Um Papo Com o Cara.

Por Diego Taná | 15/01/2016 | Poesias

Ei, pai
tá tudo bem aí?
Já faz um tempo que eu tento falar com você.
Por que será que não me ouve?
Eu não entendo o que está escrito
ouvi falar que a culpa é minha
que é porque não acredito.

Já vi muita coisa acontecer
e me questiono onde está você
por aqui tem muita coisa estranha
e tem gente que diz ter suas respostas
e muitas vezes essas que acabam expostas.

Tem algo errado, eu sei
e só queria uma verdade
não entendo todo esse mistério
sobre um assunto tão sério
sobre a sua vida e seu império.

Eu cresci doutrinado
como a maioria aqui foi,
mas o tempo passa
e alguns se incomodam 
com a falta de lógica.
Seria tão mais sincero
se ao menos uma vez 
viesse a cada um de nós.

dizem por aqui
que tudo isso lhe pertence
que é do pai, a criação mais convincente.
Que tudo por aqui tem um motivo
e nada foi criado sem sentido.

Não consegui acreditar no argumento
que muitas vidas são criadas
para serem alimentos.
Mas se você é tão perfeito
por que será que essas vidas
sentem dor dentro do peito?

Tudo bem, Pai
realmente é muita coisa pra pensar, né?
Afinal, o trabalho não termina
muitos chegam e se vão
e você continua ai de cima.

Um dia desses vi a foto do seu filho
Eu sei que todos somos,
mas digo do seu de verdade.
Rapaz bonito, olhos claros
pele branca e meia idade.

Até hoje essa história toda é mal contada
aqui embaixo lavaram suas palavras com pedradas,
fogo e perseguição.
Difícil, não é não?

Pois é, Pai...
Quer dizer, pai não, ok?
Ou você aparece e muda tudo
ou eu confirmo que acertei!

Eu já desconfiava
que assim como noel e o coelhinho
voce não passa de um santinho
daqueles de papel
que se imprime aos montes
pra agradar fiel.

É, rapaz…
você já teve aqui um filho
que hoje não mais seduz
mas que um dia fez sinal da cruz,
ao passar na porta da igreja
hoje eu entendo toda essa besteira.

Mas tudo bem, sem rancor?
hoje eu não creio em ti
e sei muito mais o que é amor.
mas quer um conselho de verdade?
Deixo nas suas mãos a solução 
e só te digo que nunca é tarde.

Um certo dia eu me toquei
que nosso papo foi um monólogo que inventei.

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 Diego Taná
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