Uma fulga

Por Gustavo Henrique Gomes Tiné | 04/11/2015 | Contos

   Beirava às 22:00 da noite e ela estava lá jogada na sarjeta. Com cara de paisagem.
   No beco onde ela estava, havia acontecido um brutal absurdo e um lamentável genocídio. E ela estava lá, sentada, com cara de paisagem, a fumar um maço de cigarro.
   Não se parecia de maneira alguma, como era antes, não. Sua cituação era violenta, o mundo em que ela vivia era assim. E ao fim do último cigarro ela tinha cometido um lamentável genocídio. Nos poros dos seus pulmões.
   E deitou, não relutou muito, tampouco regugitou a fumaça inalada e ingerida. ficou lá com a cara de paisagem.

- Tiné Gustavo. (04/11/15) 16:05h