TRINDADE

Por Djalmira Sá Almeida | 03/06/2010 | História

Trindade recebeu três nomes: o primeiro foi "Feira do Toco", devido a um terreno brocado há não muito tempo e por isso, havia vários tocos, onde foi realizada a primeira feira do município em 1948. Devido à alegria demasiada de alguns, onde houve muita bebedeira e com isso varias brigas a feira também foi chamada de, "Feira do Pau", nesse período, essa parte da terra tinha apenas uma casa de taipa e algumas barracas cobertas de folhas. Como esta localidade se encontra nas proximidades de uma lagoa denominada Espírito Santo o município recebeu nome homônimo e o padroeiro escolhido foi: Divino Espírito Santo. A emancipação política ocorreu em 1963 e pelo fato de existir uma lei que proibia uma cidade ter nome de Estado, houve a necessidade de mudar o nome da mesma. Em 20 de dezembro de 1963, por ocasião da emancipação o nome dado ao município foi Trindade, que significa: Pai, Filho e Espírito Santo.Em meados do século XIX, mais especificamente em fins de 1830, na região do sertão do Araripe, onde hoje se localiza a cidade de Trindade, chegou o Capitão Manoel Felix Monteiro, do estado da Paraíba, da cidade de Monteiro, vindo residir nas imediações do Pajeú, na cidade de Flores, dirigiu-se à região, pois reconheceu naquelas terras, fertilidade propicia para pecuária e a agricultura. Desse modo, o mesmo comprou as terras conhecidas por Sítio Baixo e Sítio Patí aos senhores Desidório Ferreira, Manoel Pereira, Antônio Barbosa, Raimundo Pereira e Matias Pereira. O Sr. Eufrásio da Costa Araújo, oriundo de Catolé do Rocha localizada no Estado da Paraíba, comprou em 1850 ao Capitão Monteiro por trezentos mil réis os sítios Baixos e Patí. Essa transação comercial efetuou-se através de uma procuração pública passada para o Sr. Pacífico Lopes de Siqueira. Mais tarde, o Sitio Baixo foi vendido a diversas pessoas . Essas terras foram, com o tempo, foram sendo vendidas e deixadas como herança. Em 1936, o município desagregou-se, por Lei Estadual, do município de Ouricuri, ao qual pertencia e se agregou ao município de São Gonçalo, atual Araripina. Em 1947, na gestão do então perfeito, Manoel Ramos de Barros implantou uma feira no sítio Baixo, e assim após um ano, em 29 de janeiro, houve um encontro com a comissão de organização e criação da feira, dentre os quais se encontrava o Pe. Luiz Gonzaga Kerhle, vigário da paróquia de São Gonçalo que rezou a 1º missa campal da futura cidade de Trindade. A primeira feira foi realizada na mesma data, com grande movimento em barracas cobertas de folhas. A seguir teve início um levantamento topográfico das ruas que partiriam da Avenida Central, sendo edificados prédios suficientes para o nascimento de uma vila e depois de um povoado.A emancipação política de Trindade ocorreu em 1963, na gestão do então governador Paulo Pessoa Guerra, tendo sido nomeado para Prefeito interino o Sr. João Lino Barbosa, que dirigiu o município durante um ano. E a partir do seguinte ano foram realizadas eleições periódicas por voto, para prefeitos e vereadores. As feiras de 1949 até 1984 foi realizadas aos domingos, eram negociados, em barracas de folhas, produtos como feijão, milho, mamona, farinha, querosene, carnes e peles de animais. Grande parte dos comerciantes eram moradores do local e transportavam seus produtos em animais como: jumento, cavalos, burros e carros-de-boi. Além disso, a feira era visitada por moradores dos municípios vizinhos como Jutaí, Petrolina, Cabrobó, Mirandiba, Araripina, Ouricuri entre outros. Com a evolução do comércio foram surgindo às primeiras casas e pontos comerciais chamadas de bodegas, onde se vendia o básico para a alimentação. Já nos anos 60, contava com lojas onde eram vendidos tecidos, cobertas, chapéus além de outros produtos. A cidade de Trindade teve assim como o Divino Espírito Santo, uma festa comemorada no mês de maio. Com a emancipação houve mudança do nome da cidade e a Padroeira a Sagrada Família, que significa Pai, Filho e Espírito Santo. A festa da padroeira da Sagrada Família é celebrada de 19 a 29 de setembro, na Igreja Matriz com o hasteamento da bandeira, ato religioso que simboliza uma mensagem de Amor e Paz, abrindo as portas para a celebração do novenário da padroeira.