Um conto: O dia da ponte

Por icaro rodrigues da silva | 03/04/2018 | Contos

Ultimamente esse jovem de que irei falar, anda com muitas questões, e ele suspeita que tem um certo gosto por palavras, mas ainda tem muito o que aprender, doravante trabalha e estuda, não sabe bem o que estuda, ele busca ser um jovem da mente aberta, busca aprender de tudo, a todo lugar que chegue, como dito ele suspeita que leva jeito com as palavras, mas não sabe, mas ele escreve, escreve e escreve, depois ler e rir daquilo que escreveu, surpreso com o que fez, se perguntando de onde vem aquelas palavras? E pensa se aquilo é normal com a sua idade, pois no tempo que ele vive, o mundo é distorcido de aparências, interesses, julgamentos, e pré-conceitos dos objetos diferentes dos conceitos dos objetos, pois a distorção dos objetos ocorre quando puxamos para o nosso lado de modo agradável, digo, aquilo que não gosto, não me interesso, não me é útil, logo não me serve, não é meu amigo, mas, passo a ter um certo gosto quando conceituo o objeto do modo que “desejo”, mas o conto aqui é para tratar do jovem que comecei falando.

Esse jovem tem boas ideias, e diferentes ideias, daquelas que pode fazer a diferença no tempo de espaço presente em que ele vive, bem como no que estar ‘porvir’. Ele já escutou opiniões de pessoas que falaram que ele leva jeito com as palavras, tem ideias consideráveis que tais pessoas ainda não tenham ouvido, ou se tem é por que não foi do interesse ouvir, e logo ele sente-se uma felicidade naquele instante momentaneamente, mas depois ele ver que se as gostam das suas diferentes ideias, seu jeito fora do comum de ser, ele suspeita que deve continuar nas ideias, escrever, melhorar sua gramatica, pois ele atribui de acordo com o que disseram, algo valoroso, por mais que ele seja muito desconfiado sobre o que dizem dele, pois ele para uns é louco, sim, já chamaram ele de louco, ora, isso foi falado de jeito brincalhão, mas, a piada assim como outros diversos objetos, tem as duas mascaras do teatro, pode ser que na consciência de quem fala no momento que fala seja falado para não perder a amizade como uns dizem, mas na inconsciência é onde está a verdade do que meramente quer dizer, é onde estará o pensamento maligno, mas nem é tão mal, pois a verdade é o que é bom, mas como dito, geralmente tudo é só teatro, onde a consciência é o ator, e a inconsciência é o autor. Mas vejo que estou embromando o que tenho de falar aqui, sobre tal jovem.

Seguidamente, sendo mais direto, o jovem andava com uma alimentação mal equilibrada, e onde pouco há equilíbrio pode ter aversões nos objetos, então um dia, ao dormir muito, de repente ele acordou, estava na metade da noite, e foi fazer um café como de costume, ele adorava um café, por muitas vezes sentado tomando café lembrava ele do seu pai, que acordava de madrugava para fazer café, gente antiga do interior é assim – por diante, o jovem tomando seu café amargo, em que o café não o deixou dormir o resto da noite, virando a noite toda, viu um filme, fez breves leituras, ele estava relendo um livro de um grande filosofo que pelo mesmo muito já aprendeu, e por vezes o chama de Pai, Arthur Shopenhauer, mas não vou entrar em detalhes sobre esse filosofo, pois aqui trata-se de um jovem, porém não deixa de ser possibilidade em um outro momento dedicar algumas palavras a esse pai que esse jovem tanto considera. Entretanto o café segurou o jovem acordado até de manhã, e pela manhã, no transcorrer do dia, ele procurou estudar, e planejou tirar um cochilo na tarde para anoite ir trabalhar, mas não foi bem como quis, sem comer equilibradamente, ao chegar a tarde, quando se deitou, cochilou mas um sono bem simplificado, pouco descansou e a hora de ir trabalhar chegou.

Arrumou a mochila, colocando um livro de português e dois pequenos cadernos num bolso, em outro colocou dois livros, um de fundamentos do direito, outro do Shopenhauer, e também um caderno que gostava de levar para escrever, por quase todo lugar ele conseguia ver o que muitos não viam, tinha como princípio não se levar pelas aparências e apreciar o que os objetos tinham  por trás daquilo que simplesmente mostravam, mas isso nem era direto por que ele também era um ser humano, tinha suas necessidades assim como os outros, porem alguém com ideias diferentes.

Fechou o zíper do mochilão, vestido, ainda pôs um casaco de frio, o tempo estava relativamente friento, tinha chovido, o jovem que não percebeu a chuva, por que dentro de casa, dormindo... pegou a chave de casa, trancou a porta e saiu. Subiu uma escada, passando por um portão. Fraco, tomou só um café, deficitário de nutrientes para seu corpo se locomover. Foi para o ponto de ônibus, como sempre, esperando, esperando, esperando. As vezes ele pensava enquanto aguardava o ônibus, se estaria mesmo a um ônibus a esperar, ou esperando a vida passar, ou sendo dependente de um veículo para em algum lugar da vida chegar, sempre tinha dúvidas...

