Uma pequena princesa

Por Cicera Gleyciane Gonçalves de Oliveira | 12/02/2012 | História

                                  O dia era de ansiedade e nervosismo, o sol estava brilhante e corria uma leve brisa que deixava qualquer ambiente agradável. Na recepção do hospital, aguardava impaciente, após alguns minutos sou chamado ao quarto 08 do segundo bloco da maternidade. Minhas mãos estavam tremulas, meu coração palpitava de emoção e ao entrar no quarto vejo minha esposa com aquela pequena princesa nos braços, suas bochechas eram rosadas e seu cabelo castanho claro, ele era simplesmente perfeita. E ao pegá-la no colo e sentir sua inocência, tive a certeza que sempre iria amá-la e protegê-la.

                                    Depois de alguns dias, voltamos ao hospital para simples exames de rotina, infelizmente depois de uma conversa com médico, descobrimos que ela tinha um sério problema de respiração, meu coração ficou totalmente destruído. Como uma criatura tão frágil, tão inocente poderia passar por isso? O tempo foi passando e as visitas ao médico foram ficando mais freqüentes, e a cada dia que passava ela parecia cada vez mais debilitada. No seu aniversario de apenas dois anos, comemoramos com uma grande festa. Era inexplicável ver o sorrisinho dela ao ver os palhaços e impossível acreditar que ela estava doente, numa manhã de segunda-feira voltamos ao médico ela estava sem conseguir respirar, infelizmente minha princesinha teria que ficar em observação. O médico disse que as esperanças eram poucas e que o pior poderia acontecer, eu e minha esposa ficamos em choque, eu não podia fazer nada por ela, tudo que eu mais queria era ver minha princesa saudável e feliz.

                                      Ao sair para pegar um café escuto um grito desesperado e ao voltar correndo para o quarto, vejo minha esposa com minha pequena princesa nos braços, dessa vez seus olhinhos estavam fechados, serenos como se estivesse dormindo, suas bochechas não estavam mais rosadas e suas mãos pequeninas estavam frias. Minha princesinha agora era um anjo e eu não pude fazer nada, como eu queria ter tido a oportunidade de levá-la ao primeiro dia de aula, de acalentá-la nos meus braços quando estivesse com medo e de ter dançado a valsa nos seus 15 anos. Daria minha vida por ela, mas tenho certeza que onde ela estiver saberá o quanto foi amada e ainda é. E agora só ficou um vazio enorme em meu peito, apenas um sentimento, chamado saudade.