Transtorno do Espectro Autista: comportamento e aprendizagem

Cirlei Konrad dos Santos1

Claudia Adriana Facco Lufiego2

Resumo: O autismo caracteriza-se por um desenvolvimento atípico, na linguagem e na interação social, assim como por atividades repetitivas e interesses restritos.Isto pode levar a criança e sua família a um isolamento, entretanto acredita-se que a inclusão escolar pode auxiliar neste sentido.Esteartigotemcomoobjetivo promover ações que favoreçam a interação do educando com Transtorno do Espectro Autista (TEA)no grande grupo, para que se sinta protagonista no processo de aprendizagem e interação social. A pesquisa parte de um estudo de caso em que relaciona teoria e prática, onde foi analisado um caso, o aluno “G”, durante o ano letivo de 2015, em uma escola pública de um município da região metropolitana de Porto Alegre/RS. Foram realizadas observações diretas e indiretas, bem como entrevistas com familiares e profissionais que trabalham com “G”. Concluímos que é necessário que os professores tenham um aprofundamento teórico sobre o TEA, para que possam, em sala de aula, detectar possíveis casos de autismo e encaminhar paraavaliação mais específica, pois quanto mais cedo o TEA for tratado, maiores serão as chances de sucesso. Para isto seria importante que os professores da rede pública recebessem treinamento quanto ao tema em questão. Observamos a importância do estabelecimento de rotinas e limites tanto no contexto familiar quanto no escolar para favorecer sua evolução e autonomia.

Palavras-chave:TEA (transtorno do espectro autista); comportamento; aprendizagem; vínculo afetivo.

1 INTRODUÇÃO

Este artigo tem como objetivo analisar as funções comportamentais do estudante com TEA, relacionando teoria e prática, buscando estratégias e ações que minimizem os conflitos em sala de aula. Assim como, relacionar a prática da sala de aula e sala de recursos multifuncionais comos conhecimentos científicos já alcançados acerca do assunto.

A justificativa deste estudo se dá em função da curiosidade científica e da necessidade das pesquisadoras em entender cada vez mais o mundo das crianças autistas, suas emoções, atitudes e comportamentos, para que assim possamos contribuir cada vez mais com as famílias e instituições que convivem com crianças que tem Transtorno do Espectro Autista (TEA).

Acredita-se que seja possível acontecer a interação, socialização e aprendizado efetivo das crianças com TEA,mas para que isso ocorra, é preciso que se trabalhe de forma multidisciplinar onde vários profissionais atuem em conjunto, com trocas de informações, conhecendo o aluno com suas especificidades, dificuldades e habilidades.

E para exemplificar o que será evidenciado durante a consecução do artigo, será feito um estudo de caso de um estudante da rede pública que cursa o 2º ano de Ensino Fundamental, que tem boa compreensão de mundo, faz leituras e interpretações orais, mas não escreve, tem dificuldade na motricidade fina e pouco interesse pela escrita. E para que não haja uma identificação do mesmo, ele será chamado de aluno “G”. O estudantefrequenta a escola há 2 anos, recebe atendimento multidisciplinar na APAE do município (psicopedagoga, psicóloga, neurologista, terapeuta ocupacional e atendimento no AEE (Atendimento Educacional Especializado) na sala de recursos multifuncional da escola onde estuda. Como já sabemos,a maior dificuldade encontrada por alunos autistas é a interação social.

Diante disso quais são os fatores que desencadeiam conflitos e alteram o comportamento do educando, dificultando a sua interação no contexto escolar?

Salientamos que o objetivo principal épromover ações que favoreçam a interação do estudante no grande grupo, para que se sinta protagonista no processo de aprendizagem econvívio social.

Abordaremos a definição do TEA (Transtorno do Espectro Autista) segundo o Manual Diagnóstico e Estatística dos Transtornos Mentais DSM-5, e demais estudiosos do assunto. Apresentaremos um estudo do caso onde será feita uma análise e discussão do mesmo,correlacionando a prática e a teoria.