Para quem não é tão jovem, devemos lembrar que o Queremismo foi um movimento popular surgido em maio de 1945 com o objetivo de defender a permanência de Getúlio Vargas na presidência da República. A expressão foi originada do slogan utilizado pelo movimento: "Queremos Getúlio". Almejava o adiamento das eleições presidenciais, com o lançamento da candidatura de Vargas, e a convocação da Assembléia Nacional Constituinte.

 

Pois hoje, estamos nos deparando com um novo Queremismo, só que em relação ao atual Presidente Lula, eis que já foi protocolado na Mesa da Câmara dos Deputados, um Projeto de Emenda Constitucional neste sentido.

 

Aqueles que são contra, trazem à tona aquela alegação de que a democracia pressupõe alternância no poder. Só que, na época em que foi votada a Emenda Constitucional nº 16 de 1997, aquela que permitiu a reeleição do ex-Presidente Fernando Henrique Cardoso, tornando-o o primeiro presidente brasileiro a ser reeleito no Brasil, eles convenientemente escamotearam e desconsideraram o referido pressuposto. Sem deixar de lado o fato de que passaram ao largo das acusações de compra de votos para a aprovação da referida emenda.

 

Existe ainda por parte dos opositores, o argumento da corrupção que teria assolado o presente governo, como se ela não fosse inerente à vida política da nossa ou de qualquer outra nação. Bem, eu acho que tudo é uma questão de ponto de vista. Os opositores de Lula, dirão que seu governo teve a marca da corrupção. Já, os seus apoiadores, dirão o contrário, ou seja, que “nunca antes em nossa história”, ela foi tão eficientemente combatida e punida, inclusive com cortes na própria carne. Sem esquecermos que, com o recente escândalo das passagens aéreas, caíram por terra quase que todos os últimos bastiões da moralidade e da ética de nosso cenário político.

 

De qualquer forma, diante dos candidatos com que os partidos estão nos acenando para concorrerem às próximas eleições presidenciais, formando um quadro preocupante e nada auspicioso ou entusiasmante, tenho sentido no seio da população, uma tendência cada vez maior a apoiarem a reeleição de Lula, engrossando as fileiras daqueles que querem um novo Queremismo. Afinal, como diria Lula em suas “tiradas futebolísticas”, “em time que está ganhando (ou ao menos empatando), não se mexe”.

 

Jorge André Irion Jobim. Advogado de Santa Maria, RS
http://jobhim.blogspot.com/
http://cronicasdavilanorte.blogspot.com/