DA ESTAÇÃO DO TREM AO PERCURSO DA ‘’INCLUSÃO’’
Por poliana sousa da silva | 27/01/2017 | EducaçãoDA ESTAÇÃO DO TREM AO PERCURSO DA ‘’INCLUSÃO’’: UMA ANÁLISE DA MEDIAÇÃO PEDAGÓGICA DO ALUNO COM AUTISMO EM UMA ESCOLA DE ENSINO FUNDAMENTAL NO MUNICIPIO DE SANTA IZABEL DO PARÁ.
1 INTRODUÇÃO
Entende-se hoje que o autismo não é um quadro único, porque não podendo ser definido como um distúrbio complexo do desenvolvimento, marcado de um ponto de vista comportamental, com etiologias múltiplas e que se manifesta através de graus variados de gravidade (GADIA, 2006). A autora esclarece que o autismo não pode ser visto como um ponto marcado acontecendo somente no comportamento da pessoa com autismo, mas que são estudadas várias causas dentro do autismo, pois não existe um único causador e que se manifesta de vários graus, como por exemplo, o autismo clássico pode variar de leve ou de alto funcionamento a grave ou de baixo funcionamento. Segundo os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no Censo 2010, revelam dados alarmantes: dos 78,5 mil crianças e adolescentes, entre zero e 17 anos, com deficiências, apenas 2,6 mil, ou seja, 3,31% estão na sala de aula na capital. A prevalência estimada em 2012 com o autismo foram muito maiores, o autismo atingia em média 62 em cada 10 mil pessoas, cerca de 1,2 milhão de brasileiros. No Brasil existe cerca de 75 mil a 192 mil autistas, levando- se em conta os critérios da CID-10. Em 2014, mais de 698 mil alunos com deficiências estavam matriculados em classes comuns. Percentual sobe para 93% em escolas públicas. Dados do Censo Escolar indicam crescimento expressivo em relação às matrículas de alunos com deficiência na educação básica regular. “Se considerarmos somente as escolas públicas, o percentual de inclusão sobe para 93% em classes comuns” (CENSO, 2014)., explicou a diretora de Políticas de Educação Especial da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão do Ministério da Educação, Martinha Clarete dos Santos. De acordo com a Lei de Diretrizes e Bases, os alunos com deficiência ainda não têm uma sustentação adequada do sistema educacional, pelo fato de algumas políticas públicas não ter acontecido de forma ativa, sendo uma barreira para a inclusão. Também das escolas não ter uma estrutura adequada para receber os alunos com deficiência, não ter profissionais qualificados ou especializados para o atendimento satisfatório desses alunos. Isso faz que a rede regular de ensino seja vista como uma escola que integra ao invés de incluir. Apresenta- se com a pesquisa da integração à inclusão do aluno autista na sala regular e no atendimento educacional especializado com percursos difíceis para acontecer de fato no processo de inclusão. Na escola analisada, por exemplo, o corpo docente escolar, a falta de entendimento sobre a inclusão, a formação continuada para os professores, a estrutura física da escola, as metodologias de ensino que não são adaptadas, são algumas das dificuldades encontradas que pode dificultar o aprendizado do aluno com autismo. Diante também dessas informações e de algumas experiências vividas por meio dos estágios educacionais e disciplinas acadêmicas voltadas para essa realidade, observa- se que a escola integra de forma que o aluno está matriculado e frequentando as aulas, mas por diversas vezes o aluno não é acompanhado como deveria acontecer, como realmente assegura a lei da inclusão e do autista, por isso inquieta-se em buscar saber para contribuição acadêmica e social, como acontece o a mediação pedagógica para o aluno com autismo no ensino regular e no atendimento educacional especializado? Assim sendo, o trabalho tem como objetivo geral, analisar o processo de inclusão de um aluno com autismo no Ensino Regular e no Atendimento Educacional Especializado (AEE) em uma escola de ensino fundamental no município de Santa Izabel do Pará. E como objetivos específicos identificar como vem sendo ensinado os conteúdos para os alunos, comparando a mediação pedagógica entre as modalidades de ensino, por fim, e apresentando as metodologias aplicadas que são mais propicias ao desenvolvimento da aprendizagem do aluno com autismo no AEE e na sala de ensino regular. A pesquisa está organizada em três capítulos, no primeiro apresenta-se o contexto histórico da Inclusão no Brasil, da inclusão à Integração. Logo no segundo discute-se acerca da metodologia aplicada que será de forma qualitativa, dialogada com teóricos acerca da inclusão e autismo e no terceiro capítulo apresenta-se os resultados e experiências vividas com o estudo de caso do aluno com autismo, apresentando metodologias aplicadas pelas professoras do atendimento educacional especializado e sala regular para constatar o desenvolvimento do aprendizado do aluno com autismo.