UM CHEFE LEGAL
Por Paulo de Aragão Lins | 10/08/2010 | BíbliaUM CHEFE LEGAL
Então o rei David enviou a Zadoc e a Abiatar, sacerdotes, dizendo: Falai aos anciãos de Judá, dizendo: Por que seríeis vós os últimos em tornar a trazer o rei para a sua casa? (porque as palavras de todo o Israel chegaram ao rei, até à sua casa). Vós sois meus irmãos, meus ossos e minha carne sois vós: por que, pois, seríeis os últimos em tornar a trazer o rei?
E a Amasa direis: Porventura não és tu meu osso e minha carne? assim me faça Deus, e outro tanto, se não fores chefe do arraial diante de mim, para sempre, em lugar de Joab. Assim moveu o coração de todos os homens de Judá, como o dum só homem; e enviaram ao rei, dizendo: Volta tu com todos os teus servos. Então o rei voltou, e chegou até o Jordão; e Judá veio a Gilgal, para ir encontrar-se com o rei, à outra banda do Jordão. 2 Sm 19.11-15.
Davi não era somente um rei, um chefe, um condutor ou um comandante. Davi era um líder, um guia, um pastor, um profeta e um sacerdote.
Ele despertava em seus seguidores uma dedicação, um carisma, um élan, uma mística, um apego, uma lealdade e uma fidelidade completamente fora do comum, totalmente sobrenaturais.
Eles o seguiam por amor mas, sobretudo, por ordenação divina.
Era o próprio Deus que tocava no coração dos guerreiros de Davi e lhes dava a voz de comando.
Se um soldado secular e puramente humano executa cegamente as ordens dos seus comandantes, imagine uma ordem peremptória do supremo General!
Os líderes de Deus não precisam esforçar-se muito para dirigir, liderar, comandar ou orientar seus conservos.
Basta um desejo, uma aspiração, para ser obedecido.
Certo dia um simples suspiro de Davi foi o suficiente para gerar um supremo ato de heroísmo. Veja o relato:
"Também três dos trinta cabeças desceram, e vieram, no tempo da sega, a Davi, à caverna de Adulão e a multidão dos filisteus acampara no vale de Refaim. David estava, então, num lugar forte, e a guarnição dos filisteus estava então em Belém. E teve David desejo, e disse: Quem me dera beber da água da cisterna de Belém, que está junto à porta!
Então aqueles três valentes romperam pelo arraial dos filisteus, e tiraram água da cisterna de Belém, que está junto à porta, e a tomaram, e a trouxeram a Davi porém ele não a quis beber, mas derramou-a perante o Senhor, E disse: Guarda-me, ó Senhor, de que tal faça. Beberia eu o sangue dos homens que foram a risco da sua vida? De maneira que não a quis beber: isto fizeram aqueles três valentes".
Vemos hoje todo tipo de artifícios baseados na Psicologia, na Psicanálise, nas técnicas de Administração, na Ciência Política e outras afins, com a intenção de manipular as pessoas, principalmente os membros de igreja, de forma subliminar, com a intenção de conduzi-las a objetivos nem sempre bons e honestos.
É incrível quantos são levados, conduzidos, induzidos e forçados a abrirem os bolsos e ofertarem altas quantias para a "evangelização do mundo".
O mundo está cansado de ouvir.
O mundo agora quer ver.
Quer ver Cristo vivendo em nossa vida, Deus operando através de nós, vidas consagradas, amorosas, prontas a ajudar.
Conheci um famoso pastor que me disse certa vez:
- Já fiz mais de seiscentos vôos do Brasil para os Estados Unidos e dos Estados Unidos para o Brasil.
Descobri que ele fazia grandes campanhas nas igrejas americanas "para ajudar os miseráveis, os favelados, os sem terra e os sem teto" do Brasil.
Em contrapartida ele fazia campanhas em grandes igrejas brasileiras, induzindo as pessoas a deixarem de assistir televisão e a trazerem seus aparelhos de TV para ele vender e usar o dinheiro "em caridade para os pobrezinhos americanos".
Se ia dinheiro daqui prá lá e vinha dinheiro de lá prá cá, provavelmente os sacos de dinheiro se chocavam e caiam no Oceano Atlântico.
Uma coisa é ter o coração tocado por Deus e a outra é ter a mente induzida pela Psicologia de massas.
Deus não julga atitudes.
Deus julga intenções.
Quando é Deus quem toca nos corações, grandes coisas acontecem, grandes obras são realizadas, caminha-se sobre o tapete dos milagres, prodígios e maravilhas.
Quando é Deus quem toca nos corações, batalhas são vencidas, barreiras são quebradas, fortalezas são conquistadas e vidas são resgatadas.
Davi vencia sempre, primeiro porque Deus era com ele, segundo porque ele tinha zelo pelo Senhor dos exércitos e terceiro, porque ele estava sempre cercado por homens cujo coração Deus tocava.
Os valentes de Davi eram os valentes de Deus.