Lá estar a vir o ônibus. Entrou. Passou a catraca. Fraco, colocou uns óculos escuros, para tirar um cochilo sentado nos últimos bancos no ônibus, mas o ônibus alegre balançava para lá e para cá, e o jovem não pode o teu cochilo tirar. Pegou um livro na mochila, começou a ler. Leu uma página, os olhos pesavam, mas nem era tanto de sono, era a fraqueza por falta de uma boa nutrição. Demasiadamente fraquejado, começou a pensar na vida, olhando outras vidas pela janela do ônibus, e via tristeza e alegria no rosto das pessoas. Pensando, que só queria chegar no trabalho, se sentar e tranquilizar, se alimentar, mas até lá ainda distante está. Pensamentos malignos, ou não começaram a fazer sua mente. Desceu do ônibus, tinha que andar um pouco até outro ponto de ônibus, mas ele ali fraco, mochila começou a pesar e ao anjo queria se entregar.

Caminhando nas calçadas, tinha uma avenida para atravessar, e uma ponte que daria acesso ao outro lado. Ele parecia triste, lagrimas nos olhos o tomaram rapidamente, pensamentos maldosos o possuía, e um estudioso como era, aprendeu muita coisa, como o uso da razão e emoção afeta nas tomadas de decisões, mas todo o conhecimento adquirido pouco importava, pois dois únicos na sua cabeça passavam ali no percurso do ponto, enquanto ele passava. Ele pouco entendia o porquê, mas viu uma oportunidade para dar um basta nesse sofrimento.

Pular da ponte era o primeiro pensamento. E pensando nisso ele baixou a cabeça, os olhos encheram mais ainda de lagrimas, pois logo vinha o segundo pensamento, que era o dos teus pais.

Ele lembrava tão claramente dos pais, caminhando e olhando lá embaixo da ponte, parece que ele via os pais lá embaixo, olhando ele desvivido no chão. Parece que ele via sua mão chorando, dizendo o porquê do filho tirar a própria vida dessa maneira. E teu pai, um Senhor tão tranquilo, olhando o seu filho ali no meio da avenida, sem vida. O jovem pensava, o que os teus pais iriam pensar se ele tirasse a própria vida? Como eles ficariam? Só veio a imagem dos pais na cabeça dele, como se ele só tivesse a eles. Caminhando ele repetia várias vezes: “Não vou pular, não vou pular, não vou pular, não vou pular.” Falando isso, sem perceber quando parou de repetir essas palavras, a ponto tinha acabado. Ele tinha passado a ponto. No fim dela, olhou levemente para trás, e disfarçou o sorriso junto a uma lagrima que descia no teu rosto. Daqui em diante, ainda desanimado, refletindo sobre o que deixou de fazer, que era tirar a própria vida, vinha o ultimo ônibus. Entrando no ônibus, um homem que não conhecia, começou com ele conversar, escutando com a mente aberta, e foi grandioso. Por fim, o jovem chegou no trabalho, em paz consigo mesmo, conversando com os conhecidos do trabalho, esqueceu naquele momento, do que queria fazer enquanto atravessava a ponte.

A noite passou rápido. E ele que já tinha recuperado as forças, viu que aquela vontade de desvivesser, foi causa da nutrição, e não só dele, mas de outros fatores. Fatores esses que irão variar, pois cada um vive do seu modo, fatores diversos, assim como a imensa diversidade de formas de ser feliz. Sempre haverá pensamentos ruins, e eles podem tomar de conta ainda mais quando demonstrar fraqueza. Equilibrar os pensamentos, é como equilibrar a nutrição, é uma dieta perpetua durante toda a vivencia da vida, foi isso o que o jovem pensou, e também aprendeu um pouco mais sobre, ele de certo modo sentiu o que outros sentiram quando estavam prestes a tirar a sua vida. Mas, esse jovem preferiu seguir a vida, pois ela já é muito curta, e tira-la, encurtará mais ainda, em contrário disso ele viu que se a vida é curta, talvez o sentido seja prolonga-la, talvez a busca deve ser proveitosa até a velhice, fim da vida, para ter como resultado, a eternidade. O jovem ver que a vida é curtíssima, mais do que supostamente pensamos que ela seja, como a sensação de planejar fazer dez coisas durante o dia, e só fazer sete, as outras três coisas foram a sensação de que podia-se fazer, então o sentido está meramente de fazer algo que fique para a eternidade, que seja repassado durante tempos, e pular de uma ponte não resolverá isso, a não ser que queira ser lembrado como o jovem que pulou da ponte, e assim seja só mais um jovem que pulou da ponte.

E o jovem segue a sua vida. Lembra do fato ocorrido, mas usa isso como algo positivo, de que não pode pensar negativo a ponto da vida tirar. Ele usou isso e escreveu, como um conto, que sirva de exemplo, e não morra antes de ficar velho. O jovem passou por esse momento difícil, mas nada de uma boa adversidade para ser alguém melhor, não teria motivo crescer sem passar por um obstáculo, pois o sofrimento do obstáculo, serve como uma historinha a ser contada, assim como essa que estou contando, sobre esse jovem cheio de ideias, ser bastante pensante, jovem que veio de uma educação humilde, e quando ele tem a oportunidade de pôr em pratica suas ideias, ele deve não perder tempo e agir, esse jovem é um sonhador, vive num universo feito de imaginações, mundo das ideias, um jovem de 22 anos, chamado Icaro.

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