UM FILHO NA PORTA

Por cesar gonçalves | 19/04/2011 | Família

UM FILHO NA PORTA
Já durante alguns dias, alguém abandonou no meio da rua, um pequeno cachorrinho que penou sem comida nem água. Uma mulher de mente meio confusa compadeceu-se da dor daquele ser vivo e levou o mesmo para casa. Por algum motivo, depois de alguns dias, essa mesma mulher tentou jogá-lo no meio da rua, em uma sacola plástica amarrada pela boca. Vendo o sofrimento daquele pequeno animal, meu filho o trouxe para casa. Para ser sincero, naquele momento eu não desejava aquela responsabilidade, pois não estava nos meus planos ou prioridades. Quando olhei aquela criatura de Deus, tão judiado fiquei realmente impactado. Seus olhos traziam consigo o medo, a fome, a sede e a desconfiança com outro dono. Tentei falar com meu filho para alimentá-lo e depois procurar um novo dono para ele, impossível, eu já estava dominado, fiquei paralisado com aqueles olhinhos tão tristes olhando para mim e aguardando uma resposta, como se soubesse que mais uma vez seria jogado na rua sem água nem comida. Marcas de um destino cruel para aquele ser, ainda um filhote, mal desmamado, sem o carinho da sua família e de nenhuma outra. Já não havia mais o que fazer, ele já fazia parte da minha família e a família fazia parte dele. Ele simplesmente veio para assumir um lugar que por algum motivo, era dele, sem nenhuma explicação lógica. Aumentou muito o trabalho, mas ganhamos um verdadeiro amigo. De alguma forma, no dia que ele entrou pela porta da minha casa, parece que a alegria aproveitou a carona da porta aberta e veio junto. A vida ficou melhor.