Uma Antropologia da Cultura III: Cultura: A Criação Humana
Por NERI P. CARNEIRO | 15/01/2009 | EducaçãoNeri
de Paula Carneiro[1]
O Homem se
caracteriza a partir de diferentes e diversas dimensões, mas não se limita a
eles Uma dessas dimensões, talvez uma das mais amplas e complexas para o
entendimento seja a cultura. Vamos,
portanto discutir essa o dimensão ou característica que expressa o sentido da
produção humana. O Homem não se
limita ao mundo natural; ele o transcende e o transforma. Transcende porque tem
expectativas que não se limitam ao mundo como ele se apresenta e nem à sua
materialidade. Transforma porque o recria constantemente, imprimindo sua marca:
a marca da cultura. Em razão disso é que dizemos que o Homem se humaniza produzindo
seu mundo, gerando sua marca culturalou
as diferentes manifestações culturais. Ou seja, diferentemente de outros seres,
o humano se autoproduz reproduzindo o meio que o circunda; recria o mundo
natural e o já criado, criando novo significado e novas formas de
aproveitamento das realidades já existentes. Esse processo de
refazer e ressignificar é um dos traços culturais. A cultura é um dos traços
definidores do Homem, ao ponto de se poder dizer, como num trocadilho, que "por
natureza o homem é um ser cultural" (RABUSKE, 1999, p. 56). Isso mostrar que
embora haja diferença entre o que é natural e o cultural que o cultural por ser
tão próximo lhe é quase essencial. Com a ressalva de que é natural, ao ser
humano, produzir cultura. Por isso: "Convém não
atribuir à natureza o que diz respeito à cultura; ou seja, não considerar como
universal o que é relativo. Essa compreensão da irredutível diversidade das
culturas – que é o eixo central da antropologia cultural – aparece ao mesmo
tempo: 1) ao nível dos traços singulares dos comportamentos 2) ao nível da
totalidade da nossa personalidade cultural". (LAPLANTINE, 2000, p. 123) O homem é um ser
cultural, mas a cultura não é tudo no ser humano. A cultura, essa capacidade
re-criadora, permite ao Homem re-produzir o mundo dinamizando a existência dos
existentes. O fato de estar sempre criando ou re-criando sua obra ou suas
manifestações faz da cultura uma das marcas mais tipicamente humanas, pois é
principalmente pela sua capacidade de recriar o mundo e as manifestações
culturais que o homem se diferencia dos demais existentes: por ser cultural deixa
de ser apenas homo para ser sapiens. Assim o "homo sapiens" se manifesta com outras habilidades e passa a ser "homo culturalis". E a capacidade de
criar e recriar, fazer e refazer lhe permite ser chamado de "homo faber" (MONDIN, 1982), pois entre
outras a capacidade de produzir cultura possibilita a recriação. O Homem que se
entende como sabedor de si ou consciente (por isso sapiens), produz o mundo (por isso é faber) circundante e aquilo de que tem necessidade para melhor se
situar nesse mundo. A consciência de sua capacidade produtiva e criadora,
juntamente com sua criação é o que determina sua dimensão cultural (por isso culturalis). Além disso, e do
ponto de vista de sua distinção em relação aos demais existentes,
afirma-seque "apenas a noção de
cultura, ao contrário da de sociedade, é estritamente humana" (LAPLANTINE,
2000, p. 120). Ou mais: apesar de nossas semelhanças com os demais animais,
também existem diferenças relevantes e a cultura está entre elas. "Entre nós e os
animais da Terra há muitas semelhanças biológicas, genéticas e mesmo
psicológicas. Por isso, mesmo sem possuirmos por enquanto uma linguagem comum,
em boa medida nós nos entendemos. Mas há também diferenças relevantes, e uma
