Tucanos e "fogo amigo" na quebra de sigilo

Edson Silva

O "Vale Tudo" no Horário Eleitoral Gratuito de rádio e televisão pode estar colocando todos os brasileiros diante de uma das maiores fraudes eleitorais já vistas no país. Sem provas ou mesmo se valendo de mentiras deslavadas e imediatamente desmascaradas, candidatos como Serra, Alckmin, Aloísio Nunes e agora quase todos candidatos a deputados do PSDB e outros partidos de oposição ao PT insinuam e provocam petistas e aliados. Os ataques sobem de tom na mesma medida em que adversários sobem nas pesquisas de intenção de votos.

Quem, por algum motivo, se comoveu ao ver um Serra, sob orientação de marqueteiros, "quase" chorar na TV e dizer que a pobrezinha de sua filha teve sigilo fiscal quebrado na Receita Federal deve ficar atento para os próximos capítulos, afinal já surge indício de que as tais "investigações clandestinas", para ser mais claro espionagem e "arapongagem", só não se pode afirmar que "baratas", podem ter sido feitas por integrantes do próprio PSDB, equipes do paulista Serra investigando o mineiro Aécio Neves e vice e versa, no chamado: "fogo amigo".

Os mais desconfiados podem questionar: Porque tucano iria investigar tucano? Explicamos, as quebras de sigilo ocorreram em setembro de 2009, época em que se definia se Serra ou Aécio seria o candidato do PSDB a Presidência... Na época, foi amplamente noticiado que o jornal Estado de Minas estaria preparando "investigação especial" sobre Serra, com o jornalista Amaury Ribeiro Jr., que trabalhou no referido periódico, anunciando que escreveria um livro sobre os bastidores das privatizações, o que atingiria Serra e aliados. O contra-ataque viria, em novembro, com o jornalista paulista Juca Kfouri postando em seu blog nota que versava que Aécio teria agredido a namorada.

Passado um ano, com os bicos tucanos adoçados e a "paz" interna reconquistada, surge, nas vésperas de uma eleição liderada com folga por candidatos petistas e aliados, a acusação tucana de que a "investigação secreta" partiu do PT? Muito conveniente para candidatos sem realizações, propostas e projetos e que não sabem o que fazer para derrubar a popularidade e aprovação de mais de 90% do Presidente Lula, que deposita confiança em Dilma Presidente; Mercadante Governador; Marta e Netinho Senadores.

Ah, só mais um capítulo na quebra de sigilo e a filha de Serra: A revista Carta Capital traz reportagem sobre suposta quebra de sigilo de quase 60 milhões de correntistas brasileiros, ocorrida em 2001 (FHC era Presidente e Serra Ministro da Saúde), por uma empresa com registro em Miami (EUA), que tinha como um dos sócios, justamente a filha em questão do Serra... É a velha história: Quanto mais mexe, mais fede...

Edson Silva, 48 anos, jornalista, nasceu em Campinas e trabalha como assessor de imprensa em Sumaré

edsonsilvajornalista@yahoo.com.br