Universo paralelo das letras

Por Christiano Buys | 05/08/2012 | Contos

Universo Paralelo das Letras

Queria muito ser mais claro com as pessoas que amo.

Mesmo sendo amante das palavras, acabo, sem querer, transmitindo sentimentos que as confundem. Chego a perder alguns relacionamentos por isso.

Elas me pedem escritos, eu explico que nem tudo que escrevo é literal, e, se compõe de romance, anseios, dores antigas e perspectivas que sei serem inalcansáveis. Mas como indesistível que sou escrevo, escrevo e escrevo e quero tirá-las da zona comum do "tapinha nas costas" e levá-las a crerem nelas, mesmo sabendo de suas limitações, que são as mesmas que as minhas, que as suas, que são superáveis, em sua maioria, não em sua totalidade (se todos fossem bons em tudo, que merda, que chato, robozinhos. . . BIP - BIP - EU - TE - AMO).

As amei tanto e incondicionalmente, e as perdi. Pessoas incríveis e marcantes e, que eu acreditava que entenderiam meus sentimentos, eu fui honesto, dentro do foi supracitado. . . romance, anseio e tal.

Culpa destas palavras que insistem em sair, tento bloquear a plataforma de idéias, mas elas me atormentam à noite, não me deixam, e eu não durmo até soltá-las. Mas como vivo cansado e num déficit de sono de anos, mais de dez (no mínimo), e, somado a isso a vontade de viver e gritar para que os outros aproveitem, acabo me atrapalhando e dando muito de uma vez, não podia ser assim, tinha que ser aos poucos.

O que acontece, sou usado e adeus.

Me apego e onde estão as pessoas que falaram que escreveriam comigo, uma história legal, a nossa história?

Elas somem e eu me sinto mal.

Eu as espero, mas elas decidem voltar atrás e não arriscar a viver isso, têm medo de perder o controle das coisas, misturar o real, com a novidade de um universo paralelo das letras e, gostam tanto no começo, mas tanto, se apaixonam, mas desistem e eu fico só.

Antes doía mais.

Hoje, já começo a entender, que, vou ter esta benevolência, mas só quando eu não procurá-la.

Existem tais pessoas, ou não, ao menos uma mulher eu sei que existe, que entenda que se unir para escrever não é trair o real do matrimônio, é ser fiel ao destino de marcar caminhos, colaborar com esta descendência rara, cada vez mais em extinção, cada vez mais marginalizada e oculta em Blog's sem visitação.

Eu desejo escrever com ela.

Ela sabe disso.

Será que um dia ela perceberá que está traindo seu destino?

Será que ela perceberá que várias pessoas sofrerão por isso, pois elas mereciam ler a nossa história? Mesmo que fosse fictícia. . .

Caramba, isso teria que acontecer, mas eu não posso mudar nada. Meu limite é a sua decisão.

Eu não vou lutar contra as palavras, contra mim.

Mas não vou desistir de procurar a escritora, ela existe, eu sei.

Libertá-la de quem a aprisiona é o segredo, o difícil é convencê-la de que ela aprisiona a sua própria alma, sua essência, que são traduzidas em suas palavras, lindas, sutis, quentes e meigas de menina-mulher.

Vocês iam gostar dela, de nós.

Vocês iriam ler vocês mesmos, as suas histórias, vocês estariam lá conosco.

Indesistíveis éramos nós, hoje, somente eu, Indesistível.

Essa história é fictícia?

Christiano Buys