UM OLHAR SOBRE A INCLUSÃO ESCOLAR

Por Flavia Castro Fonseca | 21/02/2017 | Educação

UM OLHAR SOBRE A INCLUSÃO ESCOLAR.

Flavia Castro Fonseca

            Antes de discutirmos a importância da inclusão da pessoa com deficiência é necessário que façamos a reflexão sobre as raízes histórias que levaram essas pessoas a esse mundo de segregação.

            Durante a idade média a escassez de conhecimento levava os indivíduos a acreditarem que as pessoas nascidas com algum tipo de deficiência eram enviadas do demônio, uma aberração, ou seja, eram pessoas mal vistas e por esse motivo eram retiradas do convívio familiar e social, privando-os do contato e o acesso a uma vida pessoal e social.

            Essa visão foi derrubada durante o período do iluminismo, graças ao começo do avanço cientifico e ao trabalho de Santo Agostinho, que fundou as primeiras escolas confeccionais Foi a partir dai que se estabeleceu a concepção de uma escola segregada, onde a pessoa com deficiência teria uma espaço de aprendizagem e de convivência social apenas com outras pessoas deficientes, o que a meu ver pouco contribui para o desenvolvimento humano das mesmas.

                A necessidade de constituir uma escola em que a prática pedagógica seja estruturada de modo a contemplar as necessidades de todos, de forma igualitária, foi discutida e assumida a partir de documentos legais nacionais e internacionais, como a Constituição Federal de 1988 (BRASIL, 1988), a Declaração Mundial Sobre Educação para Todos  (UNESCO, 1990), a Declaração de Salamanca (Espanha, 1994) e a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (BRASIL, 1996).

            Uma luta que vem se estruturando no cenário educacional a  pelo menos trinta anos, na qual o ambiente escolar  ainda não compreende o individuo com deficiência em sua totalidade. Dessa forma o sistema educacional brasileiro tem como desafio encontrar soluções que venham garantir o acesso e a permanência das pessoas com deficiência em suas instituições de ensino, ou seja, oferecer aos mesmos uma escola de fato inclusiva que permita seu desenvolvimento social, afetivo e cognitivo da mesma forma como os demais.

            Pensar em educação inclusiva significa compreender o aluno dentro das limitações que lhe são peculiares, oferecer a ele as mesmas oportunidades que os demais sem fazê-lo sentir-se diferente, ou seja, despertar no aluno deficiente o sentimento de pertencer àquele grupo onde ele está inserido. Esse sentimento de pertencer é construído através das inúmeras oportunidades que a escola, através de ações planejadas pela gestão, professores e a comunidade.

            Diante disso podemos compreender que a inclusão escolar se concretiza a  partir do momento que se as ações pedagógicas sejam discutidas e planejas de forma a atender a necessidade individual que o deficiente apresenta, de forma que ele o permita a agir e interagir com seu grupo, a construir seu conhecimento dentro da sua competência. Para isso é necessário que o professor esteja disposto a rever sua metodologia de ensino e avaliação, fazendo com que o aluno deficiente tenha as mesmas oportunidades que os demais, sendo garantido a ele que nada além de sua habilidade ou competência será exigido.

            Muitos ambientes escolares ainda acreditam que assegurar aos deficientes as condições de acessibilidade, adequando portas, rampas e banheiros  já estão realizando a inclusão escolar e se esquecem que a pessoa com deficiência é um ser social que necessita das mesmas experiências que os demais, para sua formação moral, social, emocional e cognitiva.