Transição da idade média para idade moderna
Por Lucemberg Rosa de Oliveira | 28/11/2011 | HistóriaINTRODUÇÃO:
Esse trabalho tem como meta principal discutir como houve a transição da Idade Média para a Idade Moderna, utilizando como metodologia uma pesquisa de cunho bibliográfico e com o auxilio de duas imagens para melhor explicar cada período.
Vários fatores contribuíram para essa transição, como por exemplo, a queda de Constantinopla pelos turcos otomanos que pôs fim ao Império Romano do Ocidente. Outro fator que contribui passagem de tempo foi a ascensão das monarquias nacionais europeias, a recuperação demográfica e econômica após um surto de Peste Negra, os descobrimentos marítimos, entre outros.
DESENVOLVIMENTO:
O Império Bizantino, também conhecido como Império Romano do Oriente, reunia as regiões da Grécia, Egito, Ásia Menor, Mesopotâmia, Síria e Palestina. A sociedade bizantina era marcada pela peculiaridade, pois o Império Bizantino não reunia uma única nacionalidade, era composta por um mosaico de povos e culturas que se reunia pela língua e pela religião. Portanto, bastava falar grego e ser ortodoxo que o individuo era considerado bizantino. O período de maior prosperidade foi durante o reinado de Justiniano. Durante seu governo, realizou uma série de guerra contra os bárbaros para reconquistar os territórios perdidos pelo Império Romano do Ocidente, que ocupou o Norte da África, parte da Itália e o Sul da Espanha.
Justiniano foi o primeiro grande legislador e construtor. Reuniu em grande conjunto nas Normas Jurídicas romanas, que deu origem ao chamado Código de Justiniano. Essa obra tem tido grande influencia até hoje nas Civilizações Ocidentais, principalmente no que diz respeito a construir vários edifícios, igrejas, como também pontes e etc.
Os sucessores de Justiniano não foram fortes e suficientes para dar continuidade ao período de esplendor do Império Bizantino. Enfraquecido por muitas guerras, corrupções e assassinatos o Império desabou com a tomada de Constantinopla pelos turcos otomanos em 1453. Essa data é utilizada para assinalar o fim da Idade Média e inicio da Idade Moderna.
No Império Bizantino, os imperadores consideravam-se como chefes supremos da Cristandade, e isto provocou conflito com o papa. O constante desentendimento entre o imperador e o papa provocou a grande cisma do oriente, em 1054. A partir dessa data a cristandade divide-se em duas igrejas, Igreja Católica do Oriente, conhecida como Igreja Ortodoxa, com sede em Bizâncio e Igreja Católica do Ocidente como sede em Roma, sob autoridade do papa.
A expansão do comércio e do artesanato atribuiu para as cidades grande número de camponeses que almejavam trabalhar em atividades diferentes da agricultura como o comércio e prestação de serviços como mercadores das estradas da Europa, juntaram-se aos artesãos as famílias que abandonaram o campo e se estabeleceram do lado de fora dos muros que cercavam os castelos, palácios e mosteiros. Foi se formando um pequeno núcleo comercial, era o burgo exterior ou subúrbio, que daria origem a maioria das cidades medievais.
No principio grande parte dessas cidades eram cercadas por grandes muros formando um núcleo urbano fortificado que denominava-se burgo. Com o aumento da população as cidades foram obrigadas a alargar seus limites além das antigas muralhas. Artesãos e comerciantes que se estabeleciam nos burgos eram chamados de burgueses. Foi aí então que surge uma nova classe social, a burguesia.
Contrastando-se com a fase anterior de relativa prosperidade, os séculos finais da Idade Média foram marcadas por sérias crises, como: ocupação de solos menos férteis, escassez de terras de boa qualidade provocaram a diminuição da quantidade de alimentos acarretando a fome de milhares de pessoas que morriam ou sobreviviam com forte desnutrição.