delas é essencial. Podemos chamá-la de cultura. E no caminho percorrido em
larga escala por eles e nós, mas que de um ponto cm diante se divide e nos leva
por trilhas diferentes em direção – quem sabe? – de um mesmo horizonte, a
experiência da cultura é toda a diferença". (BRANDÃO, 2008, 27) Vários outros
seres podem ser produtivos ou sociais, mas só o humano é cultural, por ser
capaz de, consciente e intencionalmente, reproduzir o seu mundo que só existe
para o Homem como manifestação cultural. O mundo, não existe em si mesmo, mas
por assim ser entendido pelo Homem. A natureza e as demais realidades existentes
e que não dependem da vontade ou ação humana recebem sentido, tornam-se mundo,
porque recebem significação do Homem manifestando-se como mundo humano e,
portanto cultural. É necessário destacar,
entretanto, que o conceito cultura não é exclusivo da antropologia. Na medida em
que outras ciências se utilizam desse conceito cresce a consciência da necessidade
de um "diálogo" (COUCEIRO, 2002) entre historiadores, antropólogos, sociólogos,
e outros cientistas para "construir uma nova idéia de cultura". Essa necessidade
se fundamenta na crescente polêmica que envolve esse conceito. A existência da polêmica
indica a existência de discordância, por isso a necessidade do diálogo visto
ser esse um "conceito polêmico, ampliado e transformado ao longo de décadas por
antropólogos, historiadores e intelectuais em geral, a noção de cultura continua
sendo alvo de discussão e reelaborações, gerando dificuldades e imprecisões"
(COUCEIRO, 2002, p. 15). Isso implica dizer que até a idéia de cultura é um
elemento que o Homem vem reelaborando e transformando A autora, a
partir da história da cultura, continua tecendo seus comentários, dizendo que
os teóricos têm sugerido a utilização não de cultura, mas de culturas, por
causa dos "Perigos da
utilização do termo cultura no singular, enfatizando a impossibilidade de unir
de forma harmônica e generalizante as manifestações culturais das várias
esferas da sociedade. Cultura deveria, portanto, ser um termo empregado no
plural, já que não se constitui num complexo unificado coerente, mas sim, num
conjunto de 'significados, atitudes e valores partilhados e as formas
simbólicas (apresentações, objetos artesanais) em que eles são expressos ou
encarnados', que são construídos socialmente, variando, portanto, de grupo para
grupo e de uma época a outra". (COUCEIRO, 2002, p. 15). Essa,
entretanto, não será nossa preocupação. Mesmo porque, como diz Brandão (2008,
p. 35), "com o olhar da vocação multicultural, compreendemos que as culturas
humanas são diferentes, mas nunca desiguais. São qualidades diversas de uma
mesma experiência humana".Não
pretendemos conceituar cultura, pois deve haver mais de uma centena de
conceitos e definições (LAPLANTINE, 2000). Nem, tampouco pretendemos analisar as
diferentes manifestações culturais apenas nos colocamos a indagação: como caracterizar
a cultura? Como ato humano. Como caracterizar o ser humano? Como ser capaz de
produzir as diferentes manifestações culturais. No cotidiano das
pessoas a palavra cultura nem sempre tem o mesmo significado que recebe no meio
acadêmico ou científico. Se conversarmos com as pessoas na rua, em seus
ambientes de trabalho veremos que elas se referem à cultura relacionando-a às
artes, à literatura, à escolarização. Veremos que as pessoas dizem que arte é
cultura, que elas e referem à cultura literária e até mencionam nomes de
livros. É comum ouvirmos dizer que "fulano é muito culto" ao se referir a uma
pessoa que freqüentou escolas, graduou-se e é dedicado à leitura e ao estudo.
