VÃ FILOSOFIA
Por Edi Mail Bohrer | 11/06/2009 | FilosofiaQuem és tu Nietzsche?Que espécie de louco és? Com que autoridade disseminaste tua intenção? Com que direito quiseste te infiltrar na mente das multidões? Por que dizes que Deus está morto? Como pode o homem matar Deus? Com que armas? Com a persuasão?
Teu intento não logrou êxito. Jamais o homem conseguiria matar Deus. Ouso dizer até que foste ingênuo. Ninguém pode matar aquele que sempre foi e que não morre. Olha só a diferença: Olhavas para o homem com indiferença. Sim, era indiferença! Ousaste pensar que o homem deveria matar a si próprio, retirando, renegando, arrancando dele aquilo que faz com que ele seja, com que ele exista, sua essência. Deus jamais olharia o homem com indiferença.
Eu tenho uma novidade pra ti Nietzsche: Nunca haverá um Super-Homem. O homem não será superado, e tem mais; um outro mundo existe sim. A Terra e os seus valores não substituirão Deus e a nossa vida não acaba em um nada.
Se tudo acabasse em nada, o homem não teria nenhum significado para impor ao mundo. De onde haveria de vir um Super-Homem? De onde haveria de vir algum significado? Do nada? Claro que não, pois significado é algo que mostra a identidade, tem valor, tem sentido, e de onde viria tudo isso? Do nada? Vês tu? A essência do homem, aquilo que se mostra nele só pode ter vindo de uma fonte que sempre foi o que é, portanto erraste em pensar que o homem atingiria o teu objetivo, superar-se e ser por si próprio.
Deus vive! É Ele quem dá ao homem a possibilidade de existir, portanto, um Super-Homem sem Deus é impossivel, pois somos completamente dependentes da graça de Deus, somos a Sua imagem e semelhança.
A substituição de Deus pelo Super-Homem não haverá, assim como nunca haverá a superação do homem pelo próprio homem. Por mais desenvolvida que seja a racionalidade do homem, por mais progresso que a ciência faça, o homem não perderá essa necessidade de ter Deus. O espírito, a alma do homem, não quer um Super-Homem. O âmago da alma humana busca intensamente a presença de Deus.
O Super-Homem de Nietzsche desliga-se de Deus, mas liga-se ao espírito dionisíaco que aceita e assimila o caos da vida humana sem Deus. Mas quem é Dionísio? É a permissividade, a falta de limites. É o Deus embriagado, louco e que segundo Nietzsche, necessita de Apolo, que seria aquele que segue regras e que é também a divindade da luz, seria uma duplicidade vivendo em cada um.
Ora, por que acreditar que o homem poderia transcender a si próprio, anular Deus, para ter uma vida tão curta e que caminha para o nada? Nietzsche foi um homem extremamente infeliz. Sua loucura o afastou de Deus, ele rejeitou aquilo no qual também acreditava e passou a sua vida querendo justificar, explicar o que não poderia ser explicado, a inexistência de Deus.
Pobre Nietzsche! Não o filósofo, mas o homem. Quereria eu dizer-lhe, perguntar-lhe:
_ O filósofo ficou na história, mas e o homem? Que fizeste com tua alma?
Profª. Edi Mail Bohrer – licenciada em Filosofia, sociologia e psicologia e pós-graduada em Práticas Pedagógicas multidisciplinares.