TRISTE TE VI NA ALVORADA

Triste te vi na alvorada,

Pensativa e cabisbaixa,

Como que pensando em nada,

Como, na boca, uma faixa.

Triste quedei-me ao te ver,

Triste ainda permaneço,

Triste ficou meu querer,

Tão triste, que eu não mereço.

Por cima, o sol não aparece

E tristes gotas caem do céu,

Nesta manhã que não aquece,

Nem alma nem corpo meu.

Tal vez, ao raiar o dia,

Quando não mais chorar o céu,

Sinta em minha alma, alegria,

Ao cair, de teu rosto, o véu.

Então, me dirás tuas penas,

Ou calarás, como a Tita?.

Tu pensas que mais amenas

São as frases nunca ditas.

E se estar triste é um tormento,

Porque o mundo está virado,

Pensa no cruel sofrimento,

De um Jesús crucificado!

Pensa também, meu amor,

Que por vós estou rezando.

Estou dedicando uma flor,

Para ver o dia raiando!