Não vamos dizer que essas não sejam manifestações da cultura, mas também não
podemos deixar de dizer que essa forma de conceber a cultura é uma manifestação
cultural. A partir desse ponto de vista, que está presente no cotidiano da
maioria das pessoas, a cultura aparece como algo "do outro", da pessoa
ilustrada, do artista... raramente as pessoas se vêm como agentes da cultura,
ou agentes culturais. De acordo com essa visão, a afirmação da cultura é a
afirmação do "outro" e a negação do "eu", pois o outro é capaz de cultura e eu,
por ser menos escolarizado não produzo e nem estou no meio da cultura. "No
Brasil a idéia de cultura (Pelo menos a denominada 'cultura de verdade' ou a
'alta cultura') remete para um conjunto de bens materiais e imateriais
possíveis de ser apropriado e elaborado por uma minoria, uma Elite endinheirada"
( SILVA, 2008, p. 7). Essa forma negadora da própria capacidade cultural, da
proporia cultura, pode ser visto como um elemento cultural. Podemos dizer que é
um elemento cultural o fato de raramente as pessoas se sentirem produtoras e
mantenedoras da cultura[2]. Em razão disso é
que podemos dizer que entender o Homem como capaz de produzir cultura implica
dizer que ele, entre outras coisas, se diferencia dos demais existentes por ser
capaz de agir no mundo, não só como ser social, o que só é possível na relação
com outros humanos, mas como ser criativo, o que pode ocorrer mesmo sem
relações sociais – a solidão pode ser mais motivadora de atos criativos do que
a balburdia do grupo. Por isso que a vida social é, antes cultural. "Essas
formas de comportamento e de vida em sociedade
que tornávamos todos espontaneamente por inatas (nossas maneiras de andar, dormir,
nos encontrar, nos emocionar, comemorar os eventos de nossa existência...) são,
na realidade, o produto de escolhas culturais.
Ou seja, aquilo que os seres humanos têm em comum é sua capacidade para se diferenciar
uns dos outros, para elaborar costumes, línguas, modos de conhecimento,
instituições, jogos profundamente diversos; pois se há algo natural nessa espécie particular que é a espécie humana, é
sua aptidão à variação cultural". (LAPLANTINE, 2000, p. 22, grifos nossos). Em outras
palavras Mello (1982), reforça a afirmação da capacidade não só criativa, como
da intencionalidade do ato humano que é uma ação distintiva. Por isso que o
ninho do passarinho ou um favo de abelhas nunca serão cultura, por mais belos e
bem construídos que sejam. Ao passo que qualquer obra humana, mesmo que feia ou
mal feita, além de ato cultural é resultado da intencionalidade e está recheada
de cultura. "Na
realidade, a acultura, em sentido largo, é o conjunto de obras humanas. É a cultura que distingue o homem dos outros animais.
Por mais perfeito que seja um ninho de passarinho, pouco representa como
realização comparado com qualquer objeto feito pelo homem. A diferença está, ao
nosso ver, na inconsciência que
domina a atividade animal e na consciência
que está presente ao ato humano". (MELLO, 1982, p. 41) Deve-se reforçar
que os atos humanos, além de carregados de intencionalidade, e de consciência
recebem, também, uma dimensão simbólica e ritual. Ou seja, o Homem cria significados
para o que faz e para o que cria. "Existem sociedades
animais e até formas de sociabilidade animal, que podem ser regidas por modos
de interação antagônicas ou comunitárias, bem como de modos de organização
complexos (em função das faixas de idade, dos grupos sexuais, da divisão hierarquizada
do trabalho...). Indo até mais adiante, existe o que hoje não se hesita mais em
chamar de sociologia celular. Assim, o que distingue a sociedade humana da
sociedade animal, e até da sociedade celular, não é de forma alguma a transmissão
das informações, a divisão do trabalho, a especialização hierárquica das
tarefas (tudo isso existe não apenas entre os animais, mas dentro de uma única
célula!), e sim essa forma de comunicação propriamente
cultural que se dá através da troca não mais de signos e sim de símbolos,
e por elaboração das atividades rituais aferentes a estes. Pois, pelo que se
sabe, se os animais são capazes de muitas coisas, nunca se viu algum soprar as
velas de seu bolo de aniversário". (LAPLANTINE, 2000, p. 121). O professor C.
R. Brandão (2008) assim se expressa a respeito de nossa capacidade simbólica ou
da simbologia que caracteriza nossas produções culturais: "Somos seres
criadores de diferentes culturas e de
tantos modos de vida culturais porque
aprendemos a saltar do sinal (como a
fumaça que indica o fogo) ao signo
(como os movimentos da dança nupcial de alguns pássaros, ou de algumas
pessoas), e deles para o símbolo.
