Uma nova Guerra Fria
Por George Souza | 02/10/2009 | PolíticaHá cerca de 60 anos surgia no cenário mundial uma nova ordem, a chamada “Ordem Bipolar”. Recebia esse nome pois era constituída por duas potências mundiais, Os Estados Unidos da América e a União Soviética, que buscavam incessantemente a supremacia do mundo. Essa busca se resumiu em uma corrida de desenvolvimentos tecnológicos e espaciais, sem a existência de nenhum confronto armado direto entre as duas potências, por esse “não-derramamento” de sangue recebeu o nome de Guerra Fria. Observando nas entrelinhas, podemos constatar que realmente não ocorreu nenhum conflito direto entre Os EUA e a URSS mas, entre os países que eram aliados a essas potências ocorreram vários conflitos, revoluções e golpes políticos, ou seja, uma guerra que teve reflexos em todo o mundo.
Com o caráter ideológico, a Guerra Fria quebrou todas as ideias de conflitos mundiais até então existentes. O mundo sofria com as consequências da Segunda Guerra Mundial, e já não se pensava mais em garantir a hegemonia global através de lutas e grandes conflitos armados. Era necessário mostrar ao mundo a supremacia através da sua produção e de seu desenvolvimento tecnológico. Isso fez com que Os EUA e a URSS investissem o máximo na produção de grandes armas nucleares, bombas, e como demonstração mais clara, na corrida espacial, onde disputavam a maior exploração possível do espaço, simbolizando assim, um poder universal. Nessa corrida quem conseguiu avançar mais na exploração do espaço foram Os EUA com a chegada do homem à Lua em 1969.
Após seis décadas, o mundo encontra-se, indiretamente, numa situação que pode ser considerada uma nova guerra ideológica formada pelos países do Norte contra os países do Sul. Essa guerra pode ser compreendida com a mesma ideologia da Guerra Fria: o poder tecnológico. Os países detentores das grandes descobertas e dos grandes avanços tecnológicos estão situados no hemisfério norte, já os países que estão à margem desses avanços estão situados no hemisfério sul. Essa divisão de conquistas, colocando o domínio tecnológico nas mãos de alguns países, faz com que os outros países excluídos desses recursos tornem-se sempre dependentes das grandes potências.
Os países subdesenvolvidos ou em desenvolvimento (ex-colônias) são as principais vítimas dessa submissão. O Brasil, por exemplo, exporta matéria-prima e compra produtos industrializados obtidos a partir da sua própria matéria-prima. Essa relação comercial acaba enriquecendo cada vez mais o país fabricante daquele produto, pois a matéria-prima corresponde somente a uma parcela do valor total do produto. Outro grande problema enfrentado pelos países subdesenvolvidos, devido a essa marginalização, é a dificuldade em patentear uma descoberta científica própria, busquemos como exemplo a descoberta de Santos Dumont: Santos Dumont inventou o primeiro meio de transporte que veiculava sobre o ar, mas os norte-americanos não aceitam e não atribuem essa invenção a Santos Dumont.
Com isso, podemos perceber que essa supremacia econômica citada acima, juntamente com outros fatores políticos, acaba gerando, mesmo que quase imperceptivelmente, uma disputa das próprias potências pelo poder mundial. Visivelmente, essa é a hipótese mais aceita sobre o esclarecimento da situação atual do mundo, ou será que em pleno século XXI, com todos os conhecimentos científicos e tecnológicos obtidos, países se importarão em destruir outros países e exterminar milhares de pessoas para alcançar a hegemonia mundial?
George Souza