A população, já enfraquecida pela fome, se depara com uma epidemia de peste negra, uma doença transmitida por ratos que viviam nos porões de navios genoveses. Essa doença causou a morte de um terço da população europeia, para muitos essa doença implacável era um sinal divino anunciando o fim dos tempos.
Além de tudo, podemos entender como as artes também se remeteram a esses acontecimentos e demarcaram principalmente a continuidade entre a Idade Média e da Idade Moderna, mas do que uma ruptura ocorre uma arbitrariedade na distinção entre as duas épocas, pois o mais correto seria entender que a linha divisória crucial entre a primeira e a segunda metade da Idade Média ocorre no século XII.
Para Arnold Houser (1982), “a concepção naturalista do mundo é certamente uma criação da renascença, porém o interesse pelo individual, a busca pela lei natural e o sentido de fidelidade a natureza, na arte e na literatura surge antes da Renascença”.
Quando falamos em Renascimento, destacamos a Itália, devido a vanguarda do processo geral de urbanização. Populações migraram para as cidades, e duplicaram a partir do século XVI pelo efeito do desenraizamento e escoamento para as cidades de imenso reservatório humano, concentrado no meio rural. Larivaille (1981) afirma que “cerca de 75% da população italiana ainda continuou concentrada no campo”. Esse fenômeno marcante denota tal continuidade de costumes, e valores medievais pela aristocratização da burguesia rica, os casamentos que enobreciam suas famílias pela adoção do estilo de vida e tradição dos nobres.
Assim, a nobreza e a alta burguesia foram a única classe dominante separada do restante da população, por um abismo econômico, politico e cultural que não parou de crescer. Um distanciamento entre pobres e ricos, de forma desmensurada e a decadência geral das condições dos trabalhadores tanto na cidade quanto no campo.
Um dos grandes movimentos culturais dessa época, foi o retorno para a antiguidade clássica, que fez reflorescer o direito romano, o que correspondeu aos interesses das duas classes dominantes, cujo poder serviu para moldar o Estado Absolutista. Desde a Alta Idade Média, estudiosos se debruçaram sobre a jurisprudência romana e mais tarde difundiram-se por toda a Europa conceitos jurídicos romanos. As monarquias absolutistas introduziram uma burocracia pertinente, o sistema tributário e os exércitos regulares. Ocorreram também a centralização do poder, a garantia da propriedade privada do bem publico das relações mercantis de compra e venda e a sistematização da burocracia fiscal.
CONSIDERAÇÕES FINAIS:
Por fim, percebe-se que as relações existentes entre as duas épocas tornaram-se evidentes e se fundem, na continuidade da evolução econômica e social que se iniciou na Idade Média. O naturalismo e o individualismo encontraram a sua origem no dinamismo social, que mudou a face da Europa Ocidental no final do período medieval, encontrará combustível no caráter cientificista e metódico, uma característica do renascimento para o surgimento dos estudos do homem sobre a natureza.
REFERÊNCIAS
BOTTON, Flavio Felicio. Renascimento e Idade Média: As madonas de Fellipo Lippi e Giovanni Cumabue. Todas as letras. Volume 10. P. 32-40, 2008.
CAVANA, Daniel Dário. Difusão do Ensino Atual. Estudo Universal. São Paulo: DCL, 2000.
HAUSER, Arnold. História Social da Literatura da Arte. São Paulo: Ed. Mestre Jou, 1982.
LARIVAILLE, Paul. A Itália no tempo da Maquiavel. São Paulo: Companhia das Letras, 1981.
NEUSER, Wolfgang. A formação e o conceito de individuo na renascença. Educação. Porto Alegre, volume 34. Jan-Abr, 2011.
NISHIKAWA, Taíse Ferreira da Conceição. História Medieval. História – Segundo Semestre. São Paulo: Pearson Education, 2009.
VICENTINO, Claúdio. História Geral. São Paulo: Scipione, 1997.