Toda Estratégia é Planejada?
Por Alfredo Passos | 31/07/2008 | AdmOs planos de negócios, planejamentos estratégicos, planos anuais de marketing mais bem elaborados, nem sempre geram os resultados esperados.
Do momento da proposta e criação da estratégia à sua execução, a situação ou o mercado pode mudar.
Exemplos não faltam. Nova legislação aprovada (lei seca), concorrentes lançando produtos (Cuil, novo buscador lançado esta semana, para concorrer como o ...você já sabe...acesse www.cuil.com), produtos proibidos (antiinflamatório), e assim a empresa pratica uma outra estratégia que não aquela pensada inicialmente.
Na opinião de Henry Mintzberg (em "Of Strategies, deliberate and emergent", Strategic Management Journal, 6 (3), 1985, p. 257-272), eis a estratégia realizada diferente da estratégia pretendida.
Estratégia versus tática
Novos conceitos, tecnologias e idéias de negócios nascem diariamente.
Tiago Maranhão na matéria "Conserto em boa hora", Exame 30 de julho de 2008, relata as mudanças porque passou o Metropolitan Opera, centenária "casa" da música lírica em Nova York.
Após várias décadas de sucesso, com filas de espera de meses para cada um de seus 4.000 lugares, ingressos de 500 dólares, o tempo passou e a casa não se renovou, afirma o jornalista Norman Lebrecht, colunista do London Evening Standart.
Mas, em 2006, um ex-diretor da área de música erudita da Sony, Peter Gelb, assumiu o cargo de diretor geral.
Entre as iniciativas de Gelb, estão o aumento do número de produções, o número de ingressos com desconto (lugares de pé por 15 dólares), além da transmissão em telões espalhados por NY.
Resultado?
Em 2007, a receita chegou aos 252 milhões de dólares, a melhor dos últimos seis anos, conforme o The Metropolitan Opera.
Entre as novidades, a de maior sucesso é a "ópera no cinema". Em salas nos Estados Unidos, Europa, Austrália e Japão, é possível acompanhar ao vivo as apresentações do teatro (preço médio 20 dólares), chegou próximo do 1 milhão de pessoas.
Em situações como esta, tem-se estratégia ou ações "corretivas" que podem em primeiro momento "salvar o negócio" e depois poder pensar-se em "como sustentá-lo ao longo dos próximos anos".
Por isso, nem toda estratégia é planejada neste ambiente globalizado de negócios.