UM POUCO SOBRE OS KUHNEN

Por antenor cristovao kuhnen | 27/02/2013 | Família

UM POUCO SOBRE OS KUHNEN

Antenor Cristóvão Kuhnen

Adquiri no “The Historical Research Center”[1] o brasão de minha família (que não incluo aqui por não poder provar a sua autenticidade), bem como um certificado da história do meu sobrenome, o qual diz que Kuhnen, de origem germânica, vem de kuoni, que significa “corajoso”, ou de chunni, cujo significado é “família”. Também diz que Kuhnen foi encontrado como sendo diminutivo carinhoso de Konrad, nome muito comum durante a Idade Média, tendo havido vários reis com esse nome naquela época. Consta ainda que a primeira vez que Kuhnen apareceu documentado como sobrenome foi no século XIII, em Reutlingen, na região que atualmente é o estado de Baden-Württemberg.

No século XIX, navios cargueiros partiam da Alemanha trazendo imigrantes que decidiram mudar-se para o Brasil devido às grandes dificuldades que a Alemanha enfrentava na época. Vieram para povoar as províncias, especialmente no sul do Brasil, onde o clima era semelhante ao de seu país de origem, com as quatro estações bem definidas.

Numa dessas viagens veio nosso antepassado, MATTHIAS WILHELM KUHNEN, nascido em 1814, acompanhado de sua esposa Katharina Lock. Os Kuhnen estabeleceram-se primeiramente na Colônia de São Pedro de Alcântara, fundada em 1º de março de 1829 (PHILIPPI). Seu nome está gravado no obelisco de pedra em homenagem aos primeiros imigrantes alemães, na praça central de São Pedro de Alcântara.

Como as terras em São Pedro de Alcântara não eram produtivas, foi concedido novo lote a algumas famílias que haviam solicitado essa providência ao governo da Província, na Colônia de Vargem Grande (que hoje também faz parte do município de Águas Mornas),em 1836. Entre essas famílias encontrava-se a de Mathias Wilhelm Kuhnen[2].

Em dezembro de 1848, os Kuhnen migraram novamente, dessa vez para a Colônia de Santa Isabel, que ficava na região que hoje são os municípios de Águas Mornas e Rancho Queimado.

Meu avô, Francisco Pedro Kuhnen, homem de muita energia, sempre se expressava de forma muito intensa, sendo admirado e respeitado por todos os seus descendentes. Lembro-me de que, quando ele vinha de Santo Amaro da Imperatriz com objetivo de visitar seu faxinal[3], em que criava gado e tinha lavouras, meu pai e meu irmão Samuel tinham de acompanhá-lo, e, montados a cavalo, faziam a sua tradicional vistoria.

No seu retorno, ele ficava muito cansado, e era de responsabilidade minha e de meus irmãos tirarmos suas botas e lavar os seus pés com água morna, cachaça e sal. Era muito fascinante ouvir suas histórias e experiências de vida.

Meu pai, Francisco Kuhnen, também era respeitado e admirado, não só pelos seus descendentes, como por toda a comunidade. Eu gostava de ouvi-lo conversando com outras pessoas; eram conversas fascinantes, sempre com muita verdade, de uma forma amável e útil.

Lembro-me de quando ele, atuando como Juiz de Paz, ouvia atentamente uma das partes reclamante, em seguida a outra vinha conversar com ele e também a ouvia atentamente.

Chamava as partes em conjunto, ouvia atentamente cada um, tomava a decisão sobre quem estava com a razão e dizia para ambos pedirem desculpas mutuamente, e estava resolvida a questão.

 

Genealogia

Mathias Kuhnen e Margareta Jonas geraram Mathias Wilhelm Kuhnen, nascido em 1814, na Alemanha, falecido em 20 de setembro de 1895, em Vargem Grande. Ele se casou com Katharina Loch, nascida em 1839, na Alemanha, que faleceu aos 104 anos de idade.

Figura 1. Árvore Genealógica até Francisco Kuhnen (do Autor).

 

Fig. 2 - Árvore Genealógica de Bertolina Schmitz Kuhnen, minha mãe (do Autor).

Já no Brasil, tiveram um filho, Pedro Kuhnen, em 15 de julho de 1842, que se casou com Teresa Westrup. Eles tiveram um filho, Francisco Pedro Kuhnen, que nasceu em 26 de agosto de 1883. Em homenagem a Pedro, há uma rua com seu nome em Águas Mornas e outra em Santo Amaro da Imperatriz.

