UMA IGREJA DE MORTOS-VIVOS

Por Paulo de Aragão Lins | 31/08/2009 | Bíblia

UMA IGREJA DE MORTOS-VIVOS

 

by Dr. Paulo de Aragão Lins

 

Uma igreja de mortos-vivos. Ui! Até parece filme de terror!

 

Mas não tem nada a ver com isto. Estamos nos referindo à igreja de Sardes. Jesus disse que aquela igreja tinha nome de quem vivia, mas estava morta.

 

Ainda bem que havia ali algumas pessoas que não contaminaram suas vestes. Jesus disse que essas pessoas andariam de branco com ele e que seus nomes não seriam riscados do livro da vida.

 

Jesus disse aos mortos-vivos de Sardes que viria para eles como um ladrão.

 

Sabemos que Jesus não virá de surpresa para os crentes fiéis. Na carta aos Tessalonicenses Paulo afirmou que o dia do Senhor viria como um ladrão de noite, mas logo em seguida dá uma explicação maravilhosa para os escolhidos de Deus. Confira:

 

“Porque vós mesmos sabeis muito bem que o dia do Senhor virá como o ladrão de noite. Mas vós, irmãos, já não estais em trevas, para que aquele dia vos surpreenda como um ladrão”. 1 Ts 5.2,4.

 

Haverá um aviso para você. Leia Mateus 25.6: “Mas à meia-noite ouviu-se um grito: Eis o noivo! saí-lhe ao encontro!”

 

Sardes foi uma das cidades legendárias da Ásia Menor, onde hoje é a Turquia. No sétimo século a.C., Sardes foi a capital da Lídia. Ouro foi encontrado no rio próximo de Sardes e reis que moravam lá foram renomados por sua riqueza.

 

Os persas capturaram Sardes no sexto século e fizeram dela um centro administrativo para a parte oeste do seu império. A famosa "estrada real" conectava Sardes com outras cidades do leste. Nos tempos do Novo Testamento, Sardes foi parte da província Romana da Ásia.

 

A palavra Sardes significa “escapados” ou estendendo o significado, “aqueles que escaparam”. Tem a ver com o grande grupo de mortos-vivos que estavam prestes a desaparecer, mas houve alguns que escaparam dessa influência maligna.

 

A palavra de Deus continua advertindo os fiéis e sinceros com estas palavras: “E ouvi outra voz do céu, que dizia: Sai dela, povo meu, para que não sejas participante dos seus pecados, e para que não incorras nas suas pragas”. Ap 18.4.

 

Há sempre uma saída. Ninguém deve, por respeito humano, participar de algo imundo.

 

A igreja de Sardes era uma igreja que realizava obras, mas Jesus disse que não achou suas obras perfeitas diante de Deus.

 

Confunde-se muito atividade com ativismo. Vivemos a era dos movimentos, dos eventos...

 

Conheço uma denominação no Brasil cujo principal motor dinâmico são as festas.

 

Tem festa para tudo.

 

Certa vez, no Recife, estava, por acaso, no centro da cidade, quando escutei uma banda de música tocando e um desfile que se aproximava. Era a comemoração de aniversário do primeiro círculo de oração no Estado.

 

A banda de música da Polícia Militar vinha tocando um dobrado parecido com um frevo de carnaval.

 

E o pior é que o carnaval tinha se encerrado dois dias antes. O centro da cidade, permitam-me, ainda estava todo urinado e com outras imundícias, por causa do Galo da Madrugada.

 

E, de repente, lá vem o desfile da igreja, com vários carros alegóricos!

 

Em um deles, figurando um trem, havia vários meninos fantasiados de maquinistas. De vez em quando alguém contava um, dois, três.

 

E as crianças disparavam:

 

Piui, piui!

 

Em outro carro alegórico, várias moças vestidas de gregas, com o penteado característico da Grécia, cheias de fitas douradas.

 

Os circunstantes comentavam:

 

Óia o carnaval dos crentes.

 

Lá pelas tantas começou a passar o pelotão dos obreiros. O pastor presidente vinha à frente, junto com o vice e vários outros pastores auxiliares, presbíteros e diáconos. Todos de terno e com a Bíblia segura pela mão esquerda sobre o peito.

 

Eu observava o desfile normalmente quando, de repente, fui tomado por um impulso totalmente sobrenatural e dirigi-me ao pelotão de obreiros, abri os braços na frente deles e olhando diretamente nos olhos do pastor presidente a quem conhecia e bradei:

 

- O que é isto, pastor, carnaval de crentes?!

 

Eles poderiam ter a sabedoria de realizar aquele evento em uma época não conotativa como aquela.

 

O pastor vice-presidente ia me responder, quando o presidente falou:

 

- Não responda não, Almeida, depois conversaremos.

 

Afastei-me constrangido e fiquei sabendo, depois, que o presidente convocou os líderes da igreja e disse:

 

- Enquanto eu for presidente da igreja isto não se repetirá.

 

As belíssimas promessas que Jesus fez para os irmãos de Sardes não foram dirigidas aos mortos-vivos, mas aos que escaparam daquela influência letal:

 

“Mas também tens em Sardes algumas pessoas que não contaminaram suas vestes, e comigo andarão de branco, porquanto são dignas disso. O que vencer será vestido de vestes brancas, e de maneira nenhuma riscarei o seu nome do livro da vida e confessarei o seu nome diante de meu Pai e diante dos seus anjos”.

 

Este é o momento da reação. Este é o momento da sinceridade. Este é o momento de realizar obras perfeitas.

 

É a hora de obedecer o mandamento do Senhor: “Clama a mim, e responder-te-ei, e anunciar-te-ei coisas grandes e firmes que não sabes”. Jr 33.3.

 

É a hora de fazermos a oração de Habacuque: “Aviva, ó Senhor, a tua obra no meio dos anos, no meio dos anos faze-a conhecida. Na tua ira lembra-te da misericórdia”. Hc 3.2.

 

Está na hora de escutarmos as abençoadas palavras do apóstolo Paulo: “Desperta, tu que dormes, e levanta-te dentre os mortos, e Cristo te esclarecerá”. Ef 5.14.

 

  (Refs. Ap 3.1-6.)