Vale A Pena Fazer Uma Pós Lato Sensu!
Por João Florêncio Bastos Filho | 16/01/2008 | CrescimentoO mercado de trabalho, cada vez mais exigente e competitivo,
está provocando entre os profissionais, simultaneamente, um desejo de melhor
posicionamento frente à competição acirrada, uma leve insegurança quanto ao
futuro próximo e, conseqüentemente, um ligeiro medo de ficar excluído das
melhores oportunidades. A insegurança e o medo destes profissionais podem
levá-los a um comportamento passivo, se acreditarem que devem esperar a "neblina abaixar" para ver se as coisas
melhoram. Porém, uma constante e atenta reflexão sobre os rumos de suas
carreiras, pode auxiliá-los no sentido de acompanhar esta maratona de
crescimento em todo mundo e abraçar as novas oportunidades como grandes
desafios.
Com o objetivo de ampliar a percepção sobre as suas atuais atribuições e o
perfeito alinhamento com os novos paradigmas empresariais, muitos profissionais
graduandos e graduados têm encontrado nos cursos de pós-graduação lato sensu
oportunidades para compartilhar suas preocupações, dúvidas, anseios e,
principalmente, de conversar sobre os seus projetos de carreira.
Em outubro de 1999, durante a realização do I Fórum Nacional Ensino Superior
Particular Brasileiro
A autonomia para aprender significa, por exemplo, que o profissional com a
orientação adequada, inserido num ambiente que incentive a troca de
experiências em equipes, pode ser capaz de assumir grande responsabilidade pelo
próprio processo de aprendizagem e, conseqüentemente, adaptar parte deste
aprendizado à gestão de sua carreira. A construção de uma carreira bem-sucedida pode ser encarada como uma
interminável sucessão de disputas diárias pela ocupação dos melhores espaços
profissionais. Espaços que são conquistados por meio de estratégias eficazes.
No livro A Quinta Disciplina – Arte e Prática da Organização que Aprende, Peter
Senge (1998) comenta sobre um elemento básico da aprendizagem em equipe, que é
a palavra "diálogo" – do grego dialogos, "fluxo de
significado". Segundo Senge, nós estamos aprendendo que existe um profundo
desejo de redescoberta de nossa capacidade de conversarmos uns com os outros. Portanto, se levarmos em consideração que este
desejo é realmente importante para que os profissionais ampliem as suas
percepções de carreira, a criação de oportunidades para que possam dialogar e
trocar experiências, certamente contribuirá para o desenvolvimento da autonomia
para aprender.
Nos cursos de pós-graduação lato sensu, existem oportunidades para desenvolver
bons diálogos sobre quatro necessidades muito requisitadas pelo mercado de
trabalho, em qualquer área de conhecimento. Estas necessidades estão
representadas nas competências de: produzir em equipe, comunicar-se bem
oralmente e por escrito, aproveitar o tempo e cultivar relacionamentos.
1 – Produzir em equipe.
As pessoas que, individualmente, produzem bons resultados sempre serão bem
aproveitadas. Porém, se estas mesmas pessoas demonstrarem dificuldades para
desenvolver atividades em grupos - que têm vida útil cada vez mais curta e que,
por esta razão devem apresentar resultados imediatos - vão perder grandes
oportunidades de trabalho e enriquecimento de carreira.
As equipes multifuncionais proporcionam, aos seus integrantes, ótimas oportunidades
para a compreensão do negócio da empresa e do comportamento do cliente em
vários setores da economia. Algumas dificuldades que uma pessoa possui para
trabalhar em equipe são facilmente detectadas em dinâmicas de grupo, nos
processos seletivos, e na estruturação de grupos, para os mais variados trabalhos interdisciplinares
nas organizações. Dificuldades relacionadas à habilidade em saber ouvir o que o
outro está dizendo, falta de capacidade para tolerar idéias e opiniões
divergentes e pouca paciência para conviver com pessoas que possuem crenças muito diferentes,
encabeçam a lista.
O conceito de trabalho em equipe, numa perspectiva de aprendizagem organizacional,
está sendo aplicado em um número cada vez maior de empresas, pois cada
componente da equipe pode compartilhar com os seus colegas, aquelas valiosas
informações que estão ao seu alcance, possibilitando que a atividade seja
desenvolvida com padrões elevados de qualidade.
2 – Comunicar-se bem oralmente e por escrito.