Sim, o símbolo, uma criação livre e
arbitrária do imaginário e da mente humana, que inventa em uma língua chamada
Português a palavra 'fogo', para
traduzir uma mesma coisa da natureza, dita e escrita de infinitas maneiras
diferentes em várias línguas. Escrita e cantada com diversos significados,
conforme esteja em um livro de física, em um escrito religioso, em um manual de
sobrevivência na floresta, em um livro de formação de futuros bombeiros ou no
poema com que um jovem apaixonado diz á mulher amada o que ele sente dentro do
coração". (BRANDÃO, 2008, p. 31, grifos no original) Essa dimensão da
simbologia para a obra humana manifesta-se, por exemplo na diferenciação da
habitação. Desde que as abelhas aprenderam fazer suas colméias, as aves seus
ninhos, as aranhas suas teias e as formigas seus formigueiros, mantêm a mesma
estrutura. Com o Homem é diferente. Em um prédio de apartamento ou num conjunto
habitacional, que o poder da produção em
série exige produção em série, podemos observar que cada morador imprime
sua marca distintiva em sua habitação. Elas podem ter semelhanças, mas não são
iguais. E são diferenciadas por causa das características que dão especificidade
para a cultura. Tomemos a
liberdade de fazer uma longa citação das palavras do professor Brandão (2008),
que nos compara aos demais existentes, mostrando a preponderância não só do ato
criativo, como intencional e prenhe de capacidade transformadora e cultural.
Mostra, acima de tudo, nossa capacidade de aprender. Diz ele: "Claro, alguns bichos também lançam mão das "coisas do
mundo" para criarem a sua maneira de viver em "seu mundo". Quando os nossos
primeiros ancestrais viviam a esmo e moravam em bandos em qualquer lugar, e não
haviam dominado ainda o fogo, nem aprendido a habitar as cavernas, as abelhas
já construíam colméias cuja sábia arquitetura até hoje nos espanta. E formigas
e cupins constroem de terra e de matéria dc seus próprios corpos verdadeiras
cidades quase perfeitas. E mesmo ninhos de passarinhos – olhe-os com cuidado –
como o do João Congo ou a casa do João de Barro, são verdadeiros prodígios de
urna engenharia natural. Mas todos os animais "construtores" fazem sempre as
mesmas coisas do mesmo modo, geração após geração, corno uma extensão natural
de sua biologia. Fazem assim e sempre assim, com talvez mínimas mudanças ao
longo dos milênios. Eles constroem com o que a biologia dc seus corpos
determina que façam. Nós não. Nós antes
não sabíamos fazer e, então, aprendemos. A espécie humana, ao longo de sua história,
foi aprendendo. E cada um de nós, por sua
vez, recapitula esta história em sua biografia. Porque, uma a uma,
aprendemos, ao longo da infância e da vida, todas as coisas que aprendemos. Que
aprendemos para ser quem somos, para viver como vivemos, para sentir e pensar o
que sentimos e pensamos, para criar, fazer e transformar tudo o que a sós ou
solidariamente criamos, fazemos e transformamos". (BRANDÃO, 2008, p. 28, grifos
nossos) Até aqui já
assinalamos algumas características da cultura quando dissemos que ela depende
da capacidade interpretativa, re-criativa, simbólica, intencional e
consciente dos atos humanos. Além
disso a cultura permite ao Homem dar novo
significado e novas formas às
produções já existentes. Isso porque o Homem, por ser cultural, consegue fazer escolhas e perceber os rituais que existem nas diferentes manifestações
culturais. Mello (1982) faz os seguintes comentários a respeito de algumas
características da cultura dizendo que ela é "simbólica" ou seja, ela recebe um
significado que é "conferido por aquele que o utiliza. Este significado é
arbitrário". (MELLO, 1982, p. 47). Em razão disso ela também é "social" visto que não existem manifestações
culturais isoladas. Um indivíduo pode produzir individualmente, mas essa
produção passa a ter significado pelo e para o grupo quando passa a ser uma
produção significativa para esse grupo. O autor ainda fala
do caráter dinâmico e estável da
cultura. Seu dinamismo se manifesta no processo de recriação e a estabilidade refere-se
à "tradição e a institucionalização de padrões de comportamento". Além disso a
cultura é "seletiva" pois se
desenvolve dentro de "um processo que implica sempre reformulações" (MELLO,
1982, p. 53) o que corresponde àquilo que estamos chamando de capacidade re-criativa.
