Uma análise da educação especial baseada no filme Vermelho como o céu
Por Jeane Oliveira da Costa | 05/07/2010 | EducaçãoO filme passa-se em 1970 períodos em que o sistema educacional conservava um modelo segregacionista, as escolas não tinham preparo para trabalhar com os portadores de necessidades especiais, e as poucas que existiam não estavam ao alcance dos menos favorecidos. Mirco personagem do filme perdeu a visão em um acidente com um rifle ainda criança, teve que se adequar fora das escolas regulares, pois o diagnóstico médico o segregou à uma especial para cegos.
Não sendo de todo ruim, pois vale ressaltar épocas como a idade média em que os nascidos deficientes não tinham direito à vida, no século XIII período segregacionista em que o direito à vida não servia para muita coisa, uma vez que o indivíduo não tinha direito a escola e era separado do convívio social. Assim posso dizer que Mirco teve sorte em encontrar uma escola para estudar, por mais que esta fosse de cunho excludente e limitado, pois não existia relação escola-família, a visita era uma vez por mês, sendo que os pais não podiam opinar no trabalho realizado pela instituição.
A força de vontade que levou Mirco a continuar sua vida depois do acidente, foi a mesma que ajudou seu professor a descobrir uma potencialidade nos alunos, de criar, imaginar e serem capazes de realizar coisas além do limite imposto pela escola; dessa maneira abrindo caminho para uma nova visão de educação que era conhecido como modelo integracionista em 1975, passando os alunos com deficiência a estudar nas classes de ensino regular.
O grande problema do processo da educação especial é a falta de oportunidade para que os alunos portadores de necessidades especiais mostrem suas capacidades de interagir com a sociedade sem serem rotulados de incapazes.
Montoan (2003, p.19) diz "os sistemas escolares também estão montados a partir de um pensamento que recorta a realidade, que permite dividir os alunos em normais e deficientes, as modalidades de ensino em regular e especial". Ela também entende a inclusão como uma mudança de perspectiva educacional que não atinja somente alunos com deficiência, mas todos os demais, para que possam atingir um nível de educação significativo numa corrente geral de ensino.
Por tanto a educação especial tem ganhado uma repercussão muito boa, mas não o ideal. Sonho com uma educação sem privações capaz de ver o outro com dignidade e fazer com que a sociedade também veja dessa forma. Não é por deficiência que medimos o caráter ou capacidade de uma pessoa, mas é ela que define seus próprios limites, se é que existem.
Referência
MONTOAN, Maria Tereza Eglér. Inclusão Escolar: O que é? Por quê? Como fazer?. São Paulo: Moderna, 2003.