Tipos De Governo Na Igreja
Por Valdivino Sousa | 21/04/2007 | ReligiãoTipos de governos na igreja
O governo dos 12 nos orienta a formar líderes de multidão. No entanto, vemos alguns sintomas nos 12 que demonstram o quanto o caráter de alguns precisa ser transformado. São resquícios de determinados tipos de governos mostrados na Bíblia que fogem ao que Deus determinou. Precisamos detectar a origem desses comportamentos para sermos curados e, assim, sermos de fato um modelo para os fiéis. A nossa equipe só vai se multiplicar quando for tratada no caráter e deixar as síndromes de Jacó e Ismael, deixar as mágoas de Esaú e passar a agir conforme o governo de Israel
O Governo de Jacó: Os capítulos 29 e 30 de Gênesis mostram que este governo foi gerado por filhos problemáticos, nascidos de disputas entre família e debaixo de frustrações. Neste governo as pessoas vivem insatisfeitas, há confusão de heranças formadas por rejeição (os filhos de Lia), preferências (os de Raquel) e decisões humanas (os filhos das escravas). Eles não tinham harmonia, eram totalmente confusos em suas identidades, mas, tinham um ponto em comum: um só pai, um líder que buscava sempre orientá-los.
No entanto, este governo não tinha sanidade de relacionamento, era um governo de ciladas, a ponto de desejarem matar seu próprio irmão, José. Quando José foi cumprir a ordem do seu pai em Gênesis 37:14, um homem perguntou ao jovem: "por que você anda por aqui? O quê você está procurando?". José respondeu: "eu procuro meus irmãos, e onde apascentam o rebanho". E o homem lhe disse: "foram-se daqui. Pois eu os ouvi dizer que iam a Dotã". E José foi para Dotã. A Bíblia não identifica o homem que apareceu a José, mas, em qualquer lugar, no meio do deserto, do fogo, sempre haverá uma pessoa para nos guiar, para enfrentarmos as guerras: o Espírito Santo. José atravessou o deserto de Siquém para encontrar o governo dos 12 - seus irmãos - e encontrar o rebanho do seu pai. Ele arriscou a sua vida em Siquém, que era um lugar onde não se poderia estar só, porque os filhos de Siquém eram sanguinários. Ele encontrou lá as duas coisas: o governo e o rebanho, que acabou traumatizado, pois houve o sacrifício de uma ovelha, para sustentar uma mentira do grupo.
A missão de José era saber como estava o governo, que eram os filhos, e o rebanho, porque os onze saíram para dar de comer e beber e para fazer o rebanho multiplicar. José, mesmo sabendo do caráter de seus irmãos, enfrentou o deserto, o caminho difícil, para cumprir a missão. Nós, que somos enviados pelo Senhor, vamos passar por um caminho de perigo e nem sempre vamos encontrar o relatório fiel para trazer a Ele, e vamos caminhar uma medida a mais. Jesus disse em Lucas 17: 10: "Assim também vós, quando fizerdes tudo o que vos for mandado, dizei: Somos servos inúteis; fizemos somente o que devíamos fazer". José venceu as barreiras, fazendo acima do que Deus mandou e nunca ficou desamparado, porque o Espírito Santo sempre vai estar com aquele que é enviado pelo Pai."Quando Deus muda o caráter do líder todos os liderados são abençoados debaixo da nova herança". O Governo de Ismael: Este governo existe dentro da igreja: é um espírito anti-semita. Muitos não aceitam a visão de Israel. O governo de Ismael trucida e guerreia contra isso, pois não quer que a base, Jerusalém, seja instalada, porque se isso acontecer, todas as nações prosperarão com Israel, principalmente as nações que estão aliadas a ele. O governo de Ismael foi formado por 12 príncipes (Gênesis 25:16). Era um governo de competição. Ismael, desde criança, zombava de seu irmão Isaque, tirando a paz de sua família, trazendo o desconforto para dentro de casa. O Senhor disse em Gênesis 27:40: "Pela tua espada viverás, e a teu irmão, servirás; mas quando te tornares impaciente, então sacudirás o seu jugo do teu pescoço". Ismael é um governo competitivo, mas não vai prevalecer. Quem tem a síndrome de Ismael, flechando e rindo do seu irmão, não vai prevalecer, porque Deus mudará seu caráter. Ismael foi fruto de uma decisão humana tomada sem consultar a Deus. Nasceu de uma egípcia e acabou gerando inimigos dentro da própria família. Tudo ficou claro depois de haver o rompimento de Abraão com a origem de Ismael, o Egito. O termo mais teológico para Egito é escravidão, trevas, lugar onde há penumbra. Enquanto o governo de Ismael estava dentro da casa patriarcal, não houve multiplicação. Só quando veio o filho da promessa e Ismael saiu de casa é que a multiplicação começou.