Francisco Pedro Kuhnen casou-se com Elisabeth Lock, nascida em 3 de dezembro de 1883, e falecida em 15 de dezembro de 1976.

Francisco Pedro foi membro fundador, participou da construção e da diretoria do hospital São Francisco de Assis, em Santo Amaro da Imperatriz, ao qual doou a primeira imagem do santo padroeiro do Hospital[4]. Também existe uma rua com seu nome em Santo Amaro da Imperatriz (região Sul do Rio).

 

Foto 2. – setembro de 1924 - FRANCISCO PEDRO KUHNEN e Elizabeth Loch Kuhnen e seus filhos. Em pé: Verônica Kuhnen, Isabela Kuhnen, José Samuel Kuhnen, Francisco Kuhnen, Pedro Meinhoft Kuhnen, Maria Kuhnen, Clara Kuhnen. Sentados: Norberto Kuhnen, Emilia Kuhnen, Terezinha Kuhnen, Ivo Kuhnen (Foto de família do Autor).

Seu filho, Francisco Kuhnen, nascido em 21 de junho de 1910 e falecido em 22 de junho de 1981, foi Juiz de Paz no Município de Águas Mornas durante vinte e sete anos (JOCHEM, p. 317), tendo atuado também nos Municípios de Rancho Queimado e Anitápolis. Casou-se com Bertolina Schmitz. Tiveram quatorze filhos, dos quais eu sou o décimo terceiro.

 

Foto 1. 26 de janeiro de 1960, por ocasião das Bodas de Prata de meus pais. Fila posterior: Rogerio Francisco Kuhnen, Aloncio Kuhnen, Samuel Francisco Kuhnen, Arlindo Alor Kuhnen, Aldo Antonio Kuhnen, Arlindo Kühlkamp, Isabel Kuhnen, Marilene Kühlcamp. Fila anterior: Ivanilda Kuhnen, Ancelmo Kuhnen, Anisio Paulo Kuhnen, meus avós, FRANCISCO PEDRO KUHNEN e Elizabeth Loch Kuhnen, meus pais, Francisco Kuhnen e Bertolina Schmitz Kuhnen, Antenor Cristóvão Kuhnen, Inoli Bertolina Kuhnen, Ivone Kuhnen (Foto de família do Autor).

 

 

Bibliografia

Philippi, Aderbal João. São Pedro de Alcântara: A primeira colônia Alemã em Santa Catarina. Florianópolis: Ed. do Autor, 1995.

Jochem, Toni. A epopeia de uma imigração. Águas Mornas: Ed. do Autor, 1997.

 

 

 

Sobre o Autor

Nome: Antenor Cristóvão Kuhnen

Endereço: Cristóvão Nunes Pires, 202 – Apto. 404

CEP 88010-120 – Centro, Florianópolis/SC

Endereço Eletrônico – antenorkuhnen@gmail.com

Telefone – (048) 96185534

Nascido em 25 de julho de 1957 em Águas Mornas, SC. Formado pela Universidade Holística Internacional/UNIPAZ em 1998. MBA da FGV como ouvinte, em 2001. Brevê de piloto privado, em 2004. Empresário do ramo moveleiro e decoração, de1976 a2009. Cursando a Quinta Fase de Administração de Empresas, na FMP. Filho de Francisco Kuhnen (*21-06-1910 +22-06-1981) e Bertolina Schmitz Kuhnen. Pai de Daniel Anderson Kuhnen (*26-07-1979), Sabrina Kuhnen (*27-07-1980) e Rafael Francisco Kuhnen (*16-04-1983).

Revisão ortográfica, gramatical e redação final: Claudia Adolfs Ziggiatti, secretária, licenciada em História.

NOTAS:



[1] The Historical Research Center - www.historicalreasearchcenter.net - é um site que pretende ser a mais extensa fonte de pesquisas heráldicas e de genealogia, brasões, timbres, e histórias de nomes familiares. Garante que seus dados são extensivamente pesquisados, seus resultados autênticos e historicamente acurados (N. do Autor).

[2] Cfm. http://www.aguasmornas.sc.gov.br/colonia-vargem-grande.htm

[3] Faxinal ou faxina é o campo que avança pelo interior de uma floresta ou é cercado por altas árvores, ou campo de pastagem. (Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa, Ed. Objetiva, 1ª Edição, 2001, pp.1315/1316).

[4] Cfm. http://www.guiasantoamaro.com/hospital.php