No campo da comunicação, as pessoas que sabem transmitir de maneira simples o
que estão pensando têm acesso às melhores oportunidades nas empresas. Segundo
Peter Drucker (1989), poucas instituições educacionais – até mesmo, escolas de
pós-graduação em administração – procuram transmitir a seus alunos as duas
habilidades básicas que eles devem possuir para ser membros eficazes de uma
organização: a capacidade de apresentar idéias oralmente e por escrito (com concisão, simplicidade
e clareza) e a capacidade de trabalhar junto com outras pessoas. Estas
capacidades, por sinal, são basicamente as mesmas mencionadas por Sócrates nos
Diálogos de Platão, 2.500 anos atrás como sendo a chave para a vida valer a
pena ser vivida.
A habilidade de transmitir idéias com clareza e segurança é de fundamental
importância, uma vez que é crescente o número de empresas que estão
incentivando a formação grupos multifuncionais, reunindo colaboradores de
vários departamentos e de diferentes formações profissionais, com o objetivo de
encontrarem soluções para os seus problemas organizacionais.
O processo de comunicação e relacionamento interpessoal, dentro das organizações,
está passando por profundas transformações tendo em vista o achatamento das
estruturas hierárquicas, ou seja, cada vez mais as pessoas responsáveis pelas
decisões estão se aproximando daquelas que fazem o produto final ou prestam
serviços ao
cliente-usuário.
3 – Aproveitar o tempo.
Por que será que algumas pessoas e alguns grupos produzem mais?
Podemos compreender que pessoas ou grupos que possuem uma visão clara dos
objetivos a serem atingidos, que estão comprometidas com os resultados
esperados, que estão capacitadas para as tarefas, que são bem remuneradas e
reconhecidas e que sabem quais são as expectativas dos clientes, estão
potencialmente mais preparadas para administrar e aproveitar o tempo.
Muitas organizações desperdiçam tempo com o retrabalho e com a falta de
autonomia de muitos colaboradores que - mesmo altamente qualificados - têm que
depender de supervisores que ainda fazem questão de acompanhar de perto as
atividades. Felizmente, a maioria destes supervisores está abandonando a
atitude de chefe e desenvolvendo o papel de líder, facilitando o surgimento de espaços para
colaboradores mais comprometidos e com maior iniciativa.
4 – Cultivar relacionamentos.
Em cada tipo de relacionamento nos abrimos para inúmeras oportunidades de
conhecer pessoas que direta ou indiretamente irão influenciar as nossas vidas.
Neste sentido, podemos às vezes perceber que com algumas pessoas os
relacionamentos são mais duradouros e com outras os relacionamentos são mais
passageiros.
Cultivar relacionamentos, ao longo dos últimos anos, tem sido uma das mais
discutidas competências no mercado de trabalho. O conceito de fidelidade do
colaborador para com a organização mudou muito, a partir do momento em que as
empresas começaram a reduzir os níveis hierárquicos e a enxugar o quadro de
funcionários.
Alguns facilitadores de programas de desenvolvimento gerencial solicitam que os
participantes tragam para a sala de aula, todos os cartões de visita de pessoas
que eles conheceram na escola, na comunidade e no trabalho.
Ao longo do programa os participantes são orientados a refletir sobre como
estes cartões podem ser úteis - pessoal e profissionalmente - a qualquer
momento, e que se uma pessoa ficar muito tempo sem fazer contato com outra,
corre o risco de até nem ser lembrada. Este exercício, aparentemente simples, é
um verdadeiro alerta no sentido de nos conscientizar de que as melhores oportunidades de trabalho não estão,
necessariamente, nos classificados dos jornais, nas páginas da Internet, nas
agências de emprego ou nas mãos dos headhunters e sim nos relacionamentos que
aprendemos a cultivar, como uma planta (terra, água, adubo, luz e poda) ao
longo de nossa carreira.
Por quê vale a pena fazer uma pós lato sensu?
Podemos perceber no mercado de trabalho uma maior valorização do conhecimento
em poder dos colaboradores, tanto individualmente como através de projetos
desenvolvidos
Os profissionais atualizados sabem que precisam ser eternos estudantes para
manter a capacidade de competir no mercado de trabalho e para usufruir as novas
tecnologias. Por esta razão, permanecem
numa condição de aprendizado e atualização contínuos.
A educação continuada nos prepara frente aos novos desafios
e às constantes e velozes mudanças na sociedade. Nossa formação e conhecimento
são para sempre nossos e são eles que nos conferem o embasamento para que
possamos nos desenvolver, não apenas
profissionalmente, mas em todos os campos da vida social.
O diploma universitário cada vez mais se torna um produto perecível. Sem
atualização continuada, a nossa carreira pode se deteriorar muito rapidamente.
Neste contexto, a gestão de carreira se torna um processo que envolve fazer
escolhas e tomar decisões apropriadas na vida profissional. Esta prática que,
na maioria das vezes representa investimento de dinheiro, tempo e esforço é claramente um dos pilares do
sucesso que estimula o profissional a exercitar a sua autonomia para aprender.