Um Futuro Ameaçado

Por Rubens Pessoa de Barros | 28/04/2008 | Ambiental

UM FUTURO AMEAÇADO.

Nos últimos dias, a preocupação com os problemas ambientais, tem sido o alvo de todos os líderes, e da comunidade acadêmica, uma vez que os problemas globais são resultantes da falta de ações locais, por falta do engajamento da sociedade. A terra é uma só, e todos nós dependemos de uma biosfera para preservarmos nossas vidas. Ainda assim, algumas comunidades e países pensam exclusivamente no seu usufruto sem se preocupar com os impactos que terá a Terra no futuro.

As principais falhas que precisamos corrigir são derivadas da pobreza, afinal as pessoas mais pobres e sem instrução usam excessivamente os recursos ambientais para sobreviverem, empobrecendo assim o meio ambiente. No passado, muitas sociedades sofreram por usar demasiadamente seus recursos, tornando-se hoje em ruínas.

Apesar desta dura realidade há que se destacar alguns progressos em boa parte do mundo. Um exemplo é a expectativa de vida de crianças que nascem hoje. Estas podem conseguir um padrão de vida melhor que aquele que seus pais tiveram, principalmente em termos de saúde e educação.

Atualmente, encontramos em toda parte do mundo pessoas preocupadas com o meio ambiente, resultado de protestos, participações e algumas mudanças. Dessa forma acendeu esperanças em vários setores. As pessoas querem cooperar na construção de um futuro mais próspero, mais justo e seguro; é possível chegar a uma nova era de crescimento econômico, fundamentada em políticas que mantenham e ampliem a base de recursos da Terra. O progresso que alguns desfrutaram no século passado pode ser vivido por todos nos próximos anos. Mas para que isso realmente aconteça, as pessoas devem compreender que precisam respeitar os recursos naturais e manter o desenvolvimento humano.

Sintomas e causas

O desgaste ambiental foi freqüentemente considerado o resultado da melhoria do padrão de vida de muitos ricos, mas a própria pobreza polui o meio ambiente. Para sobreviver, a classe subalternizada acaba destruindo seu próprio meio ambiente: derrubando florestas, permitindo o pastoreio excessivo e também para a criação de favelas.

No caso em que o crescimento econômico permitiu a melhoria dos padrões de vida, isso foi conseguido à custa de danos globais a longo prazo, e que hoje percebemos esses reflexos. Os problemas derivam tanto da falta de desenvolvimento quanto de conseqüências inesperadas de certas formas de crescimento econômico em planejamento ambiental.

Pobreza

A quantidade de pessoas famintas no mundo tem aumentado cada vez mais. Em 1980, haviam 340 milhões de pessoas, em 87 países em desenvolvimento, que não tinham alimentação suficiente e como conseqüência apresentavam algum tipo de deficiência no crescimento e graves problemas de saúde.

Cresceu também o número de pessoas que vivem em favelas e cortiços com situações de saneamento básico, precárias ocasionando assim muitas doenças oriundas da ausência do serviço básico de coleta de resíduos sólidos e residuários.

A pressão da pobreza deve ser considerada num contexto mais amplo. Existem grandes diferenças nas rendas per capita, em 1984 variava de US$190 (cento e noventa) dólares, nos países de baixa renda (exceto China e Índia) até US$ 11.430 (onze mil quatrocentos e trinta) dólares, nas economias industriais de mercado.

Um caso a ser observado são as catástrofes ao longo de décadas passadas, como por exemplo nos anos 60 e 70. Em meados de 70 o número de "catástrofes naturais" foram seis vezes maior que na década de 60. As secas e as inundações foram responsáveis pelos maiores estragos. A maioria das vítimas desses acidentes "naturais" é constituída de pessoas em baixa situação financeira e das regiões africanas. E parece que a situação piorou nos últimos anos.

Crescimento

A partir de meados dos anos 50, em algumas partes do mundo, a qualidade de vida se elevou graças ao crescimento e ao desenvolvimento. Muitos produtos e tecnologia contribuíram para essa melhoria, porém o impacto foi muito grande, tendo em vista o grau de poluição do uso dos combustíveis fósseis.

Outras formas de produção, mais tradicionais, também provocaram desgaste ambiental. Podemos citar os desmatamentos para criação de áreas de cultivos, além de construções de represas e pastagens para a criação de gado.

Nos últimos anos, os países industrializados conseguiram crescer economicamente usando menos matéria-prima e energia por unidade de produção. Entretanto, com o crescimento populacional e a elevação das rendas o consumo per capita de energia e matérias-primas aumentará nos países em desenvolvimento.

Sobrevivência

Com o aumento da população e da produção sentiu-se a necessidade de usar mais os recursos naturais. Contudo, há de se analisar que os recursos estão diminuindo muito depressa e que existe pouco tempo para prever e evitar os resultados indesejáveis.

Podemos citar o efeito estufa como uma das ameaças aos sistemas que sustentam a vida. Não esquecendo a destruição da camada de ozônio da atmosfera, devido a gases liberados durante a produção de espuma e devido ao uso de refrigerante e aerossóis.

Ainda existem os poluentes do ar que estão matando árvores e lagos, acidificandoo meio ambiente; destruição de florestas; eliminação de dejetos químicos e a desertificação como fatores preocupantes. Porém a maior ameaça ao meio ambiente da Terra ainda é a possibilidade de guerra nuclear.

A crise econômica

Nossa preocupação está voltada para o meio ambiente, mas um caso a se preocupar é como isso pode afetar o desenvolvimento econômico. Essa ligação passou a ser mais sentida nos anos 80, onde houve estagnação do comércio mundial. África e América Latina sofreram mais com esta crise econômica.

Como conseqüência desse período, aumentou o sofrimento humano e houve muita exploração excessiva das terras e dos recursos naturais para garantir sobrevivência a curto prazo.

Conclusão

Portanto, o progresso humano sempre dependeu da técnica e da capacidade para agir em cooperação. Alguns processos tecnológicos foram amplamente disseminados, mas isso não basta. O desenvolvimento não se mantém se a base de recursos ambientais se deteriora. Primeiro que os desgastes do meio ambiente estão interligados; segundo que os desgastes ambientais e os padrões de desenvolvimento econômico se interligam e terceiro que os problemas ambientais e econômicos ligam-se a vários fatores sociais e políticos. Além disso, o desgaste do meio ambiente e o desenvolvimento desigual podem aumentar as tensões sociais. E sendo assim, o futuro estará ameaçado.

Referência:

NOSSO FUTURO COMUM/Comissão Mundial Para o Meio Ambiente e Desenvolvimento. 2 ed. Rio de Janeiro: Ed. Fundação Getúlio Vargas, 1991.