Turismo glbts: ruptura de preconceitos para um segmento em ascenção

Por BIANCA PIRES | 02/11/2011 | Sociedade

        Considerado atualmente um dos segmentos mais promissores da atividade turística, o Turismo GLBTS diferentemente do que muitos imaginam é constituído em grande parcela por indivíduos com amplo nível social, econômico e cultural.

           A conquista pela livre expressão de sua orientação sexual fez com que o público homossexual incidisse a requerer novas formas de acolhimento para satisfação de seus desejos e necessidades quanto visitantes.

          Esse público é trajado pelo bom gosto e, principalmente, pela renda expressiva que permitem que consumam mais consigo mesmos em suas viagens. Por esta razão, abrolha um novo mercado altamente lucrativo, todavia ainda limitado para o acolhimento dessa crescente demanda.

         Ainda assim o Brasil não pode ser meditado como itinerário internacional preferencial, não obstante seja o mais buscado dentro da América Latina. Eventos como Carnaval e Paradas do Orgulho Gay, realizadas em muitas capitais brasileiras, a cada ano atraem um maior número de turistas de todo o mundo. Isso corrobora o respeito à cidadania e a diversidade.

          Já existem no Brasil agências especializadas para o público GLBTS, porém, o convencionalismo ainda é um dos maiores impedimentos para que esse segmento se adolesça de forma peremptória.

          Infelizmente, observa-se visivelmente a oposição de alguns municípios em investir nesse novo mercado, grande parte por nítido preconceito. É corriqueiro ouvirmos relatos de quem busca serviços turísticos voltados para o público homossexual, sobre as negativas de anuência de casais gays, por temor da não concordância por parte dos clientes habituais. Esse tipo de coação é “comum” nos estabelecimentos hoteleiros, e essa atitude ratifica o quanto o turismo brasileiro ainda carece ser amadurado por parte das esferas públicas e pela iniciativa privada.

          Existem ressalvas com obviedade, visto que muitos empresários já compreenderam que esse público gasta muito mais do que os demais, apesar disso, ainda estão despreparados para recebê-los por valores enraizados de intransigência com o que se consideram fora dos padrões definidos pela sociedade.

           Por esta razão, abrolham hotéis especializados em auferir ao público homossexual, mas se pararmos pra conjeturar iremos intuir que essa atitude enclaustra ainda mais a comunidade gay que paga pelos serviços oferecidos como qualquer outro visitante. 

          Notadamente o trade turístico brasileiro necessita com urgência adaptar-se para a recepção eficaz e igualitária desse público. Porventura há os que creiam que a existência de atendimento distinto é relevante para que se impeçam corroboráveis choques culturais, ao menos enquanto a sociedade revelar-se preconceituosa e inflexível.

           É a partir dessa problemática, que concluímos a colossal responsabilidade dos profissionais do ramo turístico, visto que estes devem ser despojados de preconceitos, mas, sobretudo ter visão arrojada para investir nesta magnífica e pouco empreendida alternativa de imissões com garantia de retorno palpável.