léxico através das análises do objeto estudado, apresentar como era e como ficou o léxico Itatubense ao longo dos anos, fornecer orientações práticas para o dia a dia acerca das mudanças e dos temas relacionados a elas e alertar para as alterações específicas que vão ocorrer em algumas palavras. Este estudo também está pautado em teorias e metodologias da Sociolinguística, da Dialetologia e da Geografia Linguística (sociogeolinguística). Foi necessário recorrer a conceitos de autores como Cardoso (2010), Marcuschi (2004), Brandão, Barreto e Salgado (2009), dentre outros. Os resultados apresentados em tabelas demonstram a importância de se realizar pesquisa que permite uma visualização maior daquilo que influencia a comunicação, o diálogo em determinado local ou espaço geográfico, apresentando alta produtividade de variantes para um mesmo léxico ou conteúdo semântico.
Palavras – Chave: Sociogeolinguística, Diatópico, Análise Lexical.
ABSTRACT
This article aims, display an analysis of the semantic-lexical occurrences speech of 20 residents in the municipality of Itaituba- Pará. The data were collected in situ by applying the Semantic-Lexical Questionnaire (QSL), composed of 35 questions addresses each speakers (informants), forming the main singular object of study and that at the end will be extended to a formal presentation and comparison with other external events. The analyzes were performed in order to identify the diatópicas, present changes in speech Itaitubenses residents. This study is also guided by theories and methodologies of sociolinguistics, of Dialectology and Linguistic Geography (sociogeolinguística). Was no need for concepts of authors such as Cardoso (1994), Marcuschi (2004), Brandao, Barreto and Salgado (2009), among others. The results presented in tables demonstrate the importance of conducting research that allows for greater visualization of what influences communication, dialogue in a certain location or geographical area, with high productivity variants for the same lexical or semantic content.
Key - words: Sociogeolinguística, Diatópico, Lexical Analysis.
1. Acadêmica do Curso Licenciatura Plena em Letras - VI Período da Faculdade de Itaituba – FAI, 2015.
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1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS
A Sociolinguística considera o falar natural do falante e os sociolinguistas analisam as formas linguísticas usadas pelos falantes em seu meio social. O informante é visto como um falante real e tudo o que diz interessa ao estudo do questionário de base semântico-lexical. Para ELIA (1987), “de um modo geral, pode-se dizer que a Sociolinguística estuda as relações entre língua e sociedade.”
O objetivo da Sociolinguística frente aos estudos da língua é sistematizar a variação que existe na linguagem. Ela considera que o sistema da língua não é homogênea e sim heterogênea e dinâmico. O homem na maioria das vezes faz uso de palavras que jamais são esperadas pelo pesquisador, e essas palavras é que marcam sua cultura, seu povo, sua comunidade, ou melhor dizendo, sua identidade. É são, justamente, essas marcas próprias que constituem a riqueza desta abordagem.
Conforme Tarallo (2010), os resultados da língua que optam por uma abordagem sociolinguística se propõem a “analisar e aprender a sistematizar variantes linguísticas usadas por uma mesma comunidade de fala”. Acrescenta que podem ser entendidos como sociolinguistas todos aqueles que entendem por língua um veículo de comunicação, de informação e de expressão entre os indivíduos da espécie humana.
As variedades geográficas se referem aos regionalismo, os quais, caracterizam, entre outros, a maneira de falar dos falantes de cada região de um país, assim como distingue o falar urbano do falar rural. Há fatores que precisam ser levados em consideração como: idade, a posição social, grau de escolaridade, profissão que contribuem para que haja variedade linguísticas empregada pelo falante, como por exemplo a variedade urbana, que se manifesta em diferentes variantes socioculturais.
De acordo com Brandão (2009), apesar de nenhum método abarcar a totalidade da variabilidade de uma língua, os princípios da geografia linguística combinados aos da Sociolinguística podem ensejar um melhor conhecimento do mecanismo com que opera uma língua e dos fatores que determinam sua evolução.
A geografia linguística pressupõe mencionar os conceitos de língua, dialeto e falar. Para Barreto apud Brandão (2009), “língua é um sistema linguístico de que se utiliza uma comunidade falante e que se caracteriza por ser grandemente diferenciado, por possuir alto grau de nivelação, por ser veículo de importante tradução literária e, por ter-se imposto a sistemas linguísticos de sua própria origem.” Dialeto pressupõe “sistemas divergente de uma língua comum, viva ou desaparecida, normalmente com uma concreta limitação, mas sem forte diferenciação frente a outros de origem comum”.
Diferenças na fala para um mesmo objeto, fenômeno ou ação são evidentes e decorrem de acordo com as localidades. As regiões ou comunidade como Itaituba apresentam particularidades na língua falada que são próprias com estrutura linguística de traços bastante diferenciados e comprovados.
2. MÉTODO DE PESQUISA
Com base nos fundamentos da sociolinguística que analisa a fala em ação e como as pessoas costumam falar quando não estão sendo observadas, a forma de diálogo de indivíduos em diversos meios comunicativos, podemos identificar como funciona determinadas falas dentro de uma comunidade. E então surge dentro desse meio de estudo outras vertentes tais como: sociolinguística variacionista na qual estuda as variantes e nos mostra que dentro de uma comunidade o discurso não vem na forma compacta, muito pelo contrário surgem aí diversos meios de comunicações de formatos e tamanhos diferentes.
Adotamos a entrevista como o principal método de pesquisa social. Ela é um mecanismo de investigação considerada eficiente nos mais diversos campos das ciências sociais e de outros setores de atividades. Através dessa técnica, têm se a coleta de dados realizada por meio de perguntas que são previamente formuladas e respondidas oralmente. Trata-se, portanto, de uma conversação metódica, que proporciona ao entrevistador as informações solicitadas.
Formulamos um questionário lexical com 35 perguntas que abordam seguintes temas: natureza, acidentes geográficos e fenômenos atmosféricos. Foram entrevistados 20 moradores do município Itaituba – Pará que se enquadram nos seguintes aspectos essenciais: sexo Masculino (M) ou Feminino (F), escolaridade (Ensino Fundamental (1), Ensino Médio (2), Ensino Superior (3) e a faixa etária (35-50 (A), 51-65 (B)).
Identificamos e analisamos léxicos que sofrem o que chamamos de variação diatópica (variações ocorridas em razão das diferenças regionais, como, por exemplo, a palavra “abóbora”, que pode adquirir acepções semânticas (relacionadas ao significado) em algumas regiões que se divergem umas das outras, como é o caso de “jerimum”, por exemplo). Em seguida, tais respostas serão apresentadas em público e por fim, será aplicado o método comparativo, a fim de percebemos a diferença, a originalidade ou semelhanças nas respostas esperadas.
3. COMUNIDADE PESQUISADA: ITAITUBA – PARÁ.
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