SINOPSE DO CASE: TIRANICÍDIO?

Por Bruno Henrique de Oliveira Coqueiro | 22/06/2018 | História

SINOPSE DO CASE:TIRANICÍDIO?¹

Bruno Henrique de Oliveira Coqueiro²

Arnaldo Vieira Sousa³

1 DESCRIÇÃO DO CASO

 

Júlio César (100-44 a.C.) foi político e militar romano. Além da Gália, dominou a Ásia e incorporou ao império uma vasta faixa do Norte da África. Nasceu em Roma, no ano 100 a.C. Era descendente de uma família de patrícios, a elite romana. Foi educado como todo aristocrata, aprendeu a ser um bom soldado. Dominava o grego e o latim. Em 56 a.C., um acordo foi firmado entre os três comandantes, César continuaria na Gália, Pompeu seguiria para a Espanha e Crasso ficaria no governo da Síria. Durante o consulado de César, as terras que o estado possuía, foram distribuídas, e foi extinto o partido aristocrático. Em 53 a.C., Crasso morre combatendo na Pérsia. Era o fim do primeiro triunvirato. Mais uma vez instalou-se uma crise política agravada pela ação de bandidos armados que espalhavam o terror em Roma. O Senado então, nomeou Pompeu cônsul único, com a missão de restabelecer a ordem. Júlio César não aceitou submeter-se a Pompeu. Com o apoio das tropas fieis na Gália, invadiu a península Itálica, em 49 a.C. Pompeu e grande parte do Senado refugiaram-se na Grécia. Júlio César os perseguiu. Pompeu chegou ao Egito e foi assassinado pelos ministros do faraó Ptolomeu, para agradar a Júlio César. Ao chegar ao Egito, depõe o faraó e coloca no poder a irmã de Ptolomeu, Cleópatra. O Egito passou a ser um protetorado romano. Em 47 a.C., domina a Ásia. Na África vence os seguidores de Ptolomeu na Batalha de Tapso. De volta à Roma, é recebido triunfalmente. Nos dez anos seguintes, com a aprovação do Senado, torna-se ditador. Júlio César, apoiado pelo Senado e pela plebe, passa a acumular títulos. Torna-se Pontífice Máximo e passa a ser Ditador Perpétuo, o que lhe permitia reformar a Constituição. Para tornar-se rei, aliou-se ao general Marco Antônio, que instigou a plebe contra o senado. Os defensores da República uniram-se sob a liderança de Bruto e Cássio. No dia 15 de março de 44 a.C., Júlio César foi chamado ao Senado. Ao chegar, um grupo de senadores, chefiados por Bruto e Cássio, o matou a punhaladas(E-BIOGRAFIA).

Diante do exposto é preciso avaliar se o Senado, ao assassinar César, agiu para a proteção das liberdades republicanas ou para a defesa dos seus interesses individuais?

2 IDENTIFICAÇÃO E ANÁLISE DO CASO

2.1 Descrição das Decisões Possíveis

 

1) O Senado assassinou César para defender seus interesses individuais.

2) O Senado assassinou César para proteger a liberdade republicana.

 

2.2 Argumentos Capazes de Fundamentar Cada Decisão

2.2.1O Senado assassinou César para defender seus interesses individuais.

 

De acordo com o livro “O Assassinato de Júlio César” de Michael Parenti, há vários indícios que refletem na morte do grande governador como algo movido por interesses individuais. Segundo Parenti, o episódio era mais um capítulo da disputa entre Optimates, defendiam a supremacia dos aristocratas romanos e Populares, defendiam as concepções do povo romano.

Os aristocratas não estavam satisfeitos com o governo atual, César havia tomado medidas que desagradavam o Senado. Uma delas foi a diminuição do poder dos senadores ao aumentar a quantidade de membros do Senado de 600 para 900 membros, inclusive indicando pessoas de sua confiança ao cargo. Outras medidas que não eram bem vistas foram a distribuição de terras para veteranos de guerra e concessão de cidadania romana a povos das províncias do Império.

Diante desses argumentos e tendo em vista que Júlio César era um legítimo governador apoiado pela plebe, no meio de um Senado composto em sua maioria de patrícios, chegasse a conclusão que, a conspiração foi formada baseada na ganância de poder e em interesses individuais.

 

2.2.2 O Senado assassinou César para proteger a liberdade republicana.

 

Júlio César era sem dúvidas ambicioso, reuniu poder através de políticas públicas voltados aos plebeus. Era de grande interesse seu conquistar territórios, criou-se assim uma rivalidade com Alexandre da Macedônia, o Grande.

Conseguiu diminuir a força do Senado aumentando o número de membros e indicando amigos para a posição. Para conseguir o que desejava utilizava de seu poder para obrigar o Senado à aprovar seus projetos. Queria formar um Império para melhorar o controle de expansão e fortalecer seu legado. “concentrava grandes somas de dinheiro, permitindo-lhe fraudar eleições e adquirir influência política [...] não era honesto em suas caçadas auríferas, saqueando santuários, templos e cidades” (PARENTI, 2005, p.138)

Não tinha limites para suas ambições, suas atitudes fizeram com que o Senado o considerassem um tirano e o assassinassem, considerando que em Roma matar um tirano não era considerado crime, pois era em prol do bem comum.

 

2.3 Descrição dos Critérios e Valores (Explícitos e/ou Implícitos) Contidos em Cada Decisão Possível

 

1) Ganância: Usura, desejo de poder. Insatisfação: Não estar satisfeito ou adepto.

 

2)Tirania: Opressão, crueldade e abuso de poder. Ambição: desejo desmedido por poder, dinheiro, glória.

 

REFERÊNCIAS

 

E-BIOGRAFIAS. Júlio César. Disponível em: <http://www.e-biografias.net/julio_cesar/> Acesso em: 20 mar. 2014.

 

LOPES, Reinaldo José. O assassinato de Júlio César. Disponível em: <http://guiadoestudante.abril.com.br/aventuras-historia/assassinato-julio-cesar-572266.shtml> Acesso em: 20 mar. 2014.

 

PARENTI, Michael. O Assassinato de Júlio César: Uma história popular na Roma Antiga. Rio de Janeiro: Record, 2005

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