UM PARALELO ENTRE A EDUCAÇÃO ESPECIAL NO BRASIL E NA ÁFRICA DO SUL

Por Luciana Paranhos Viaira | 19/04/2023 | Educação

Luciana Paranhos Vieira 

Resumo:

É interessante notar as semelhanças e diferenças entre a educação especial no Brasil e na África do Sul. Embora ambos os países tenham políticas e legislação voltadas para a inclusão, a implementação dessas políticas parece variar. O Brasil parece estar mais avançado na tendência em direção à inclusão em escolas regulares, enquanto a África do Sul ainda depende muito de escolas especiais. É importante abordar os desafios significativos que ambos os países enfrentam na implementação de políticas de educação especial. Barreiras de acesso e qualidade ainda estão presentes, especialmente para populações vulneráveis. É importante continuar defendendo e melhorando a acessibilidade e a qualidade da educação especial para todos os alunos.

Palavras-chave: inclusão, educação especial, Brasil, África do Sul, políticas, legislação, escolas especiais, escolas regulares, populações vulneráveis.

  1. Introdução:

Após concluir meu curso sobre Inclusão de Deficiência na Educação: Construindo Sistemas de Apoio, oferecido pela Universidade da Cidade do Cabo, decidi traçar um paralelo entre a educação especial no Brasil e na África do Sul em termos de semelhanças e diferenças.

A diversidade cultural e linguística da África do Sul também pode apresentar desafios únicos na implementação da educação especial. É importante considerar os antecedentes culturais e linguísticos dos alunos com deficiência e garantir que suas necessidades específicas sejam atendidas.

Ambos os países têm políticas e legislação voltadas para a inclusão de pessoas com deficiência, bem como programas e serviços de educação especial em diferentes níveis.

  1. Desenvolvimento:

No Brasil, a educação especial é regulamentada pela Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva, que tem como objetivo garantir acesso, participação e aprendizado para alunos com deficiências, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades/superdotação. O país possui uma ampla gama de serviços, incluindo escolas especiais, salas de recursos, apoio educacional especializado (AEE) e intérpretes de língua de sinais, entre outros.

             Na África do Sul, a educação especial é regulamentada pelo Livro Branco de Educação 6: Educação de Necessidades Especiais, que estabelece o direito à educação de qualidade para todas as crianças, incluindo aquelas com necessidades especiais. O país também possui uma rede de serviços, incluindo escolas especiais, escolas integradas, equipes de suporte de necessidades especiais e AEE, entre outros.

      No entanto, existem diferenças significativas entre os dois países em relação à educação especial. Na África do Sul, por exemplo, as escolas especiais ainda são muito comuns, enquanto no Brasil a tendência é cada vez mais para a inclusão em escolas regulares. Além disso, a África do Sul tem uma população mais diversa em termos de idiomas e culturas, o que pode afetar a forma como a educação especial é implementada.

       Outro ponto a considerar é que, apesar das políticas e legislações de inclusão existentes, tanto no Brasil quanto na África do Sul, ainda existem desafios significativos em relação à implementação dessas políticas na prática. Ambos os países ainda enfrentam barreiras de acesso e qualidade na educação especial, especialmente para populações vulneráveis, como crianças de áreas rurais e famílias de baixa renda.

3.Considerações finais

As considerações finais do texto enfatizam a importância de continuar trabalhando para melhorar a acessibilidade e qualidade da educação especial em ambos os países. As políticas e legislações existentes são um passo importante, mas a implementação efetiva dessas medidas é crucial para garantir que todas as crianças com deficiência possam receber uma educação de qualidade.

Além disso, é importante abordar as barreiras de acesso e qualidade que ainda existem, especialmente para populações vulneráveis, como crianças de áreas rurais e famílias de baixa renda. É necessária uma continuidade no comprometimento com a inclusão e igualdade de oportunidades para todos os alunos com deficiência.

O texto também destaca que o contexto cultural e linguístico de cada país pode influenciar a implementação da educação especial. A África do Sul, por exemplo, tem uma população mais diversa em termos de idiomas e culturas, o que pode exigir abordagens diferentes para garantir que as necessidades específicas dos alunos com deficiência sejam atendidas.

Em resumo, o texto enfatiza a importância da educação especial inclusiva e de alta qualidade, bem como a necessidade contínua de trabalhar para superar as barreiras de acesso e qualidade que ainda existem.

 

Referências:

Brasil:

● Brasil. Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva. 2008. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/dmdocuments/politica_nacional_educacao_especial.pdf

● Brasil. Ministério da Educação. Educação Especial. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/educacao-especial

● Brasil. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira. Censo Escolar da Educação Básica. 2019. Disponível em: https://www.gov.br/inep/pt-br/areas-de-atuacao/pesquisas-estatisticas-e-indicadores/censo-escolar/resultados/censo-escolar-2019

África do Sul:

● África do Sul. Departamento de Educação Básica. Livro Branco 6: Educação de Necessidades Especiais. 2001. Disponível em: https://www.education.gov.za/Portals/0/Documents/Legislation/White%20Papers/White%20Paper%20on%20Special%20Needs%20Education%20(2001).pdf?ver=2009-05-29-101256-000

● África do Sul. Departamento de Educação Básica. Educação Inclusiva. Disponível em: https://www.education.gov.za/Programmes/InclusiveEducation/tabid/446/Default.aspx

● África do Sul. Statistics South Africa. Pesquisa Geral de Famílias 2019. Disponível em: http://www.statssa.gov.za/publications/P0318/P03182019.pdf

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