O Governo de Israel: Este governo é de conquista, mas ele só nasce quando as maldições de Jacó e de Ismael são quebradas, quando o seu maior inimigo se torna seu melhor amigo; aquele que lhe odiava, agora ceia com você. Foi o que aconteceu com Jacó e Esaú. Esaú esperou o irmão aproximadamente 20 anos, alimentando ódio durante todo esse tempo, sendo o melhor flecheiro da história, para matar seu próprio irmão. O desejo de Jacó era voltar para casa de seu pai, mas, para isso, tinha que passar pelo território de seu irmão. Quando Jacó veio ao vale de Jaboque, teve um encontro com Deus. Esse encontro foi tão poderoso, que até Esaú teve o sentimento de ódio anulado, sendo transformado por Deus e, em vez de flechar seu irmão, o agarrou e o beijou (Gênesis 33: 4). O exército de Esaú foi adestrado durante 20 anos para destruir Jacó, mas, na verdade este não veio como Jacó e sim como Israel. E Esaú disse: "a minha terra é tua terra, a minha casa é tua casa, o meu gado é teu gado, os meus bens são teus bens". E Jacó disse: "Não, meu irmão, eu tenho um caminho, mulher, filhos, gados e riquezas, eu só queria que tu me liberasses". Depois de recebermos a unção e a visão de Israel, nós nos tornamos mais cautelosos contra o inimigo, como Jacó fez. Jacó voltou a ser amigo de Esaú, mas deixou de andar com ele, para não despertar a ira novamente. Eles se reconciliaram, mas mantiveram a amizade à distância. Quando Jacó se separou, chamou seus filhos e quebrou a maldição da inimizade, para que ninguém entrasse na terra com as mágoas que tinham. Jacó só teve esse entendimento quando deixou de ser Jacó e passou a ser Israel. Ele não era mais o mesmo, e nem os filhos poderiam ser os mesmos. Depois que Jacó, Ismael e Esaú quebraram as maldições de inimizades, cada um teve uma terra para cuidar e fazer com que elas produzissem. Então se instalou o governo de conquista. Enquanto eram heranças de Jacó, Ismael e Esaú, não conquistavam nada, não se multiplicavam, mas, quando entenderam que havia um governo sobre eles, Deus os abençoou de tal forma que em Gênesis 46:47 vemos o começo da bênção e da conquista das terras que Deus prometeu a Abraão, Isaque e a Israel.
É possível pegarmos um grupo sem identidade, como o da herança de Jacó, outro com a herança de Ismael e com as mágoas de Esaú e transformá-los em herdeiros de uma só herança e conquistadores de um só território, tornando-se coesos, porque só assim o rebanho multiplicará. Quando Deus muda o caráter do líder todos os liderados são
abençoados debaixo dessa nova herança.
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O autor é Teólogo, mestre em ciências da religião, pedagogo com habilitação em Administração escolar, Gestão, e Magistério, pós graduando em docência do ensino superior , contabilista, e graduando em Direito.