Além disso o autor fala do caráter "universal
e regional" da cultura, para afirmar
que todas as sociedades possuem cultura e que ela "penetra todo o ser humano.
Até a maneira de andar do homem é resultado da endoculturação" (IDEM, IBIDEM p.
54). Por fim, a caracterização desse autor mostra que a cultura é "determinante e determinada", pois molda
padrões, mas, ao mesmo tempo, sofre influências no processo de reformulação. Em síntese,
podemos dizer que a antropologia, uma ciência nova, procura apresentar uma
palavra sobre o ser humano e, ao mesmo tempo, procura entender as manifestações
humanas, suas criações. Da mesma forma que outras ciências, a antropologia quer
entender o Homem, o que pode ser feito a partir de uma das mais claras manifestações
do ser humano que é a cultura. Esse processo e produção humanos concretamente
se manifestam em diferentes modalidades e com diversos rostos, mostrando as
diversas faces do ser humano presentes nas criações humanas. O que implica
dizer que o homem pode ser entendido não em si mesmo, mas a partir e naquilo
que produz. Em resumo, só para reafirmar o que já foi dito, o homem se humaniza
ao produzir o mundo; a produção do mundo, as formas de produzir e reproduzir,
criar e recriar, são elementos culturais. Assim sendo o homem se humaniza não
porque é diferente dos animais ou dos outros existentes, mas porque produz e se
manifesta na cultura. Referências A BIBLIA DE JERUSALÉM. 4 reim. São
Paulo: Paulinas, 1989 ANTROPOLOGIA http://www.fflch.usp.br/da/vagner/antropo.html>
acesso: 18/10/2008 BRANDÃO, Carlos Rodrigues. Viver de criar cultura, cultura popular, arte e
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autores e obras. São Paulo: Paulinas, 1981 ________________. O Homem, quem é ele? Elementos de antropologia
filosófica. 2 ed. São Paulo: Paulinas, 1982 NIETZSCHE, F. Além do bem e do mal. São Paulo: Escala, [2005] (a) ________________. Crepúsculo dos Ídolos. São Paulo:
Escala, [2005] (b) SILVA, René Marc da Costa (Org). Cultura
popular e educação. Brasília: Salto
para o futuro/TV Escola/SEED/MEC, 2008. TITIEV, Mischa. Introdução à
Antropologia Cultural. 9ª ed. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian. 2002. * Texto
preparado como material complementar às aulas de Antropologia Cultural,
ministradas aos alunos do 2º período de Administração de Empresas, da FAP,
durante o primeiro semestre de 2009. [1] Mestre
em Educação (UFMS). Especialista em Educação; Especialista em
Didática do Ensino Superior; Especialista em Teologia; Professor de História e
Filosofia na rede estadual, em Rolim de Moura – RO. Filósofo; Teólogo; Historiador;
Professor de Filosofia e Ética na Faculdade de Pimenta Bueno (FAP). Jornalista,
produtor e apresentador de programa radiofônico. [2] No
caso especifico do Brasil, valeria uma reflexão mais aprofundada o fato de não
nos sentirmos agentes de nossa história e de nossa cultura, visto que, ao longo
do processo colonial nosso país – a colônia – era coisa a ser explorada e
região em que vivia não o outro com quem o colonizador pudesse manter relações
de igualdade, mas o índio, o negro ou ambos não possuidores de autonomia e que
podia ser subjugado e explorado. Mesmo o europeu que para o Brasil se dirigia,
vinha em busca de riqueza, ansiando voltar logo e rico para a Europa. Essa
relação desigual e dominadora, pode ter produzido a mentalidade da autonegação
ou do não reconhecimento de si como agente de valores e de cultura. Também pode
ser visto o estudo de Roberto DaMata (1997) sobre a prática de invocar o "sabe
com quem está falando".