Troca de Links, Links Recíprocos – Quando há excesso? Por Que o Google Não Permite?

Por Eugênio Ramos | 31/03/2013 | Tecnologia

Troca de Links, Links Recíprocos – Quando há excesso? Por Que o Google Não Permite?

Já se vão 7 anos de muito argumento e discussões sobre números exatos levantados sobre a declaração supostamente inexata de Matt Cutts de que “o excesso de links recíprocos” gera punições no Page Rank do Google.

Continuam perguntando: “Quantos Links Recíprocos eu posso usar?” Muitas teorias, opiniões divergentes e nenhuma conclusão. Pois eu sei a resposta.

Nos 40 anos de minha carreira de professor, tenho sempre dito que tudo em excesso faz mal. Água, tão essencial, em excesso, mata: nade só, por alguns dias, no meio do Atlântico; ou sofra de retenção de líquido no corpo sem usar diuréticos pra ver o que o acontece com sua pressão.

Bem, aqui está o “x” da questão: o que é excesso? Na minha concepção é tudo que não seja necessário, proveitoso. Tudo que seja descartável sem lhe prejudicar. Ou seja, excesso é o SUPÉRFLUO!

Qualquer coisa que não lhe agregue melhoria real, mensurável, é supérflua. Outro dia ouvi uma decoradora de ambientes comentar que tudo que chama mais atenção que o objeto mostrado é pretensioso; e o pretensioso é brega. Ela não quis dizer que, para exibir um ramalhete de rosas, por exemplo, não se deva usar um belo jarro, sobre um pedestal forrado com toalha rendada.

Na minha maneira de ver, a pretensão aparece quando o jarro for algo como uma peça Ming, ou a toalha for um rendendê secular, valiosíssimo. Então, o objeto em destaque deixaria de ser o ramalhete. Imagine você chegar na casa de uma amiga e ela lhe dizer: - Veja as rosas que ganhei do meu namorado! Aí você olha e se encanta com o jarro ou com o tecido. Nem nota o frescor das plantas nem seu aroma. A que foi dado valor?

Para expor o vaso, um arranjo simples para complementar. Para expor a toalha, um jarro elegante mas modesto, com arranjo floral discreto. Mas para mostrar o ramalhete, uma toalha branca em uma mesinha de centro seriam perfeitos. Melhor ainda se sentassem em lugares frontalmente opostos. Assim, o ramalhete seria devidamente valorizado e o amor representado pelas flores estaria em destaque. Foco.

É o que se diz por aí, nobres não expõem riqueza, expõem classe.

Então cheguei à minha concepção pessoal: excesso é tudo que se mostre mais importante do que o objeto principal - neste caso, o que queremos que seja visto.

Ao trocar links indiscriminadamente, anunciando no seu site de automóveis, por exemplo, uma empresa de papel higiênico, outra de vedação de lajes, mais uma de equipamentos telefônicos empresariais, você perdeu o foco. Ninguém irá visitar seus anunciados. Nem você receberá visitas oriundas daqueles sites. Logicamente seu site não poderá ser valorizado comercialmente, além de desvalorizar os outros, pois nenhum manda visitantes. Sem visitas, sem negócios – é o dogma. Sem tráfego, sem Page Rank – é o princípio classificatório. Sem classificação, sem credibilidade – é a vida.

Por outro lado, se você anuncia todos os seus concorrentes, das duas uma: ou você é “O Melhor” e pode esnobar, ou você quer pegar “carona” na fama dos outros. Quantos deles são só “fachadas” ou golpistas? Quantos são profissionais e quantos de baixa qualidade? Sem critérios, como fica a sua credibilidade? E esta CREDIBILIDADE é a palavra chave para o bom posicionamento.

As técnicas de black hat são condenadas exatamente por serem tentativas de burlar a máquina. Mas a máquina é programada por humanos, para servir a humanos, nunca esqueça. Os algoritmos são aperfeiçoados cada vez mais para evitar que esses truques passem pelas máquinas e os buscadores apresentem sites de baixa qualidade ou intenções duvidosas antes dos realmente sérios.

Então o Google, o Bing e o Yahoo são líderes porque primam pela CREDIBILIDADE própria. Pela excelência dos seus serviços, pela QUALIDADE das informações que nos prestam. Por isso não podem aceitar que truques elementares como programas de auto surf e biz-rotators levem alguém para posições desmerecidas. Criam, adaptam e modificam seus programas para que a QUALIDADE e o CONTEÚDO sejam reconhecidos pelos crawlers e spiders.

Voltando à palavra chave, vejam o que significa:

“Significado de Excesso

s.m. Quantidade a mais, o que excede os limites ordinários: excesso de indulgência. / Abuso: excesso de comida. / Grau extraordinário: excesso de consideração. / Esforço intenso: excesso de dedicação. / &151; S.m.pl. Violência, crueldade, desregramento: proceder com excessos; os excessos minaram-lhe a resistência. http://www.dicionariodoaurelio.com/Excesso.html”

e

“Significado de Excessivo

adj. Demasiado, descomedido: trabalho excessivo. http://www.dicionariodoaurelio.com/Excessivo.html”

Agora vamos ler a declaração:

“The sites that fit “no pages in Bigdaddy” criteria were sites where our algorithms had very low trust in the inlinks or the outlinks of that site. Examples that might cause that include excessive reciprocal links, linking to spammy neighborhoods on the web, or link buying/selling. http://www.mattcutts.com/blog/indexing-timeline/“

Faço questão de apresentar a minha própria versão em Português:

Os sites que se encaixavam nos critérios "sem páginas no BigDaddy" eram sites onde nossos algoritmos (já) tinham muito pouca confiança nos links que encaminhavam para eles ou nos links dos sites que eles recomendavam. Exemplos que podem ter causado isso incluem links recíprocos excessivos, ligando a locais de spam na web, ou (ligando a locais) de compra e venda de links.

Por essa ótica, acredito que a declaração de Matt Cutts fica óbvia. A utilização descomedida, sem foco, sem critérios, desprovida de real ligação e interesse para o humano que deve seguir esses elos (tradução literal de links), não merece destaque. Aí eles cortam o supérfluo, as volumosas conexões desqualificadas, os excessos de gorduras - nada a ver com os gordos, sou fã de Jô Soares.

Nem sempre volume implica em qualidade. Excessos não são medidos por números, mas por seus efeitos ou, talvez mais claro, defeitos de suas más intenções.

O Google prega acreditar no nosso bom senso, mas tem a obrigação de defender seus usuários daqueles que não oferecem CONTEÚDO DE QUALIDADE. Para manter a CREDIBILIDADE, corretamente marginaliza os ardilosos que tentam abusar da nossa boa fé.

Concluindo:

- É proibido o uso de Links Recíprocos e a Troca de Links?

- Apenas quando usados excessivamente.

- Quando há excessos?

- Quando há má fé.

- Por que o Google não permite trocas de links e banners indiscriminadamente?

- Para nos proteger dos ardis dos EXCESSOS.