Um Manifesto Diante dos Desafios Desse Mundo Caótico
Por EXPEDITO GONCALVES DIAS | 23/01/2025 | SociedadeOs dados comandam o espetáculo e seu estudo nos dá o retrato falado de tudo.
Criamos memórias em cada ato que praticamos, seja de forma consciente ou não. De cada ação pode ser feita uma releitura no futuro através dos algoritmos gerados, coletados e armazenados. Sempre foi assim, mas só agora podemos compreender este processo de uma forma mais clara e ampla e os processos digitais facilitam essa façanha.
A era digital vem forçando uma sublevação e reafirmação de dados oriundos de culturas quase perdidas por este mundão afora. E, talvez jamais seriam conhecidas, não fossem os celulares e os smartphones disponíveis e cada vez mais baratos.
Ou seja a digitalização não é mais uma possibilidade, mas uma realidade.
A Cultura é o fruto das ações de uma sociedade e a Arte é o produto acabado, aceito e que fica para a posteridade. E surgem, então, os desafios para aqueles que fazem uso consciente dos meios de difusão da cultura e da informação coesa e verdadeira, para que a Arte seja o produto final e não os desastres possíveis que são o subproduto da mentira.
Estão muito em moda e em uso descabido as fake news e é preciso dizer na verdade o que elas são e como são engendradas.
Existe uma engenharia por trás delas. E isso é muito fácil de entender, já que a Comunicação, o Jornalismo, a Publicidade chegaram no seu limite exarcebado de convencer e vender seu produto ou ideia a todo custo. O que a TV despeja diariamente em cada lar, se expremido o conteúdo não passa de 10% da realidade. É o que sobra depois das reuniões de pautas, dos interesses envolvidos em cada matéria divulgada, da maquiagem de estúdio, da magia das câmeras e dos ecrans de alta definição, do lado de cá, em nossos lares.
Essa engenharia das fake news, por exemplo, é a alquimia reversa de transformar ouro em chumbo. A comunicação a serviço da desinformação. Como ela funciona?
Podemos resumi-la assim: toma-se uma parte de um fato verdadeiro inicial e junta-se a 3 partes, por exemplo, de mentiras relacionadas àquele fato verdadeiro - e pronto! -a verdade desaparece e surge uma pseudo ‘verdade’, a tal falada fake news - que serve aos propósitos de quem a arquitetou.
O desafio de cada um que está consciente desses mecanismos e fórmulas macabras é tentar mostrar o que foi dito acima para um maior número de pessoas possível e no seu trabalho diário buscar ser verdadeiro e leal com a verdade. A mentira prejudica a todos e nossos avós diziam que o mentiroso precisa de mais sete mentiras para sustentar aquela inicial criada. E mesmo assim ela continua sendo uma mentira. E quem a proferiu fica vítima dela.
É preferível, para a nossa própria sobrevivência neste mundo caótica, ficar na ante sala da pós-verdade, como espectador e não como executor!
Como jornalista, ainda do século passado, vejo o quanto isso é importante para não detonar ainda mais o mundo e manter minha sanidade mental.
Uní-vos, os que ainda não ultrapassaram esta última barreira do fim do mundo. Salvemos o que resta da Cultura e que a Arte sobreviva a tantos ataques.
Espero e desejo sucesso e vida longa a todos que lerem este manifesto!
Expedito Gonçalves Dias, residente em Varginha-MG
Jornalista e escritor - Presidente da APESUL - Associação de Poetas e Escritores do Sul de Minas
Autor de 4 Livros: Versos Inquietos/Na Aba da Lua; Serenas Provocações; Delírios de Um Espantalho e Mergulho Na Alma Cigana.